BLOG DO TOTONHO

  • CANAL DO ITAJURU – SÃO BENTO

    Canal do Itajuru – Bairro do São Bento – Valéria Nogueira.

  • PEQUENAS DOSES

    Luiz Antônio Nogueira da Guia.

    Audiência Pública 1

    O assunto do dia em Cabo Frio foi a repercussão política da Audiência Pública realizada na Câmara de Vereadores sobre a alteração da Lei do Uso do Solo. É uma questão de extrema gravidade, porque certamente essa alteração vai dar a direção e qualidade da expansão urbana do município nos próximos anos. Tem tudo a ver com a qualidade de vida da população.

    Audiência Pública 2

    Os vereadores estão em final de mandato: é o fim dessa legislatura. Alguns desses vereadores não conseguiram sequer a reeleição, isto é, uma Câmara em final de mandato, examinando uma Lei de extrema importância. Será que os vereadores dessa legislatura tem autoridade política para trabalhar sobre uma Lei que vai influenciar direta e indiretamente, nos próximos anos, a vida de Cabo Frio?

    Presidência da Câmara

    Há quem diga que o presidente da Câmara está escolhido e que o nome é do vereador Waguinho Simão (PL), que foi o mais votado da história de Cabo Frio, quebrando até mesmo o recorde de Silas Bento. Até o momento, o prefeito eleito tem se mantido discreto sobre essa e outras questões políticas. Serginho Azevedo (PL) não quer desgaste antecipado.

    Rotina

    O deputado Serginho Azevedo (PL) tem mantido sua rotina de treinos, reuniões, mas tem se recusado a falar sobre questões de ordem política e administrativa. O prefeito eleito tem mantido a mesma cobertura de publicidade, centrada em seu cotidiano. Percebe-se postura voltada para evitar desgastes desnecessários.

    Transição

    Os jornais da TV aberta e as redes da Internet anunciam que a transição começou e com ela uma novidade: o vice-prefeito eleito Miguel Alencar (União Brasil), atual presidente da Câmara, ganhou status de super secretário, reforçando os laços políticos com o deputado Serginho Azevedo (PL).

    Miguel & Milton

    O vice-prefeito eleito, Miguel Alencar (União Brasil) deu uma demonstração de força política e eleitoral ao eleger seu pai, o cineasta Milton Alencar (Podemos) com expressiva votação para a Câmara de Vereadores. Milton Alencar Jr teve grande experiência como secretário municipal de cultura, mas é sua primeira disputa eleitoral e vitoriosa.

    “Facão Guarani”

    O Diário Oficial do Município tem trabalhado com intensidade. Impressiona o grande número de exonerações, talvez com o objetivo de impedir que o volume de gastos da folha de pagamentos ultrapasse o percentual permitido por Lei. O “facão guarani” tem cortado rente e incomodado a muitos vereadores.

    Grupo Nós do Choro e Bloco Parókia

    A jornalista Fernanda Carriço vai estar no Canal Moacir Cabral na quarta-feira, 23, às 18 horas. Serão histórias, envolvendo duas paixões: o choro (Grupo Nós do Choro) e o tradicional Bloco Parókia. Moacir Cabral vai entrevistar a produtora Joselene Gomes e os músicos Reginaldo Mendonça e David Cúrcio: o programa vai ao ar no You Tube Facebook e Canal.

  • O SAPATEIRO

    Paulo Cotias (*)

    O Sapateiro

    Antigamente, na minha rua, havia um sapateiro. Aliás, permitam-me melhorar a descrição. Era uma sapataria completa, porém, de propriedade de um sapateiro italiano. Por isso, não era dessas sapatarias atuais que apenas vendem sapatos ou como os variados marketplaces virtuais. Ali, você encontrava uma atmosfera diferente, como se escolher sapatos fosse uma espécie de arte. Havia os modismos é claro, com as últimas novidades temáticas, os pares que tinham a marca dos artistas do momento ou que a propaganda de massa tenha conseguido nos convencer sobre o seu produto representar mais do que um calçado para os pés, mas sim, um estilo de vida. Contudo, também era um tempo no qual os valores da estética ainda perdiam para outros requisitos mais apropriados ao mundo dos sapatos. Por isso, era importante que os cartazes ou mesmo a descrição dos fabricantes, proporcionassem ao vendedor os argumentos necessários ao convencimento sobre a durabilidade e o conforto e o restante se comprovava na prática.

    Toda a vez que eu entrava lá me encantava com aquela atmosfera, meio loja, meio oficina. E era assim mesmo que a experiência de adentrar ao recinto se fazia acontecer. Primeiro as vitrines, exigência da modernidade. Mas, conforme você avançava, um cheiro denso, solene e começava a paisagem das caixas empilhadas, as prateleiras de madeira maciça que iam até o teto, cheia de outras tantas caixas, uma velha e rabugenta escada de madeira e, na fronteira entre a venda e a arte, o balcão. Nele começavam a surgir algumas traquitanas que só se viam antigamente. Um alargador de sapatos, diferencial caso algum freguês ou freguesa pedisse para tornar o couro mais gentil, uma caixa registradora austera e, na parte de baixo, por trás de uma fina vidraça, os produtos que toda pessoa com sapatos felizes deveria ter: escovas, pastas, graxas, panos e por aí vai.

    Por detrás do balcão, uma pequena passagem escondia o cômodo da oficina. Jamais pude entrar lá, mas sempre espiava, cada vez com mais detalhes, aquilo que parecia um estúdio de alquimista. Do chão ao teto, pendiam cadarços de todas as cores, tiras de couro, solados de borracha, pedaços de tecido. Tornos, lixas, frascos de cola, prensas. Ali um sapato ganhava uma nova chance. Hoje, nossa cultura mercantil é implacável: descartamos um calçado ao menor sinal de desgaste ou defeito. Mas naquele tempo, um sapato surrado voltava à vida, garboso e reluzente, como que agradecido por continuar a servir aos nossos pés. Tudo isso pelas mãos do artesão.

    O velho italiano, de sotaque marcante, que também herdou provavelmente tantas histórias e tinha no fundo da loja um oratório de São Francisco de Assis, era uma lição viva de que a existência é realmente ambígua. Ora devemos, querendo ou não, nos despedir do que fez parte da nossa caminhada e abraçarmos o novo, ora usar do discernimento de que as vezes as coisas só precisam de reparos cuidadosos para voltarem a ser tão boas como sempre foram. É assim para os sapatos e também para as pessoas.

    (*) Prof. Paulo Cotias é psicanalista e escritor. Visite o site: www.psicotias.com

  • A MARCHA DA INSENSATEZ ISRAELENSE

    Cláudio Peres Leitão (*)

    O mundo está apreensivo e estupefato com o conflito entre Israel, Hamas, Hezbollah e até o Irã por tabela. É difícil até adjetivar este conflito, guerra não é. Existe uma enorme desproporção de forças. O Hamas e o Hezbollah não são Estados. São grupos extremistas islâmicos, que governam precariamente, a Faixa de Gaza com a Lei da Sharia no caso do Hamas, e o sul do Líbano, além de participar do parlamento libanês como partido político, no caso do Hesbollah. Ambos são apoiados pelo Irã.

