Vista a partir do Morro da Guia – 04/2024 – Gustavo Vasconcelos.

Luiz Antônio Nogueira da Guia (*)

O Destino de Davi

O vereador Davi Souza deixou a nominata do PDT e foi se abrigar no PP, apesar de muita gente, no campo progressista, acreditar que ele migraria para a Federação PSOL/REDE, apoiando o professor Rafael Peçanha. O vereador, que foi secretário e líder do governo de José Bonifácio, na Câmara optou pelo bloco conservador onde imagina ter mais chances de se reeleger em 6 de outubro. Em 7 de outubro a Justiça Eleitoral vai dizer se Davi acertou na mudança partidária.

Questão de postura?

Parte do chamado “mundo político” de Cabo Frio acredita que o professor Rafael Peçanha, tem discursado semelhante a um palestrante, como em eventos que acontecem pelo país. O professor estaria dissociado da postura de um candidato a prefeito, que exigiria uma ocupação maior de espaço, através da produção de fatos políticos, objetivando encorpar a candidatura do bloco progressista.

Marquinho é candidato?

O ex-prefeito Marquinho Mendes continua dizendo que será candidato a prefeito de Cabo Frio, com o apoio do PDT, sob a liderança do ex-deputado Janio Mendes. Não se sabe ainda como Marquinho vai driblar suas dificuldades jurídicas, embora ele diga que está fazendo “caminho fundo” para viabilizar sua candidatura. Até o momento o ex-prefeito ainda não disse quem será o seu companheiro de chapa ou mesmo as qualificações que o vice deve ter.

Boatos?

Até o momento só boatos, nenhum dos candidatos a prefeito deu qualquer pista sobre companheiros de chapa. Afinal, ninguém vota no vice, que a princípio tem como principal atribuição não atrapalhar. O companheiro ou companheira de chapa é escolhido (a) segundo entendimentos e perspectivas eleitorais, que muitas vezes são frustrados.

A escolha do vice

No bloco de aliados do deputado Serginho Azevedo (PL) a escolha do vice, embora não divulgada oficial ou oficiosamente, parece pacificada em torno do presidente da Câmara, vereador Miguel Alencar (União Brasil). Miguel, junto com Luis Geraldo (Republicanos), se destacou como grande articulador, no legislativo. Alguns setores, mais a direita, ainda tentam emplacar o ex-deputado Mauro Bernardo, mas não tem respaldo na maioria.

O deputado quer estabilidade

O deputado Serginho Azevedo continua tentando colecionar apoios. Municipalizou o discurso, tratando das questões locais e pelo jeito não quer acirrar conflitos com ninguém. O deputado que, segundo pesquisas não confirmadas oficialmente, lidera o processo eleitoral, não quer nada que desestabilize o atual quadro político da cidade.

O resultado da escolha

Em 2020, Magdala Furtado, após muitas idas e vindas, foi escolhida para vice de José Bonifácio (PDT) com o objetivo de acrescentar eleitoralmente em Tamoios. Não contribuiu em praticamente nada. Bonifácio perdeu no 2º Distrito e durante o mandato a vice-prefeita rompeu politicamente e passou a hostilizar o governo. Não deu nenhuma trégua ao prefeito, nem sob o ponto de vista político ou pessoal. Pois é …

Magdala: rompimento e nova diretriz

Com a morte de José Bonifácio (PDT), Magdala imediatamente começou a demitir em massa os aliados do falecido prefeito. A prefeita, de imediato, passou a fazer um governo populista de direita, totalmente contrário as diretrizes, que haviam sido estabelecidas no governo anterior, com forte conteúdo social. Mesmo assim tenta conquistar a reeleição com o apoio de setores políticos, que militaram no governo de José Bonifácio.

