Olney Vianna

Luiz Antônio Nogueira da Guia.

Buraco no asfalto

A prefeita de Cabo Frio, Magdala Furtado (PV), continua na mesma batida de inaugurações, reinaugurações, tentando se viabilizar eleitoralmente para o seu projeto de reeleição. A comunicação social da prefeitura joga holofotes até em festa de aniversário de buraco no asfalto, mas nem assim Magdala consegue crescer politicamente.

Com quem fica o “osso”?

Magdala Furtado (PV) e Marquinho Mendes (MDB) continuam conversando, mas nenhum dos dois quer “largar o osso”. Afinal, quem vai ser o cabeça da chapa MDB/PV, na eleição em 6 de outubro? Apesar do mandato tampão de Magdala ser um grande fracasso administrativo Marquinho Mendes continua insinuando uma parceria com a prefeita. Resta saber qual a razão, se nem ele mesmo tem a certeza do registro eleitoral?

A mosca azul

Há quem diga que Marquinho Mendes (MDB), se não for o candidato vai querer ampliar o espaço do seu grupo dentro da administração municipal. Segundo os observadores é uma questão de sobrevivência política para o ex-prefeito, que, apesar dos mandatos como prefeito do município e na Câmara de Deputados Federais, não pensa em se aposentar. A mosca azul tem um poder inimaginável.

A pergunta que não quer calar

A pergunta que continua sem calar, ao menos até a Convenção Eleitoral do MDB, é qual será a posição política do PDT caso Marquinho Mendes confirme sua aliança com a prefeita Magdala Furtado (PV). Afinal, a prefeita se caracterizou por hostilizar enormemente o falecido prefeito José Bonifácio e o eleitor cabofriense não consegue imaginar aliança do trabalhismo com ela.

Rafael ainda sem vice

O professor Rafael Peçanha, candidato da Federação PSOL/REDE, anuncia a Convenção Eleitoral para 1º de agosto, quinta-feira. Rafael ainda não anunciou o nome do seu (sua) companheiro (a) de chapa. O professor pode estar esperando alguma adesão de última hora, que seja tão expressiva, que amplie as perspectivas eleitorais da sua candidatura.

Administrando o patrimônio

Serginho Azevedo (PL), após ter feito uma convenção eleitoral massiva, quando foi nomeado, junto com Miguel Alencar (União Brasil) os candidatos oficiais em 6 de outubro, tem se dedicado a percorrer as obras que conseguiu para Cabo Frio como deputado. Fica bem claro que não quer se envolver em polêmicas e administrar, com discrição, seu patrimônio eleitoral.

Semelhanças & Diferenças

O grupo que apoia Serginho Azevedo (PL) é bastante diversificado, embora a marca registrada seja bem mais conservadora, mas não se diferencia, no campo ideológico, do candidato do MDB, Marquinho Mendes. A relação política de Marquinho vai de Sergio Cabral Filho até o ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, de vasto interesse, em Cabo Frio.

Polo Tecnológico

A proximidade maior do deputado Serginho Azevedo (PL) é com a estrutura política e administrativa de Cláudio Castro (PL), de quem é o líder na Assembleia Legislativa (ALERJ). Através da relação com o governo do estado, o deputado Serginho Azevedo tem conseguido alguns avanços, como a construção do polo tecnológico, que muito habilmente deu o nome de José Bonifácio.

Ângela Maria Sampaio de Souza

A diferença entre o camarão e o chuchu é que um tem sabor original, o outro assume o sabor do que acompanha.
Chuchu com camarão tem gosto de camarão, com abóbora tem gosto de abóbora, com abacaxi tem gosto de abacaxi …
Em infinitas combinações, é sempre ele que cede para que o outro ingrediente se destaque.

Assim, passa o tempo todo, tentando ser o que não é, para ficar bonito no almoço.
No fim do dia, porém, o chuchu teve gosto de tudo mas não teve gosto de nada.
Morreu chuchu, tentando agradar a todos os paladares, mas por infelicidade quem agradou realmente foi o ingrediente que foi adicionado e que nem sabia que ia agradar aquele almoço.

Ângela Maria Sampaio de Souza é Professora.

Luiz Antônio Nogueira da Guia.