    Na resposta a estas agressões, Israel retalia para atingir o Hamas e o Hesbollah, mas sempre de forma desproporcional, massacrando a população civil palestina e libanesa, impondo restrições das condições de vida e morte por bombardeios contínuos. Tais medidas já foram condenados pela ONU nesta e em outras oportunidades anteriores.

    A questão nada tem a ver com religião. É incrível como tem pessoas evangélicas que acham isso. O conflito é territorial. Israel há mais de 70 anos vem invadindo e ocupando terras palestinas descumprindo Convenções Internacionais, oprimindo e segregando o povo palestino. Isso é fato inegável. O mundo silencia para isso. O apoio incondicional dos EUA ao estado judeu é fundamental para essa inação dos organismos internacionais.

    Gaza é a maior prisão a céu aberto do mundo. Vive controlada pelo exército israelense e em constante crise humanitária. Depende para a sua sobrevivência de ajuda internacional, principalmente em comida e remédios. Israel controla tudo que entra e sai de Gaza há décadas.

    País nenhum, inclusive os EUA, quando atacado por grupos terroristas, respondem a isso e “caçam” terroristas com ataque e mortes a população civil. A imprensa brasileira em sua maioria, ao retratar o conflito, mostra um claro favorecimento a Israel em sua linha editorial. Fatos históricos são omitidos e a violência praticada contra mulheres e crianças palestinas e libanesas são minimizadas. É uma vergonha.

    Israel pratica um apartheid interno contra a população árabe-israelense que mora em Israel, reduzindo seus direitos de cidadania quando comparado aos judeus. Isso precisa ser dito para o mundo. A extrema direita hoje no poder em Israel foi avisada pelo serviço secreto egípcio que o Hamas preparava uma grande ação armada contra o país. Netanyahu ignorou os avisos de propósito, segundo fontes jornalísticas árabes, exatamente para forçar o conflito, entretanto, calculou mal o tamanho da catástrofe e as repercussões.

    O objetivo é ocupar Gaza e forçar a saída dos palestinos. Ele já disse em entrevistas que a resposta israelense seria devastadora e “transformaria Gaza num deserto”. O sentimento que move estes sionistas é de vingança contra todo um povo. O premier israelense precisa da guerra para permanecer no poder. Qualquer atentado terrorista deve ser condenado por todos, mas um Estado estabelecido não pode responder com práticas iguais.

    Grupos terroristas são marginais a leis internacionais e ao bom senso da civilização, mas um estado estabelecido não é. Tem que seguir a Lei e as Convenções Internacionais. Israel comete claramente crimes de guerra em Gaza e no Líbano. Isso é outro fato incontestável. O “direito de defesa israelense” não lhe dá direito de matar palestinos e libaneses inocentes. O problema destes radicais sionistas é que eles acham que todo palestino é culpado por existir o Hamas e todo libanês por existir o Hezbollah.

    Na década de 90, tanto os EUA quanto o próprio Israel ajudaram a fortalecer o Hamas para enfrentar o Fatah/OLP, outro grupo islâmico que governa a Cisjordânia e abandonou a luta armada. O quadro no Oriente Médio sempre foi complexo e não dá para ser retratado num pequeno texto, mas recomendo a todos não se informarem apenas pela mídia tradicional. Leiam outros autores e procurem também ver e ouvir as mídias alternativas.

    A guerra é uma estupidez e contraria a lógica humana, já dizia Neruda.

    (*) Claudio Leitão é economista e professor de história.

  • OPINIÃO SOBRE A LEI DE USO DO SOLO

    Segunda-feira (21), na Câmara Municipal de Cabo Frio, aconteceu a audiência pública para discussão da minuta do projeto de lei que trata dos novos zoneamentos e da verticalização no Município. Por tratar-se de um projeto de lei de autoria do Executivo, de início a palavra foi dada ao representante do Executivo para que fosse feita a apresentação do projeto. Após a apresentação, a palavra foi passada para membros da sociedade civil que, previamente, inscreveram-se para falar.
    De um modo geral, o entendimento de que é preciso que haja maior discussão, inclusive com pareceres de especialistas da área de outros órgãos, como, por exemplo, universidades federais, foi praticamente unânime. Além disso, a quase totalidade dos inscritos concordou que Cabo Frio não possui infraestrutura necessária para suportar um aumento de gabarito. O Município, atualmente, possui graves problemas de alagamentos, mobilidade urbana, trânsito, coleta de esgoto, poluição da laguna e, sendo assim, um aumento do gabarito complicaria ainda mais a situação. Foi dito que qualquer alteração desse tipo deveria ser precedida da adequação da infraestrutura, sendo inaceitável que haja maior verticalização sem antes haver a resolução desses problemas. Outros pontos que merecem destaque são a fala de que há pontos da cidade (como o Bairro São Cristóvão) cujo solo é de tabatinga e, por isso, não suportaria construções mais elevadas. Tal fato representaria uma grave responsabilidade para todos os envolvidos neste projeto, em especial para os vereadores responsáveis por sua aprovação. Ponto importante foi a fala de que uma cidade turística que não é pensada para seus moradores acaba por afastar o turista. E é verdade, pois, se uma cidade que não consegue se adequar para oferecer bons serviços aos seus cidadãos no cotidiano, ela possivelmente vivenciará um caos na prestação dos serviços em períodos de alta temporada. Outra questão importante foi que uma maior verticalização acabará por agravar a situação habitacional dos mais carentes.
    A audiência durou mais de quatro horas e foi muito rica em colocações. Apenas o vereador Luís Geraldo manifestou-se contra a verticalização da maneira como ela foi proposta e em apoio a um tempo maior de estudo da matéria.
    Finalizada a audiência, a matéria deverá ser encaminhada para análise da Comissão de Constituição e Justiça e seguirá a tramitação regimental. A partir de agora, é extremamente importante que a população acompanhe a tramitação do projeto de lei e participe do processo.
    Cabo Frio não combina com o aumento da verticalização, pois esse aumento pode simplesmente destruir tudo aquilo que representa o seu diferencial e a razão pela qual tantos optam por nela viver.
    Acesse as redes sociais da Câmara Municipal de Cabo Frio para assistir ao vídeo completo.

