Valéria Nogueira

Octávio Perelló (*)

MARQUINHO MENDES NA DISPUTA

O ex-prefeito Marquinho Mendes (MDB) não desistiu de ser o cabeça de chapa de uma aliança que possa embolar o jogo eleitoral em Cabo Frio. Mas, gato escaldado, sabe que não pode dar artilharia aos adversários. Marquinho que já enfrentou disputas eleitorais judicializadas, busca obter o registro de candidatura, mas ainda guarda segredo das estratégias jurídicas a que recorre para se legitimar candidato. Diante do otimismo do ex-prefeito a coluna fica imaginando, caso se confirme a candidatura, quem daqueles que pularam para outros barcos irão pular de volta para o barco de Marquinho. Afinal, ele ainda tem votos e fortes aliados, ou seja, o seu nome persiste na boca do povo e sua entrada na disputa pode mudar bastante o quadro eleitoral.

DISCURSO AFIADO

Na semana passada em Cabo Frio uma inauguração do governo municipal chamou a atenção de observadores atentos. Não pela obra em si, que consistiu em alguns reparos e pinturas numa praça no Jardim Olinda, mas pela chegada da prefeita Magdala Furtado (PV) cumprimentando a todos e discursando com desenvoltura. A começar por ter percebido o espanto de parte do público presente diante de uma obra tão simplória e ter tratado isso com franqueza, explicando que a intervenção era resultado de uma emenda impositiva do vereador Leo Mendes (MDB), e foi realizada em caráter de urgência para atender apelos de moradores, portanto sem um projeto de reforma mais abrangente. Num momento em que o governo não está mostrando força eleitoral, a prefeita empunhou discurso afiado de quem segue jogando.

RODA CULTURAL DA ESPERANÇA

Hoje, dia 29/04, a partir das 20h, a Roda Cultural da Esperança retorna à Praça do Jardim Esperança levando literatura e conhecinento às crianças, adolescentes e adultos do bairro. O projeto consiste em doação e troca de livros, e ocorre quinzenalmente há dois anos. A produção é do incansável Marlon Barbosa. Aliás, o projeto dispõe de campanha permanente de doação de livros e quem quiser colaborar é só levar no local durante o evento ou entrar em contato em outro horário com o produtor, pelo Direct do Instagram, que ele se dispõe a recolher as doações. A causa é das mais louváveis e ajudá-la é apontar novos horizontes para o público-leitor do Grande Jardim Esperança.

GINÁSIO POLIESPORTIVO

Recentemente o ex-vereador Alfredo Gonçalves, que foi secretário de Esportes no último governo do ex-prefeito Alair Corrêa, postou um vídeo em suas redes sociais em que denuncia o estado de abandono do Ginásio Poliesportivo Alfredo Barreto. O ex-vereador tem razão, mas a postagem teve uma resposta proativa e amistosa de Alan Silva, secretário das Relações Institucionais e Captação de Recursos, que como cria da comunidade do Itajuru também conhece bem o problema. Alan concordou com a lamentável situação por abandono e falta de investimentos ao longo dos últimos anos e garantiu que estão previstos R$4,5 milhões para a reforma do Ginásio e que o edital de licitação seria publicado ainda em abril.

MANOEL JUSTINO

O ex-vereador e ex-superintendente de Promoção à Igualdade Racial de Cabo Frio, Manoel Justino (PDT), que além de militante político atuante é poeta e ativista do movimento negro, também está na lista dos veteranos que almejam retomar um mandato na Câmara Municioal. Quando vereador, Justino exerceu papel fundamental na criação da Secretaria Municipal de Cultura, através de projeto de lei que criou estrutura e dotação orçamentária para a criação da pasta, oriunda da Secretaria Municipal de Educação. O que os anais da Câmara não devem registrar com todas as letras é o período em que no exercício do mandato o ex-vereador, buscando o fortalecimento do Poder Legislativo perante o Executivo, fez uma articulação e criou o Grupo dos Sete, deixando o ex-prefeito Alair Corrêa sem maioria na Câmara por um período significativo, o suficiente para azedar a relação entre ambos à época.

• Jornalista / Produtor de Conteúdo.

Luiz Antônio Nogueira da Guia.