Seresta no Café da Jack

Com o violão de Hermínio a conversa é muito melhor

A tarde/noite da quarta-feira, 24 de julho não poderia ser mais festiva e afetuosa. Café, queijos especiais levados pelo professor José Américo Trindade, o Babade e as presenças de Cláudio Leitão, Juninho Nogueira e do grande seresteiro Hermínio, com o seu neto Felipe. Hermínio emocionou a todos cantando composições suas com Hanibal Cruz, Catulo da Paixão Cearense e Lupicínio Rodrigues, o mestre das canções de “dor de cotovelo”. E por incrível que pareça só rolou café e chá.

“Banho Maria”

A campanha eleitoral está numa espécie de “banho maria”, aguardando o final do processo das convenções. Magdala Furtado e Marquinho Mendes ainda não decidiram o quadro político pós-convenção. Formarão uma única chapa? Qual dos dois a encabeçará? Ambos serão candidatos a prefeito? Como vai se comportar o PDT de Janio Mendes?

Qual o caminho? 1

Há quem diga que o PDT de Janio Mendes e sua lista de candidatos a Câmara não caberiam numa aliança Magdala (PV)/Marquinho (MDB), porque ligado ao prefeito José Bonifácio (PDT), Janio não teve qualquer acerto político com o grupo da atual prefeita. Caso essa união MDB/PV se consolidar qual o caminho do grupo político de Janio Mendes?

Qual o caminho? 2

A princípio parece impossível uma possível associação de Janio Mendes (PDT) com o grupo de Magdala Furtado (PV), embora a expressão ‘impossível’ não seja compatível com a política. A segunda opção seria caminhar para conversar com o deputado Serginho Azevedo (PL), mas existe também a possibilidade de aliança com Rafael Peçanha (REDE), mesmo que informal.

O tempo é curto

As opções são diversas, o calendário eleitoral, com datas expressamente rígidas é que pode impedir uma saída e um parcial rearranjo de algumas forças ainda incomodadas com o a atual cena política. As vezes uma poltrona que muda de lugar ou ainda uma nova tonalidade na parede, mudam o astral e até as condições da disputa.

Qual o vice de Rafael?

Na Federação PSOL/REDE a Convenção Eleitoral é que vai anunciar o vice na chapa do professor Rafael Peçanha (Rede Sustentabilidade) terá a missão de ampliar a penetração do candidato nas camadas médias urbanas e no eleitorado mais jovem. Essa área tem a concorrência do candidato da Unidade Popular (UP), o Vinícius Seguraço, lançado candidato a prefeito na semana passada.