    Luciana G. Rugani
    Academia de Letras e Artes de Cabo Frio – ALACAF e Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA

  • Editor e escritor Rodrigo Cabral lança o livro de poemas “refinaria” em Cabo Frio no dia 25 de outubro (sexta-feira)

    Evento contará com ocupação cultural na Rua Major Belegard, 502, na altura do Espaço Cultural Sophia Editora

    O editor e escritor Rodrigo Cabral lançará em Cabo Frio, no dia 25 de outubro (sexta-feira), seu primeiro livro de poemas, “”refinaria” (Sophia Editora, 120 págs.). O encontro acontece no Espaço Cultural Sophia Editora, no Centro. Será realizada ocupação cultural na altura da Rua Major Belegard 502, das 17h às 22h, com apresentações musicais, exposições de artistas visuais e de obras literárias. Em “refinaria”, o escritor reúne poemas que dialogam com as transformações da paisagem da Região dos Lagos (RJ) e com a memória afetiva. O primeiro lançamento foi realizado na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2024.

    O evento será aberto ao público. Às 17h, o músico e poeta Junior Carriço abre as atividades com apresentação de músicas autorais e de Victorino Carriço (1912 – 2001), seu avô. Victorino deixou importante legado poético para a Região dos Lagos. Às 18h30, é a vez da apresentação do trompetista Reginaldo Mendonça. Das 18h50 às 20h, leitura de poemas e bate-papo com Rodrigo Cabral. Às 20h30, Lis e Rodrigo Britto fecham a noite com voz e violão.

    Todo o encontro contará com exposições dos seguintes convidados: Azulamarelo, estamparia artesanal da produtora Marilac Braga; Subverso Zines, do escritor e editor Frederico Tavarez, Selo Iguana e Borboleta, da escritora e editora Eliana Navarro; Laboriosa Produções Poéticas, iniciativa editorial de Júlia Vita e Paula Lemos; Atila Reis, artista visual que fará pintura ao vivo; Rapha Ferreira, artista visual e ilustrador de “refinaria”, com exposição de telas originais do livro; e Retratos da Nana, projeto fotográfico da fotógrafa e escritora Natalia Alves Forattini.

    A Sophia estará de portas abertas, com todos os livros disponíveis para consulta e compra. Será, também, momento oportuno para trocas entre leitores e outros autores da editora. Rodrigo Cabral fará sessão de autógrafos durante a noite.

    Em “refinaria”, Rodrigo utiliza a poesia como ferramenta para explorar cenários em constante mutação. O livro retrata com sensibilidade a relação do autor com o espaço onde cresceu, Cabo Frio e a Laguna de Araruama, a maior do mundo em hipersalinidade permanente. “Ouvi o que esses cenários diziam sobre as memórias, sempre borradas e fragmentadas”, conta.

    Rodrigo reflete sobre os processos contínuos de transformação e refino, tanto no território como na própria vida e no ato de escrever. A figueira centenária da rua da infância do autor, por exemplo, torna-se inspiração porque é um dos poucos elementos que permanecem em meio ao que se transforma. Os poemas se movem entre temas como a relação do autor com o pai, a paisagem local e as dinâmicas internas da memória. “O livro também trata da própria escrita, ao texto constantemente revisto, refeito e relido, em um processo contínuo de busca por significado”, revela o escritor.

    Os versos do livro equilibram a linguagem regional com uma universalidade poética, permitindo que os leitores encontrem pontos de conexão tanto com o cenário local quanto com as emoções e vivências humanas. Além disso, a obra faz referência à formação geológica da camada pré-sal e traça paralelos com a história da cana-de-açúcar em Campos dos Goytacazes (RJ), cidade natal do autor.

    Sobre o autor

    Rodrigo Cabral, 34 anos, nasceu em Campos dos Goytacazes (RJ) e cresceu em Cabo Frio (RJ), onde fundou a Sophia Editora. Sua escrita é fortemente influenciada pelas paisagens da Região dos Lagos e pelas memórias de infância, temas centrais de sua obra poética.

    Em 2024, Rodrigo foi segundo colocado no Prêmio Off Flip de Literatura na categoria Contos e finalista na categoria Poesia. Durante a Flip deste ano, o escritor participou do lançamento das antologias da premiação. Além dele, a mesa foi composta por Ateide Menezes, de Aracaju (SE), vencedor na categoria Crônica com o texto “Crônica da santa de Aracaju”, e do editor do Selo Off Flip, Ovídio Poli Junior. Durante sua fala, Rodrigo apresentou o trabalho desenvolvido pela Sophia e anunciou o lançamento de “refinaria”.

    “Em “refinaria”, a escrita parte das memórias. É a contemplação do que se transforma e do que permanece. O poema é sempre um recorte. Ao poeta, cabe tentar coletar a poesia que encontra, em estado bruto, na vida”, disse.

    No ano anterior, Rodrigo Cabral conquistou o terceiro lugar no Festival de Poesia de Lisboa e, em 2022, foi também finalista do Prêmio Off Flip na categoria Poesia.

  • CABO FRIO

    Forte São Matheus – Márcia Cristina de Oliveira.

    Praia do Forte – Márcia Cristina de Oliveira.

    Centro de Cabo Frio – Márcia Cristina de Oliveira.

    São Jacintho – Márcia Cristina de Oliveira.

  • PEQUENAS DOSES

    Luiz Antônio Nogueira da Guia.

    Jesus: a derrota em 6 de outubro

    O vereador Roberto de Jesus (PRTB) montou grande estrutura dentro do governo de Magdala Furtado (PV), com o objetivo de ser reeleito: tinha na mão até mesmo a secretaria de governo. Não deu! O eleitorado rejeitou o projeto de reeleição dele e da prefeita e de outros tantos do mesmo grupo derrotado de forma acachapante, em 6 de outubro.

    Consternação 1

    Há quem diga que contribuiu e muito para a derrocada política e eleitoral do grupo político da prefeita Magdala Furtado (PV) a maneira pela qual ela tratou o falecido prefeito José Bonifácio (PDT) durante sua doença, tocando a todos que conviveram com o então prefeito de Cabo Frio, tanto no campo pessoal, quanto político.

    Consternação 2

    Ao assumir, dentro de um clima de grave consternação, a prefeita Magdala Furtado (PV) não teve o comportamento político e humanitário adequado, digamos assim. Preferiu acompanhar a ansiedade do seu grupo, principalmente alguns vereadores, que queriam assumir o poder e mudar radicalmente a orientação do governo. Refletiu muito mal na sociedade de Cabo Frio.

    Basta!

    Mesmo assim, após a derrota em 6 de outubro, o vereador Roberto de Jesus (PRTB), insiste no retrocesso ao tentar reintroduzir no Reveillon os fogos com barulho, que tanto mal fazem aos autistas, doentes e animais de um modo geral. Será que a derrota eleitoral, com a população rejeitando seus quatro anos no legislativo, não bastou?

    Zoneamento, uso e ocupação do solo

    Acontece hoje, segunda-feira, 21, a partir das 10 horas, na Câmara Municipal a Audiência Pública que terá como tema o Projeto de Lei Complementar 008/2024. O projeto estabelece novos critérios para um novo Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo, gerando intenso debate, porque aumenta consideravelmente o gabarito dos prédios no município.