Em plena campanha

Os “pré-candidatos” a Câmara estão em plena campanha eleitoral, inclusive na mídia corporativa, sem deixar espaço para qualquer dúvida. Aquele candidato que deixar para começar a temporada eleitoral dentro dos chamados prazos legais estabelecidos pela justiça, corre o risco de sair com grande atraso e encontrar as portas de muitas casas fechadas. Acaba por ouvir aquela velha conversa fiada: “já fechei com fulano, beltrano etc etc etc.

Renovação?

A princípio a renovação da Câmara deve ser pequena e em sua essência política e ideológica os conservadores dificilmente perderão a hegemonia. Ao menos é o que as “nominatas” deixam escapar, apesar de alguns discursos aparentemente progressistas, embora cheios de reservas. Falta aos progressistas e a esquerda propriamente dita um trabalho político de base, que desague nas eleições.

Domínio conservador

Como esse trabalho de base existe em Cabo Frio, com apenas pequenos traços e projetos, na época da eleição predomina o populismo conservador. Com grande quantidade de recursos e penetração de fato e de direito, no aparato burocrático municipal e estadual, os conservadores enfrentam os chamados progressistas e mesmo os de esquerda, com muita vantagem e cristalizam o legislativo.

Polarização?

As eleições municipais sempre se caracterizaram em Cabo Frio pela polarização. Em 2024, tudo leva a crer que um dos lados da polarização está centrado na figura do deputado Serginho Azevedo (PL). O outro lado, entretanto, ainda está indefinido politicamente, ou seja, os atores ainda não estão sendo escalados e não se sabe quem vai ser protagonista e coadjuvante nessa novela de tanta audiência.

Quem vai polarizar?

Qual a candidatura que vai tentar polarizar com o deputado Serginho Azevedo? Magdala Furtado, Kamylla Mendes/Marquinho Mendes ou Rafael Peçanha? Quem nessa história partidária de 2024 terá condições de disputar a eleição majoritária com Serginho Azevedo? Até o momento o deputado do PL, apoiado por cerca de onze partidos, continua sem o antagonista para 6 de outubro.

Construção coletiva

O candidato a prefeito pela Federação PSOL/REDE, o professor Rafael Peçanha, filiado a REDE, está convidando para debater o futuro de Cabo Frio, continuando a divulgação para obter apoio ao seu projeto de ‘construção coletiva’. O encontro acontece hoje britanicamente às 18:50 horas, no Hotel Malibu, na orla da Praia do Forte.

O retrato para a cristaleira

A foto do vereador da base Leo Mendes (MDB) com a prefeita Magdala Furtado (agora no PV – Federação Brasil da Esperança) e Marquinho Mendes (MDB), somados aos secretários e cargos em comissão (portariados), que o ex-prefeito tem no governo, dá bem a medida que a aliança se consumou. Faltou a presença do ex-deputado Janio Mendes, líder do PDT, no município, para que a foto ficasse definitivamente emblemática.

Mudança de roteiro 1

Existem setores políticos que defendem um grande acordo das legendas e militância progressista, tanto no campo formal, quanto informal. Esse acordo se daria em torno da candidatura do professor Rafael Peçanha (REDE). Essa posição teria grande repercussão em meio as camadas médias urbanas insatisfeitas com as até agora postas pela política cabofriense.

Mudança de roteiro 2

Nessa “concertação” informal do campo progressista, entrariam os pedetistas, os militantes do PSOL, REDE, da UP (Unidade Popular), envolvendo até mesmo os militantes do PT, PV e PC do B, que não concordaram com a entrega da Federação Brasil da Esperança ao controle da prefeita Magdala Furtado e ao ex-prefeito Marquinho Mendes, no município.

Paulo Cotias (*)

Nos últimos tempos, a cada ciclo eleitoral, percebemos que os planos de governo têm sido cada vez menos precisos no campo da economia. Geralmente, os tópicos usam e abusam de generalidades, contando para isso com palavras mágicas como desenvolvimento, progresso e incentivo. Mas, e na realidade?