Luciana G. Rugani

CRENÇAS E PADRÕES NEGATIVOS

Os sentimentos aos quais damos força e o foco de observação fazem muita diferença na análise de qualquer questão. Podem, até mesmo, ser utlizados como meio de reforçar crenças nada saudáveis ou de fazer surgir falsos “mitos” e ineficazes “salvadores da pátria”. Quando observamos pessoas fazendo, com frequência, uso de generalizações e dizendo “nada está bom”, “nada funciona”, “a cidade está triste e sem graça”, etc., percebemos que tais falas soam como “mantras”, repetidos até mesmo de maneira descontextualizada em uma conversa. Geralmente, falas como essas originam-se de grupos com interesse em vender ideias de falência de serviços públicos para propor privatizações e, com isso, garantirem seus altos lucros enquanto a população soma perdas. Outras vezes, intencionam promover nomes como se fossem os únicos capazes de solucionar um problema ou de melhorar uma situação ruim. E muitos desavisados compram, de olhos fechados, essas falas e passam a repeti-las ou a idolatrar os falsos mitos, como se, a eles, bastasse assumir o posto de gestão para que até o sol nascesse com mais brilho. Pura ilusão. Ao morderem essa isca e comprarem tais discursos, as pessoas acabam perpetuando os velhos, crônicos e perversos hábitos em uma sociedade. Acabam entregando serviços estratégicos e de infraestrutura a setores sem comprometimento público que terminam por encarecer os serviços e mantê-los em baixa qualidade (temos vários exemplos, basta puxar pela memória e querer enxergá-los). Acabam elegendo, para os mais diversos cargos, nomes cuja conduta está repleta de atos não republicanos, ilegais e imorais, mas que investiram alto na propagação de tais “mantras”, como se tudo estivesse ruim e fosse melhorar com a chegada deles ao poder. São velhas estratégias, utilizadas repetidamente pelos mesmos que, há décadas, delas se beneficiam.
A parte da sociedade que compra tais ideias parece sofrer de cegueira cognitiva. Os escândalos estão aí, claramente demonstrados, são de conhecimento público, mas, ainda assim, essa parte da sociedade simplesmente se cala, passa por cima e aceita-os como se normais fossem. Assim, vão deixando pra trás valores e condições que até ontem tinham como imprescindíveis para alguém ser eleito, e eis que temos uma total inversão de valores. Temos excelentes nomes sendo preteridos em prol de velhos e conhecidos ardilosos do poder.
Lamento, lamúria, negatividade, nada disso pode nos conduzir a um melhor caminho, inclusive em nossa vida pessoal. Quando temos uma questão a resolver, o ato de lamentar, de reclamar e de enfatizar o lado ruim e penoso da questão certamente levará ao aumento do peso do problema. O potencial doloroso e ruim dobra de tamanho, consome o dobro de nossa energia e, ao invés do discernimento necessário para pesar pós e contras e do raciocínio claro para sugerir e analisar soluções, restará o raciocínio obtuso e a sensação de falta de alternativas, pois o foco negativo rouba a energia que permitiria uma melhor análise da questão. E assim também funciona na egrégora social.
Nada irá melhorar se cada ser não melhorar, se não houver mudança dos perniciosos hábitos sociais e se cada ser persistir em se deixar levar por lamúrias e lamentos. É fato que todos nós já cometemos erros, já nos equivocamos, isso é natural e saudável. Entretanto, é preciso saciar a sede de conhecimento e sanar as dúvidas em fontes fidedignas, abrir a mente para conhecer outros caminhos. O que não é saudável e que torna uma sociedade adoecida moralmente e estancada no tempo é a repetição dos mesmos erros, a aceitação cega do negativismo ardiloso e a falta de coragem de ir além e buscar caminhos diferentes dos mesmos já trafegados.

Luciana G. Rugani
Uma experimentadora da arte

Rodolfo Campbell

As individualidades do ser humano é uma das belezas da diversidade, tornando cada um nós sujeitos únicos, e mesmo os que compartilham os mesmos genes tem suas particularidades e são singulares em alguns – para não dizer muitos – aspectos psicológicos, comportamentais e também físicos. E é libertador viver em plenitude com sua essência e suas vontades, sem cobranças, apontamentos e julgamentos por outros que gozam da mesma individualidade e são livres para serem quem são, mas que não entendem a delícia que a pluralidade proporciona.

Muita das vezes optamos por verde ou amarelo, azul ou rosa e arroz por cima ou por baixo do feijão, mas nós também somos condicionados em vários outros aspectos que independem de vontade, são características inatas que nos acompanham mas que podem gerar conflitos internos e também externos. E aí aparecem as dores que são das mais diversas possíveis, e uma delas é a representatividade, ou melhor, a falta dela.

Essa é uma dor silenciosa, difícil de ser diagnosticada, com consequências que vão do tentar reprimir suas vontades a não se reconhecer como um indivíduo dentro de um grupo. E quando os espaços de poder (que vai muito além da política) não refletem essa pluralidade, as decisões tomadas que influenciam a vida de todos são tomadas por apenas um. Por exemplo, o Brasil tem sua maior parte da população formada por mulheres e a maioria são “não brancos”, mas se observarmos os representantes eleitos pelo Brasil a fora, não veremos essa proporção, sendo as mulheres e os “não brancos” minorias.

Por ironia, num país laico, a melhor representatividade se dá no campo religioso, onde os cristãos são organizados e representados (no Congresso Nacional receberam a alcunha de “Bancada BBB – Bala, Boi e Bíblia”, e qualquer incoerência não é mera coincidência), mas que esquecem do princípio da laicidade, atacam outras religiões e governam sob os princípios bíblicos e não constitucionais (dizem “minha constituição é a bíblia”).

Em um pouco mais de 70 dias teremos a oportunidade de mudar esse panorama e devemos lutar por isso. Devemos ver uma pluralidade em todos os espaços e colocar nos lugares de tomadas de decisão pessoas que lutam por essa diversidade e respeitam a dor de ser quem se é!