    Questão de autoridade política

    É bastante complexo, digamos assim, que os vereadores que estão encerrando o mandato, alguns, inclusive não foram reeleitos, sejam convocados para examinar um tema, que vai definir o futuro do município de Cabo Frio. É claro, que o legislativo, eleito para o novo quadriênio terá muito mais autoridade ética e política para discutir questão de tanta gravidade e importância.

    Janio & Marquinho

    O ex-deputado Janio Mendes (PDT) não sumiu e parece ter aceitado, com responsabilidade e naturalidade a derrota eleitoral, em 6 de outubro. Participou com muito bom humor, do programa Arquivo Aberto, do Canal Moacir Cabral. O mesmo não aconteceu com Marquinho Mendes (MDB), que deu uma votação fraquíssima a sua esposa Kamilla. O ex-prefeito desapareceu do cenário político.

    Boa oportunidade

    Na segunda-feira, 14, o empresário Luiz Césio Caetano, acionista da Sal Cisne assumiu a presidência da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro pelos próximos quatro anos, até 2028. É uma boa oportunidade para o novo governo tornar mais amplas as relações com a FIRJAN, que certamente, tem condições de estabelecer convênios e prestar assessoria de excelência ao município de Cabo Frio.


  • IRRESPONSABILIDADE CULTURAL

    José Facury (*)

    Um sério problema está acontecendo com as leis de fomento da cultura. É que quando o Minc por questões de prazos prorrogou as prestações de contas dos entes federados da LPG e da PNAB que são leis de 2023, a maioria destes acabaram fazendo o mesmo para com os possíveis contemplados, causando problemas sérios de continuidade nas ações e nos compromissos antes assumidos.
    Lógico que, entendemos as dificuldades do problema eleitoral nos municípios, mas por quê o mesmo nos Estados? No conselho nacional perguntamos se isso foi combinado, disseram que não…
    Tem cidades na nossa Região dos Lagos que ainda não pagaram os contemplados da LPG e ainda não lançaram o edital da PNAB e todos tendo que prestar contas ao Governo Federal até 31 de dezembro de 2024.
    Como os recursos já estão no caixa das prefeituras há um ano rendendo juros, dá vontade de perguntar se estão “pedalando” com a grana.
    Depois, se não repassarem e tiverem que devolver, vai sobrar para as novas gestões tentarem resgatar essa grana e não vão conseguir.
    E os que pagarem vão deixar os vencedores tendo que realizar seus projetos às pressas e prestar contas, no mais tardar até meados de julho de 2025.
    Ou seja, como sempre sobrará para os já ou possíveis contemplados. Louvo os municípios da nossa região (São Pedro e Rio das Ostras) que cumpriram os seus compromissos com as suas bases.

    (*) Conselheiro Nacional de Cultura.

  • MAR DE CABO FRIO

    Luciano Barbosa

  • PEQUENAS DOSES

    Luiz Antônio Nogueira da Guia.

    Poucas pistas

    Nas notas que publicam em suas páginas e perfis na Internet, o prefeito eleito Serginho Azevedo (PL) e seu vice Miguel Alencar (União Brasil) dão a entender que o estudo dos materiais para a transição governamental, começou. Não dão muitas pistas de encontros, diálogos ou reuniões com o grupo de Magdala Furtado (PV). É o que temos no momento.

    Curiosidade X Segredo

    Serginho Azevedo (PL) e Miguel Alencar (União Brasil) ainda não liberaram notícias mais consistentes sobre o processo de transição. Acredita-se que as primeiras iniciativas tenham acontecido, mas o prefeito eleito e seu vice parecem não querer nenhum “pitaco”, mesmo dos seus aliados. Não tem como! Vai chegar uma hora que a curiosidade vai matar o segredo.

    Cultura/Ambiente/Turismo

    Quais serão as diretrizes e prioridades do novo governo para duas áreas essenciais para Cabo Frio: cultura e meio-ambiente? Bem articulados esses dois eixos desaguam num turismo de alto nível e absolutamente rentável, melhorando a qualidade de vida da população como um todo e não de parte dela.

    Sumida?

    A ainda prefeita Magdala Furtado (PV), antes tão ansiosa de aparecer na mídia, cantando e até fazendo coreografia de dancinhas, junto com seu companheiro de chapa, Léo Mendes (MDB), anda sumida. Alguns observadores acreditam que a prefeita está recolhida no 2º Distrito de Tamoios, outros dizem que foi para Santa Maria Madalena.

    Se procurar, acha!

    O tal do choque de ordem, se for pra valer não deve atingir apenas flanelinhas, ambulantes, barraqueiros, a parte mais pobre da população. É necessário que a área jurídica da prefeitura (Procuradoria Geral) faça uma rigorosa revisão nas concessões feitas pelo poder público municipal. São anos de privilégios.

    Pode ou não pode?

    Boxes da Praça da Cidadania, quiosques tanto na orla das praias, como aqueles instalados ao longo do Canal do Itajuru. Seria de muita utilidade a prefeitura examinar juridicamente a situação dos mesmos. Quais os concessionários? Exploram diretamente ou arrendaram? O que a Lei permite?

    Reestruturação do espaço urbano

    É preciso que o choque de ordem não atinja apenas o pequeno, mas reestruture e dê novo espaço organizacional ao espaço urbano do município. Muita gente em Cabo Frio se desacostumou, ao longo dos anos, a ter respeito por normas, decretos, resoluções e a própria Lei. É preciso mais civilidade.

    Perigo & Desrespeito 1

    Não adianta reprimir os flanelinhas na Praia do Forte e Peró e ao mesmo tempo ignorar os comerciantes, que, na Passagem ocupam perigosamente metade da pista da Avenida do Contorno. Certos dias, principalmente aos fins de semana, passa apenas um veículo. O trânsito fica congestionado, atrapalhando a circulação.

    Perigo & Desrespeito 2

    É uma falta de respeito aos consumidores: o interesse individual não pode se sobrepor ao coletivo., sem dar a menor bola para a legislação de trânsito. Além disso existe o perigo para a integridade física dos frequentadores, sentados praticamente no meio da rua. Parece que apenas o lucro levado as alturas interessa.

  • CONTO DE AMOR

    Rubem Fonseca – 1925/2020.

    Quando servi o Exército eu me tornei especialista em bombas. Sei fabricar qualquer tipo de bomba portátil, muito usada por terroristas. A bomba que eu estava fazendo tinha que ter efeito fulminante, para que a vítima nada sofresse. E antes da explosão, era necessário que fosse emitido um feixe de luz radiante que fizesse a vítima perceber a iminência da explosão.

    A pessoa que eu queria matar era o meu filho João.