Todos nós entendemos de economia. O que a gente precisa entender é o modo como essa nossa vivência ajuda a entender o seu funcionamento em uma escala maior. Por exemplo, ao trabalharmos recebemos um salário e, com ele, precisamos dar conta das despesas domésticas. Assim, nascem dois elementos fundamentais da economia, a receita e o orçamento. Fazemos uma lista física ou mental do que precisamos garantir o pagamento em primeiro lugar pois, sem isso, a vida fica mais difícil de funcionar. Priorizamos, então o pagamento da energia, do gás, medicamentos, do aluguel ou prestação habitacional. É preciso também cuidar da alimentação e, para isso, buscamos as melhores ofertas, os produtos que possam atender as necessidades, mas que caibam no orçamento.

Se percebemos que o orçamento está estourado, vemos se é possível fazer cortes ou substituições nos produtos que consumimos. Buscamos promoções, melhores fornecedores. Mas, como essa situação é desgastante e afeta a nossa própria condição de sobrevivência, buscamos alternativas para aumentar a nossa receita. Para isso, podemos nos valer da educação para tentarmos empregos mais bem remunerados ou, se isso não for possível imediatamente, buscamos ampliar nossa carga de trabalho ou um outro empregador. Podemos recorrer ao crédito para custear nossas despesas. Porém, se não houver aumento da nossa receita, a dívida vai ficando cada vez mais impagável.

Mas, em tempos normais, também podemos tomar o crédito para melhorar nossa casa, investir em um novo negócio que vai aumentar as nossas receitas, ampliar nossa escolaridade nos tornando mais atraentes aos que desejam investir na nossa força de trabalho. Morando melhor, com uma alimentação mais equilibrada, com maior possibilidade de usufruir da cultura e lazer, a saúde e a disposição para crescer ainda mais nos colocam em uma espiral de otimismo e isso também pode se refletir na vizinhança, na comunidade.

Se você entende isso em sua vida, você entende a economia de um município. O “salário” do município vem da arrecadação de impostos e do repasse de receitas (como os fundos estaduais, nacionais e os royalties). Ele também tem despesas fundamentais para o seu funcionamento, pois precisa garantir que as escolas, postos de saúde, hospitais, secretarias e os seus vários programas sociais continuem prestando serviços à população. Para isso, deve prover a energia, os recursos materiais e os salários dos seus servidores.

Porém, o governo por meio do prefeito(a) e secretários(as) precisam cuidar dessas obrigações de acordo com a lei e as regras da administração e contar com as indicações e a fiscalização dos vereadores. E isso significa usar adequadamente esses recursos e essa responsabilidade vai do arrecadar, ao contratar e executar.

Mas um município também precisa crescer e se desenvolver. E, para isso, são necessários investimentos. E eles podem vir dos recursos próprios quando há uma boa fiscalização para o pagamento dos impostos, por investimentos conquistados por meio das relações políticas com o Estado, o Governo Federal, ou ainda pela iniciativa privada.

Para conquistar o investimento da iniciativa privada e aumentar os recursos que podem fazer com que a prefeitura possa melhorar seus serviços públicos, ela precisa investir e manter coisas que são igualmente boas para a população e atraem investidores como o ordenamento das áreas públicas, ruas asfaltadas, saneamento, iluminação, uma burocracia simplificada e bom planejamento urbano, direcionando as áreas para os tipos de negócios possíveis. Isso gera receita para o município, mas gera igualmente empregos.

Por isso, ao votar, você escolhe quem vai administrar com você a sua vida e a vida da sua comunidade. É sempre bom lembrar.

Paulo Cotias é professor, historiador e psicanalista. Autor de 12 Lições Contra o Neofascismo (Sophia Editora). Adquira o seu pelo site www.sophiaeditora.com.br 

Vista a partir do Morro da Guia – 04/2024 – Gustavo Vasconcelos.

Luiz Antônio Nogueira da Guia (*)

O Destino de Davi

O vereador Davi Souza deixou a nominata do PDT e foi se abrigar no PP, apesar de muita gente, no campo progressista, acreditar que ele migraria para a Federação PSOL/REDE, apoiando o professor Rafael Peçanha. O vereador, que foi secretário e líder do governo de José Bonifácio, na Câmara optou pelo bloco conservador onde imagina ter mais chances de se reeleger em 6 de outubro. Em 7 de outubro a Justiça Eleitoral vai dizer se Davi acertou na mudança partidária.

Questão de postura?

Parte do chamado “mundo político” de Cabo Frio acredita que o professor Rafael Peçanha, tem discursado semelhante a um palestrante, como em eventos que acontecem pelo país. O professor estaria dissociado da postura de um candidato a prefeito, que exigiria uma ocupação maior de espaço, através da produção de fatos políticos, objetivando encorpar a candidatura do bloco progressista.