Ângela Maria Sampaio de Souza (*)

A gente corre de um lado para o outro o tempo inteiro.
Acorda cedo, corre pro chuveiro, se veste, toma café, pega a chave do carro ou corre para pegar um ônibus e vai p o trabalho, onde você vai correr o dia inteiro.
À noite corre para casa exausto, corre para cama e pede para o sono vir correndo, porque amanhã começa tudo de novo!
Há variações de atividades de uma pessoa para outra, mas todas têm algo em comum, estão correndo para fazer a próxima coisa.
A sensação que dá é que lá no futuro é que estão as melhores coisas, então não há tempo para viver o agora.
Parece que estamos em partidas de amarelinha, sem chegarmos ao céu e quando chegamos a ele temos que começar rapidamente à próxima partida.
Talvez valesse a pena diminuir a velocidade do carrossel e pensar: se o ponto de chegada é apenas um pretexto de vida, podemos por diversos motivos chegar ou não, independentemente do quanto corremos.
Num mundo globalizado e capitalista, se a gente ao longo do nosso agitado caminho, não tivermos tempo para falar com um amigo, retribuir amor, olhar nos olhos de quem amamos, fazer o bem a alguém ou agradecer por tudo que temos, que sentido real tem essa trajetória?
Você já parou para pensar, de verdade se é importante toda essa pressa?
É hora de pensar para onde está indo e fazer a pergunta para você mesmo: VAI PRA ONDE?

(*) Ângela Maria Sampaio de Souza é Professora.

Por do Sol no Dormitório das Garças – Evangelos Pagalidis.

Luiz Antônio Nogueira da Guia.

Quem manda? 1

Na areia da Praia do Forte os barraqueiros determinam a Lei, são a própria Lei. Não dá para espernear, o resultado pode ser trágico, como um turista e sua família experimentaram, o que deveria provocar horror na sociedade. A reação foi pequena para a gravidade do ocorrido. Não é uma previsão de violência. A tragédia aconteceu! Qual a reação do Poder Público, em Cabo Frio? A bagunça continua a mesma, como se toda a tragédia não passasse de uma miragem.

Quem manda? 2

Na orla são os donos de carroças (ou tem outro nome aqueles veículos mal aprumados?) e os flanelinhas que mandam e desmandam sem o menor pudor e respeito, com moradores e turistas que por ali transitam. Fica então a singela pergunta: onde o poder público municipal exerce sua autoridade? Na Lua, Marte ou Vênus? Aqui em Cabo Frio parece que não é. Lamentável, pra dizer o mínimo e manter o texto bem educado.

Ordenamento: uma necessidade urbana – 1

A mídia costuma concentrar suas críticas em relação ao bem estar da cidade sobre o Poder Executivo. Bem que ele merece, mas não erra sozinho, mesmo quando acredita que pode acertar. O Poder Legislativo é também responsável pelas carrocinhas, toda sorte de ambulantes e infrações na área das posturas municipais. Os problemas, que não são poucos, devem ser partilhados pelos dois poderes.

Ordenamento: uma necessidade urbana – 2

Quando o Executivo de plantão, mesmo que raramente, tenta botar alguma ordem na casa, de onde partem as reclamações? Dos vereadores. Partem açodadamente para a tribuna e esfolam o setor de posturas e quando a coisa pega pra valer, até mesmo o prefeito apanha, quase sempre para defender os interesses de alguns cabos eleitorais, mesmo que em detrimento da cidade. Que tal um grande acordo para dar o ordenamento que a cidade precisa?

Marquinho ou Kamylla?

Correndo de um lado para o outro, agora em Brasília, o ex-prefeito Marquinho Mendes (MDB) garante que está trabalhando para viabilizar sua própria candidatura a mais um mandato como prefeito de Cabo Frio. Precavido, Marquinho deixa a candidatura de sua esposa Kamylla Mendes de ‘stand-by’ caso fique confirmada mais uma vez sua inabilitação pela Justiça Eleitoral. Pois é!