    Minha mulher Jane estava grávida quando fui enviado ao exterior com um contingente do Exército a serviço das Nações Unidas. Fiquei ausente cerca de dois anos. Escrevia constantemente para Jane e ela respondia. Quando o meu filho nasceu e recebeu o nome de João, as cartas de Jane ficaram bem estranhas. Ela dizia que precisava falar comigo uma coisa muito séria, mas não sabia como. Eu respondia impaciente para ela dizer de qualquer maneira, mas ela persistia na falta de clareza, que cada vez piorava mais. Afinal, Jane deixou de responder minhas cartas.

    Quando voltei da missão da ONU, corri para casa assim que desembarquei no aeroporto.

    Jane abriu a porta para mim. Seu aspecto me surpreendeu. Estava envelhecida, pálida, parecia doente.

    “Onde está o João?”, perguntei. Jane começou a chorar convulsivamente, apontando a porta do quarto onde ele estava.

    Entrei no quarto, seguido de Jane.

    João estava deitado no berço, um menino lindo, que ao me ver deu um sorriso. Peguei-o no colo. Então, tive uma surpresa que me deixou atônito. João só tinha uma perna e um braço, eram os únicos membros que possuía.

    Jane estendeu-me um papel, todo amassado, uma receita médica onde estava escrito: esta criança sofre de focomelia, uma anomalia congênita que impede a formação de braços e pernas. Jane cuidava do João com o maior cuidado e com grande carinho. Mas ela definhava cada vez mais e morreu quando João tinha seis anos. Eu dei baixa no Exército para poder cuidar do meu filho. Quando eu perguntava se ele queria alguma coisa, ele dizia “Eu quero ir para a guerra”.

    Sua deficiência física se agravava com a idade. Ele tinha 15 anos, mas não podia andar, estava impossibilitado de exercer as mínimas atividades físicas.

    “Eu quero ir para a guerra, papai”, ele pediu mais uma vez.

    Então decidi que ele iria à guerra. Foi quando preparei a bomba.

    Com a bomba na mão eu disse: “Meu filho, você foi convocado para ir à guerra.”

    “Obrigado, meu pai querido, eu te amo muito.”

    Eu o amava mais ainda.

    Coloquei a bomba na sua mão.

    “Essa bomba vai explodir. É a guerra”, eu disse.

    “É a guerra”, ele repetiu feliz.

    Saí do quarto onde estava. Pouco depois vi o clarão.

    João também viu esse clarão, feliz, antes da bomba explodir, matando-o.

    Eu amava o meu filho.

  • BARRA DO SANA & FLORES DA RESTINGA

    Eduardo Pimenta

    Evangelos Pagalidis

  • PEQUENAS DOSES

    Luiz Antônio Nogueira da Guia.

    Café da Jack

    Ontem a tarde as mesas do Café da Jack, no Lagoa Shopping, ficaram cheias dos velhinhos conversando sobre o resultado das eleições e seus desdobramentos: Cláudio Leitão, Duca Monteiro, Flávio Rebel, Hermínio Violeiro e seu neto Felipe, José Américo Trindade (Babade), Juninho Nogueira (Caju), Manoel BV, o portuga Narciso Conceição e outros tantos, cujos nomes escaparam ao editor.

    Babade ou Tio Chico?

    A tarde teve novidades: o comunista-franciscano, José Américo Trindade, mais conhecido pela alcunha de Babade ou mesmo Babadovsky, herdeiro de um velho “russo branco”, das estepes soviéticas, resolveu dar um trato nas envelhecidas madeixas. Resultado, ficou com a cara do Tio Chico da Família Addams.

    Oremos!

    Além da presença de Flávio Rebel, comemorando as vitórias de Alfredo Gonçalves (Republicanos) e do prefeito Serginho Azevedo (PL), no fim de tarde, desembarcou no Café da Jack, nada mais nada menos, que o intrépido assessor especial de Magdala Furtado (PV), Juninho Nogueira. Também conhecido por Caju, Juninho disse que se ofereceu ao governo para ajudar a transição, na área da Cultura. Amém!

    Arquivo Aberto

    O jornalista Moacir Cabral, através do seu canal no YouTube, deu início a série de entrevistas no programa Arquivo Aberto. O primeiro entrevistado foi o líder do PDT de Cabo Frio, o ex-deputado Janio Mendes. Para surpresa geral a entrevista não se deu entorno da política, mas da história e vivências de Cabo Frio.

    A Publicidade!

    O prefeito eleito, Serginho Azevedo (PL) continua apostando numa publicidade, calcada no cotidiano da família, na relação direta com a população, mas procurando não revelar a quantas anda as conversas para a montagem do novo governo e a transição com a desgastada administração de Magdala Furtado (PV).

    Trabalho!

    Conversar com a bancada eleita para trabalhar a formação do novo secretariado e discutir como vai se dar a eleição para nova mesa da Câmara, o presidente em particular, são tarefas inerentes ao prefeito eleito. É claro! Exige habilidade! Capacidade de diálogo! Entendimento sobre o seu papel na estrutura pública.

    Adesão de Ata 1

    A Adesão de Ata é uma modalidade da Lei das Licitações, aprovadas recentemente pelo Congresso. Apesar de ser um método legal, a Adesão de Ata é o mais próximo de uma “corrupção legalizada”, amparada pela Lei. Isso permite um contrato a uma empresa previamente escolhida que, mediante alguns interesses, é contratada fugindo da Licitação de preços mais econômicos aos cofres públicos.

    Adesão de Ata 2

    Ao fazer uma Adesão de Ata, modificando toda as refeições e merendas das unidades escolares de Cabo Frio, há 2 meses do final do governo, com um custo de mais de R$ 47 milhões de reais e com um empresa já relacionada com atos duvidosos, não pode ser considerada um ato de interesse público do município. Esperamos os próximos passos.

    Choque de ordem 1

    Que venha o tão esperado e prometido choque de ordem no município de Cabo Frio. Flanelinhas, ambulantes, quiosques, barracas na praia e etc, devem seguir uma regulamentação que atenda ao município, sua população, turistas e aos próprios autorizados. Com organização todo mundo ganha.

    Choque de ordem 2

    O prazo de choque de ordem é curto, pois logo após a posse do novo governo, em 2 meses chega o Carnaval e aí se espera a cidade bem mais organizada: a realidade de hoje é de uma bagunça generalizada onde vale quase tudo, talvez tudo mesmo, principalmente na orla e proximidades da Praia do Forte.


  • SOPHIA NA FLIP

    Rodrigo Cabral

    Sophia na Flip: os debates que permearam a participação da editora no evento.

    A relação entre território e criação literária, as discussões sobre questões raciais e a presença feminina no mercado editorial foram temas que marcaram a participação da Sophia na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2024. A editora, sediada em Cabo Frio e mantida pelo escritor Rodrigo Cabral, fez parte da Casa Gueto, espaço de produtores independentes organizado pela paulistana Patuá. Um dos principais eventos literários do país, a Flip aconteceu entre 9 e 13 de outubro. A 22ª edição do evento fez homenagem a João do Rio (1881 – 1921).