Marquinho é candidato?

O ex-prefeito Marquinho Mendes continua dizendo que será candidato a prefeito de Cabo Frio, com o apoio do PDT, sob a liderança do ex-deputado Janio Mendes. Não se sabe ainda como Marquinho vai driblar suas dificuldades jurídicas, embora ele diga que está fazendo “caminho fundo” para viabilizar sua candidatura. Até o momento o ex-prefeito ainda não disse quem será o seu companheiro de chapa ou mesmo as qualificações que o vice deve ter.

Boatos?

Até o momento só boatos, nenhum dos candidatos a prefeito deu qualquer pista sobre companheiros de chapa. Afinal, ninguém vota no vice, que a princípio tem como principal atribuição não atrapalhar. O companheiro ou companheira de chapa é escolhido (a) segundo entendimentos e perspectivas eleitorais, que muitas vezes são frustrados.

A escolha do vice

No bloco de aliados do deputado Serginho Azevedo (PL) a escolha do vice, embora não divulgada oficial ou oficiosamente, parece pacificada em torno do presidente da Câmara, vereador Miguel Alencar (União Brasil). Miguel, junto com Luis Geraldo (Republicanos), se destacou como grande articulador, no legislativo. Alguns setores, mais a direita, tentam emplacar o ex-deputado Mauro Bernardo, mas não tem respaldo na maioria.

O deputado quer estabilidade

O deputado Serginho Azevedo continua tentando colecionar apoios. Municipalizou o discurso, tratando das questões locais e pelo jeito não quer acirrar conflitos com ninguém. O deputado que, segundo pesquisas não confirmadas oficialmente, lidera o processo eleitoral, não quer nada que desestabilize o atual quadro político da cidade.

O resultado da escolha

Em 2020, Magdala Furtado, após muitas idas e vindas, foi escolhida para vice de José Bonifácio (PDT) com o objetivo de acrescentar eleitoralmente em Tamoios. Não contribuiu em praticamente nada. Bonifácio perdeu no 2º Distrito e durante o mandato a vice-prefeita rompeu politicamente e passou a hostilizar o governo. Não deu nenhuma trégua ao prefeito, sob o ponto de vista político ou pessoal. Pois é …

Magdala: rompimento e nova diretriz

Com a morte de José Bonifácio (PDT), Magdala imediatamente começou a demitir em massa os aliados do falecido prefeito. A prefeita, de imediato, passou a fazer um governo populista de direita, totalmente contrário as diretrizes, que haviam sido estabelecidas no governo anterior, com forte conteúdo social. Mesmo assim tenta conquistar a reeleição com o apoio de setores políticos, que militaram no governo de José Bonifácio.

Ângela Maria Sampaio de Souza (*)

A gente corre de um lado para o outro o tempo inteiro.
Acorda cedo, corre pro chuveiro, se veste, toma café, pega a chave do carro ou corre para pegar um ônibus e vai p o trabalho, onde você vai correr o dia inteiro.
À noite corre para casa exausto, corre para cama e pede para o sono vir correndo, porque amanhã começa tudo de novo!
Há variações de atividades de uma pessoa para outra, mas todas têm algo em comum, estão correndo para fazer a próxima coisa.
A sensação que dá é que lá no futuro é que estão as melhores coisas, então não há tempo para viver o agora.
Parece que estamos em partidas de amarelinha, sem chegarmos ao céu e quando chegamos a ele temos que começar rapidamente à próxima partida.
Talvez valesse a pena diminuir a velocidade do carrossel e pensar: se o ponto de chegada é apenas um pretexto de vida, podemos por diversos motivos chegar ou não, independentemente do quanto corremos.
Num mundo globalizado e capitalista, se a gente ao longo do nosso agitado caminho, não tivermos tempo para falar com um amigo, retribuir amor, olhar nos olhos de quem amamos, fazer o bem a alguém ou agradecer por tudo que temos, que sentido real tem essa trajetória?
Você já parou para pensar, de verdade se é importante toda essa pressa?
É hora de pensar para onde está indo e fazer a pergunta para você mesmo: VAI PRA ONDE?

(*) Ângela Maria Sampaio de Souza é Professora.