    No dia 10 de outubro, quinta-feira, na Casa Gueto, Leandro Miranda e Rodrigo Cabral participaram da mesa “Território e criação literária: de onde parte a escrita?”. Eles foram acompanhados por Marta Cortezão (TAUP), Adriana Antunes (Libertinagem) e Kim Wicks (Laboriosa Produções Poéticas), com mediação de Júlia Vita (Laboriosa Produções Poéticas).

    Autor de “K – 36 – o zeppelin que caiu no Cabo” e “Histórias do Arraial e a fábrica da baleia”, Leandro Miranda foi questionado por Júlia Vita sobre o impacto que seus livros causam na cidade.

    — Levei quatro anos para fazer o primeiro livro sete para completar o segundo. As pessoas se veem nos livros. É gratificante esse retorno que recebo dos personagens que estão nas obras. Na verdade, sem eles eu não conseguiria escrever. São memórias que poderiam se perder com o tempo. Por isso, é preciso muito cuidado na hora de pesquisar e de escrever também — explicou o historiador, que fez sessão de autógrafos de “Histórias do Arraial e a fábrica da baleia” no mesmo dia, às 19h.

    Enquanto isso, Rodrigo Cabral detalhou como o trabalho de pesquisadores, a exemplo do próprio Leandro, ecoa em sua produção literária. Durante sua fala, Rodrigo leu seu poema intitulado “pesca do vigia”. Na antiga tradição de Arraial, o vigia, no topo do morro, observa o movimento dos cardumes a olho nu e, apenas com gestos, indica aos pescadores aos pescadores a direção em que os peixes se movimentam e a espécie. No poema de Rodrigo, o vigia transforma-se em poeta: “O poeta revela palavras no mar / crianças escrevem peixes em casa”.

    Durante a tarde, às 15h, no Sesc Santa Rita, Rodrigo Cabral participou do lançamento das antologias do selo Off Flip de Literatura – o autor foi segundo colocado na categoria Contos e um dos destaques na categoria Poesia. Além de Rodrigo, a mesa foi composta por Ateide Menezes, de Aracaju (SE), vencedor na categoria Crônica com o texto “Crônica da santa de Aracaju”, e do editor do Selo Off Flip, Ovídio Poli Junior. Durante sua fala, Rodrigo leu o conto “O encontro do lamparão com a galesca”, apresentou o trabalho desenvolvido pela Sophia e anunciou o lançamento de seu primeiro livro de poesia, “refinaria”.

    — Em “Refinaria”, a escrita parte das memórias. É a contemplação do que se transforma e do que permanece. O poema é sempre um recorte. Ao poeta, cabe tentar coletar a poesia que encontra, em estado bruto, na vida — explicou Rodrigo, que fez sessão de autógrafos da obra no dia 11, na Casa Gueto.

    Também no dia 11 de outubro, Gessiane Nazario participou da mesa “Vamos falar sobre questões raciais?”, às 10h, ao lado de Cidinha da Silva, Débora Augusto Franco (Patuá), Anízio Viana (TAUP) e Aline Monteiro (TAUP). Na ocasião, a autora de “Revolta do cachimbo – a luta pela terra no Quilombo da Caveira” falou sobre as inspirações para escrever seu primeiro livro infantil, “Aspino e o boi”.

    – A soltura desses bois na roça era parte da estratégia dos fazendeiros da Fazenda Campos Novos para expulsar nossos ancestrais, nossos bisavôs. Mas nossos ancestrais resistiam. Derrubavam a casa deles. Eles erguiam a casa de novo. Foi muita resistência. Essas histórias não são contadas. A história oficial, que predomina no território de Búzios, por exemplo, é a da visita de Brigitte Bardot. A nossa história é outra. Aspino é o pai do meu avô, Natalino. Ouço essa história desde criança. É algo muito simbólico. Quando meu bisavô estava voltando da roça, vinha o boi do fazendeiro. Certa vez, ele não resolveu fugir. Decidiu enfrentar o boi, como se fosse o próprio fazendeiro – contou Gessiane.

    A autora fez sessão de autógrafos de “Aspino e o boi” no mesmo dia. De noite, conduziu roda de conversa chamada “O aquilombamento da literatura infantil”.

    – É curioso que a história começa com “Era uma vez”, seguindo a tradição ocidental de contação de histórias de forma lúdica, mas não há necessariamente um final feliz. Não se trata de um conto de fadas. O livro mostra que a literatura infantil também pode trazer verdade. E que as crianças podem entender essa verdade. Depende do jeito como é contado. Também não podemos desprezar o papel do mediador, daquele que lê o livro junto com as crianças – comentou o artista visual Rapha Ferreira.

    Rapha, aliás, ilustrou o livro “Refinaria”, de Rodrigo Cabral, e esteve presente na sessão de autógrafos da obra.

    – Entendo que o artista é alguém que monta um repertório de inutilidades. Acontece que esse repertório, em algum momento, frutifica.

    Ainda no dia 11, Jaqueline Brum realizou sessão de autógrafos para seu livro infantil “Aventuras na laguna”. À noite, a escritora e coordenadora do grupo Flores Literárias participou do debate “Anônimo não é nome de mulher – escrita e apagamento”, ao lado de Anélia Pietrani ou Marina Ruivo (Garoupa), Iviny (Xará), Luciana Lima Silva (Patuá / Nauta) e Vivi de Paula (Nauta / Comala). A mediação foi de Débora Porto (Escola de escritoras).

    – Escrevo desde pequena, mas nunca me reconheci escritora. Tive uma avó que teve sua voz silenciada, seus textos trancados. Mas a nossa casa era pura arte, pura poesia. Em algum momento isso aflorou em mim. Publico desde 2015. De lá para cá lancei seis livros. Comando desde 2016 um coletivo, junto com mulheres incríveis, chamado Flores Literárias. É um coletivo que luta e resiste para fazer acontecer. Nós organizamos a Flic, a Festa Literária Cabo-friense – disse Jaqueline, que atualmente preside a Academia de Letras e Artes de Cabo Frio (Alacaf).

  • SALINA

    Eduardo Pimenta

  • PEQUENAS DOSES

    Luiz Antônio Nogueira da Guia.

    Humildade?

    Em entrevista pós-derrota em 6 de outubro a prefeita Magdala Furtado (PV) tenta aparentar uma humildade e transparência, que não teve durante seu governo e mesmo antes de assumir o cargo no lugar de José Bonifácio (PDT). Quem sabe a fragorosa derrota serviu para dar a quase ex-prefeita maior capacidade de enfrentar os dissabores da política e talvez escolher o caminho de abandoná-la.

    Cara de pau!

    Cá entre nós meu caro leitor, soa um pouco demais o papo de Magdala Furtado (PV), que gostaria de ter a médica Ana Valladão, viúva do prefeito José Bonifácio (PDT) como sua companheira de chapa em 6 de outubro. Esqueceu muito rapidamente da oposição cerrada que fez ao ex-prefeito, que não arrefeceu sequer quando a doença dele se agravou e nas medidas, que como prefeita tomou logo que assumiu.

    Transição? 1

    O prefeito eleito ainda não deu qualquer pista sobre o programa do novo governo. Fala em reorganização, reestruturação, mas não existe, ao menos para o grande público, nenhum detalhamento. Serginho Azevedo (PL) deu apenas alguns sinais sobre o processo de transição política e administrativa com o governo de Magdala Furtado (PV).

    Transição 2

    O futuro prefeito continua fazendo muitas gravações do seu cotidiano: convívio com a família e condicionamento físico, como mandam algumas práticas de comunicação, mas para por aí. Não dá nenhuma pista efetiva sobre o andamento das negociações com o grupo de Magdala Furtado (PV) para a efetivação da transição.

    Secretaria de Cultura

    Há quem diga que resolver o imbróglio da secretaria de cultura pode vir a se tornar uma das chaves da reestruturação tão defendida pelo futuro prefeito. Nos cafés da cidade vários nomes, colocados em ordem alfabética, tem sido citados: Carlos Ernesto (Carlão), Evangelos Pagalidis e Margareth Ferreira. Certamente, o vereador recém-eleito, Milton Alencar Júnior, dará o seu “pitaco”.

    “Dança das Cadeiras”

    Toda formação de governo acontece sempre uma espécie de “dança das cadeiras” e um jogo de pressões e contrapressões dos diferentes atores, protagonistas e coadjuvantes, da cena política e eleitoral. É um momento bastante delicado e que pode determinar o futuro dos próximos quatro anos. Dificilmente, todos terminam satisfeitos.

    Lei do Uso do Solo

    O início do governo certamente será marcado pelos debates em torno das mudanças na chamada Lei do Uso do Solo. A sociedade civil organizada, em suas diversas manifestações e a Câmara Municipal tem que obrigatoriamente debater com muito cuidado, porque dessa nova organização vai depender o futuro do município

    Merenda escolar

    A proposta de terceirização da merenda escolar é um dos maiores absurdos do governo de Magdala Furtado (PV). Ainda bem que a Câmara de Vereadores interviu para impedir o desatino, que prejudicaria muito os alunos e professores. Além, é claro, de onerar consideravelmente as finanças do município.

    Dom Cabral

    O Dom Cabral montou uma equipe generosa para o “esquenta” da partida entre o Brasil e o Peru, o penúltimo colocado nas eliminatórias sul americanas para a Copa do Mundo de Futebol. Quem sabe o “esquenta” do Cabral, com aquelas cachacinhas e cerveja geladíssima, contribuiu para exorcizar o fantasma da desclassificação.

  • DESAFIOS DA GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL REFERENTES À EDUCAÇÃO

    Alessandro Teixeira Knauff

    A gestão pública municipal de Cabo Frio enfrenta desafios significativos para melhorar os índices de desempenho educacional da rede municipal, conforme os mais recentes resultados do IDEB. Nos anos iniciais, a rede municipal atingiu a nota 5.0, com uma meta estabelecida de 6.0. Nos anos finais, a nota foi de 3.8, em comparação com a meta de 5.5. Esses dados evidenciam a necessidade de intervenções estruturais e pedagógicas para elevar os níveis de aprendizagem e aumentar as taxas de aprovação.

    Uma das principais estratégias deve ser o fortalecimento das ações de formação continuada de professores, voltadas para o aprimoramento de práticas pedagógicas com base em resultados diagnósticos, especialmente nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática. O acompanhamento pedagógico mais próximo, aliado ao uso de avaliações formativas, deve orientar a elaboração de planos de ação focados nas necessidades de cada escola.

    Nesse contexto, é essencial colocar o aluno como protagonista do processo educacional, garantindo que suas necessidades e ritmos de aprendizado sejam o centro das estratégias pedagógicas adotadas, o que pode ser viabilizado com a estreita participação das equipes de assessoramento pedagógico (Inspetores, Supervisores e Orientadores) vinculadas à Secretaria de Educação.

    A redução das desigualdades de aprendizagem também precisa ser abordada por meio de políticas de acompanhamento individualizado dos alunos com dificuldades, seja através de programas de reforço escolar ou parcerias com instituições de ensino superior para formação de monitores. Nessa perspectiva de compreender o aluno como ser único, não se deve preterir da utilização de tecnologias educacionais como aliadas no processo de recuperação de defasagens objetivando a personalização, no que couber, do ensino e o acompanhamento em tempo real do progresso dos estudantes.

    Outro aspecto importante será o incentivo à melhoria da gestão escolar, por meio de capacitação dos gestores para o uso eficiente dos recursos educacionais e monitoramento contínuo dos indicadores de desempenho. A gestão pública precisa assegurar que cada escola tenha um plano de metas claro, em consonância com os objetivos estabelecidos pelo IDEB, promovendo a participação ativa de toda a equipe escolar nesse processo.

    O transporte e a infraestrutura escolar também precisam ser considerados, pois são fatores que afetam diretamente a frequência e o engajamento dos alunos. A criação de um ambiente escolar que favoreça o aprendizado, sem interrupções por falta de estrutura e de docentes, é fundamental para que as demais ações pedagógicas tenham efeito.

    Para que haja avanços significativos no cenário educacional e para que a rede pública de ensino de Cabo Frio volte a pulsar seu potencial pedagógico, essas iniciativas, se bem implementadas, tendem a contribuir para a melhoria de desempenho nos índices do IDEB e aproximar o município das metas estabelecidas para os próximos anos.

    Alessandro Teixeira Knauff é Professor.

  • PELA “HORA H”

    José Facury

    Vários fatores acontecem para que o eleitor brasileiro esteja meio que não levando muito a serio o que lhe vendem na política. A princípio os partidos e em segundo lugar quem está no poder e em terceiro lugar aquelas celebridades que há anos estão sempre aparecendo na mídia, prometendo mundos e fundos e às vezes até jogando farofa no ventilador. A democracia favorece a alternância de poderes, isso é bom por um lado, ruim por outro, mas também abre possibilidades aos malucos da vez aparecerem e angariarem hordas de adeptos…

    Hoje, existem modos comportamentais na sociedade ligadas ao trabalho, pois o trabalhador do século 21 não é igual ao trabalhador do século 20. O do passado era corporativamente engajado e do século 21 é libertado desse corporativismo, age muito pela conta própria e das ofertas de serviços atuais, pelas diversas políticas implementadas no início do século como o microempreendedor individual, o acesso global a internet e os serviços internáuticos. E isso por si só já configura um trabalhador diferenciado, sempre linkado, mas nunca antenado.

    As comunidades da periferias já não são mais só comunidades de trabalhadores com ou sem carteira assinada, são trabalhadores que se viram também nesse parâmetro econômico virtual de serviços que existe no país, mas também se envolve com tráfico ou com a milícia se agregando misticamente as seitas evangélicas e carismáticas, criando uma rede de informação bem próprias. Estas são as que melhor nos representam sem a hipocrisia costumeira da classe média.

    Então, mesmo com essência globalizante, estamos vivendo em uma sociedade diferenciadamente compartimentada, onde as igrejas entram meio que tentando dar um lenitivo lúdico para a pós vida, já que, por conta das redes sociais, uma certa crueldade se exacerba e é necessário protegerem-se do meio violento circundante.

    As políticas do bolsa família, individualizando os membros familiares ao benefício, também não faz com que ele sinta necessidade de se engajar por alguma mudança pela via politico partidária, porque sabe que qualquer governo que entrar não vai retirá-lo desse benefício. Olha o mesmo como uma conquista social própria, coexistindo uma espécie de alienação geral que interage muito mais dentre os participantes das suas bolhas, se alienando por total, sem conseguir encontrar fora dela um discurso diferenciado que o seduza. Fazê-lo reviver a paternidade política destes ganhos é completamente fora das suas realidades.

    Para essa massa desordenada é difícil, e eu diria que até impossível, pelo menos por enquanto, algum o convencimento fora da trama difusa que os constitue. Mas vale um diagnóstico profundo desses guetos presenciais ou virtuais para sabermos como agir em uma “Hora H’ pois assim como eles podem nos levar a um maravilhoso mundo novo, podem nos atirar no caos.

    José Facury – Conselheiro Nacional de Cultura.

  • PRAIA DO FORTE E A BOCA DA BARRA

    Hilton Francisconi


179 respostas em “BLOG DO TOTONHO”

Tirei o domingo pra ficar “futucando” o meu arquivo profissional, e termino sempre atrás de seu Blog Totonho !
E ele, que me coloca sempre a par dessa ilógica velha e repetitiva política de Cabo Frio !
Mas, é o que temos no momento até as eleições chegarem !
Candidato a prefeitura eu já tenho em que …possivelmente devo votar ; já que o meu título ainda é daí !
Para a Câmara : deixa as águas rolarem , porque até lá, muitas águas com certeza, vao rolar !
Abraços Totonho
Tati Bueno

Recado : Eita preguiça …
Iniciei ontem um texto pra o seu blog Totonho, mas quando terminei, relendo achei muito ruim !
Porque, com essa turma daí, tenho que tentar, pelo menos,subir alguns degraus pra chegar perto …
Mas vou tentar me reorganizar, emocionalmente, quando esse processo judicial terminar para que eu possa, voltar e matar a saudade grande de minha casa ai no Portinho .
Parece que não: mas confesso : só penso nessa volta e estou realmente vivenciando, momentos de grandes ansiedades, com essa volta tão desejada, programada e, não realizada !
Quero a minha casa de volta, quero regar o meu jardim, distribuir bananas e mangas pros vizinhos e, derrubar
principalmente, aquele muro enorme e sem sentido que construíram lá !
Quero vê o pessoal passando sorrindo, quero deitar na rede
com um livro qualquer nas mãos , receber amigos, limpar a piscina , ouvir música e achar ai a vida maravilhosa …
Abraços Totonho e desculpe pelo desabafo …
Tati

Boa noite. O PT há muito tempo não tem identidade aqui nesta cidade, infelizmente essa ”direção” não tem e não teve compromisso com a cidade e o partido, então esses ”novos atores” na coligação não muda em nada o atual momento. E o Lindbergh nunca foi ajudado como deveria e merecia por essa ”direção”, nunca vi uma grande movimentação aqui em torno do seu nome. Sou PT há muito tempo, então…….

Com a queda de temperatura associada às chuvas que chegaram intensas, os animos e os fisiologismos, alteram totalmente, o humano! Como sempre, a Ana Maria, nos trouxe a lembranca do nosso dia a dia,be tem mais agora, a ausencia de nossas autoridades com respeito a falta de luz, em diversos municipios do Estado.

Boa noite Totonho, concordo com tudo o que você falou sobre o PT nessas linhas , porém discordo totalmente quando você falou que o pré candidato do PT fortaleceu o partido, o qual chegou de paraquedas e sem nenhuma identidade, não só dividiu, mas também criou debandada geral, ainda mais apoiado por um presidente local que até agora não disse a que veio. Infelizmente , não sei dizer se aqui ele é um natimorto , ou um zumbi. No caso o partido. E a Mag, não está nem para a cidade , pois não a conhece, não tem o umbigo aqui. Uma lástima……..

Não é um comentario, mas,apreender o que o Totonho, trouxe a baila, o que a Rugani se reportou, antes, muito bom recordar as cronicas de Paulo Mendes Campos e o José Carlos de Oliveira, oque.muito nos enriquece! Semana, expressiva, ao recordar a figura de Teixeia de Souza, parabens para os amigos e conterraneos , !

Boa noite meu caro amigo de pré adolescência e daí pra frente,rrrrrsss, Otávio Perelló, muito bom ler suas linhas escritas nesta blog , boa escrita, sucinta, informativa. Fico feliz por você estar aqui. Abraços.

Bom dia. Só uma pergunta para ”esclarecimentos mais claros”, o PT de Cabo Frio pode enquadrar os outros partidos ? Com qual moral? Não move as ”massas” da cidade, não tem liderança popular, não aglutina a militância e nem faz o coração petista ”ferver”. Só dividiram a militância nos últimos seis anos…….estão querendo o que? há, é o horário político…..

Noto, no seu blog, Totonho, que nada muda em Cabo Frio, a amizade e honras, com uma familia (Bolsonaro )e um lider religioso inexpressivo, ativo pq lhe rende dividendos, fora o aspecto de Lula, viver no seu paraiso! Estamos, a caminho de uma derrocada,não só federal, mas, tambem estadual e municipal. Lembrar, que os Bolsonaros, nunca fizeram na vida e estão ricos, maior exemplo, atual, é o Jair Renan, que nunca acordou e tem um bom capital! E tem mais, não entendo como o Juninho quer se juntar a essa gentalha! Abraços na Rugani e em vc.

Finalmente , conseguir ver a revelação da foto de Evangelos Pagalidis ,a falésia. Com toda a minha idade, não a conhecia, mas, tem a mesma aparencia da falesia do Morro branco, no nordeste!

Hoje o seu blog está imbatível : intercalar velhas matérias políticas, com uma crônica de Rubem Braga musicada pelos dedos mágicos desse violonista : é realmente tudo que precisamos no momento
O resto é lixo !
Tati Bueno

Infelizmente, o PT tem um vice presidente, o Quaqua,que não merece nenhum credito! É capaz ate de aderir ao Serginho! Cuidado?

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