Sobrevivência política

Marquinho Mendes (MDB) está tratando de sua sobrevivência política, porque se tudo der errado, no mínimo ele se tornará o “maior eleitor do município”, mantendo seu prestígio na Região dos Lagos e em todo o estado. A coligação atual com o PDT, liderado por Janio Mendes, é nova e pode não ser duradoura e ambos os líderes tem a necessidade de ter uma bancada na Câmara para ser governo ou mesmo oposição.

O quadro político/eleitoral

Até o momento Serginho Azevedo, que é líder do governo Cláudio Castro (PL), na Assembleia Legislativa (ALERJ), faz a campanha confortavelmente e sem marolas. Para o deputado, não interessa qualquer crise que altere o quadro político/eleitoral. Caso a política mantenha essa temperatura morna, tranquila, Serginho Azevedo tem grande chance de acordar 7 de outubro eleito prefeito de Cabo Frio. A pergunta é: como os adversários podem alterar esse quadro e praticamente reiniciar o jogo?

Serginho X Rafael

Entre observadores da política cabofriense, do campo progressista, alguns acreditam, que, apesar dos percalços que enfrentou, o professor Rafael Peçanha (Federação REDE/PSOL) tem boas chances de ser o candidato capaz de polarizar com o deputado Serginho Azevedo (PL), em 6 de outubro. Segundo eles Magdala Furtado e Kamylla Mendes não tem solidez política e ideológica para enfrentar o bloco conservador.

Os orfãos

Rafael Peçanha (Federação REDE/PSOL) tem trabalhado no sentido de conseguir o apoio daqueles que se sentiram orfãos politicamente após o falecimento de José Bonifácio (PDT) e da “intervenção branca” na Federação Brasil da Esperança (PT/PC do B/PV). O apoio desses grupos poderá encorpar a campanha e informalmente ganhar o apoio de candidatos ligados a Magdala e a Marquinho/Kamylla.

Prêmio Off Flip 2024

Rodrigo Cabral, leia-se Sophia Editora, conquistou o segundo lugar do Prêmio Off Flip 2024 na categoria Conto, ao lado de Paulo de Tarso Siqueira Abrão, de São Paulo. reunindo talentos da literatura de todo o país. O conto “O encontro do lamparão com a galesca”, fará parte de coletânea com 433 textos. As obras estão em pré-lançamento no site do selo Off Flip (www.selo-offflip.net/shop).

Luciana G. Rugani (*)

Certa vez, enquanto aguardávamos a resolução de um negócio em uma concessionária de veículos, um beija-flor entrou e permaneceu voando no local. O espaço era grande, possuía um pé-direito de cerca de seis metros. Estávamos sentados aguardando e, enquanto isso, passamos a observar o ágil passarinho. Ele voava no alto, pra lá e pra cá, apavorado, tentando encontrar a saída. Os funcionários da agência abriram as duas portas largas, deixando-as abertas por todo o tempo, porém o beija-flor permaneceu voando, bem no alto, acima do vão das portas. Ambas as portas eram bem largas para possibilitar a passagem de veículos. Certamente, sua tamanha ânsia por sair o impedia de enxergar as portas abertas bem à sua frente. Bastava baixar um pouco a altura do voo, seguir em linha reta e pronto: estaria do lado de fora. Ele já estava cansado, pousava em uma ou outra luminária para recuperar o fôlego e recomeçava o voo sem fim. E ficou assim por, mais ou menos, uns quarenta minutos, até que o cansaço o venceu. Ele, voando já mais devagar, sem o apavoramento inicial e após pequenas pausas para descanso, ajustou o seu senso de direção, realizou um voo mais harmonioso e, por fim, encontrou a saída e foi embora.
Dizem que todo aquele que se dedica à arte de escrever costuma “viajar” muito em seus pensamentos, e que um simples fato cotidiano serve para dar ensejo a um conto, a uma crônica ou a um poema. De fato, observar aquela luta ansiosa e obstinada do beija-flor para encontrar a saída me fez pensar nas inúmeras vezes em que agimos da mesma maneira. Quantas vezes temos uma questão a resolver, porém, por nos perdermos na angústia ou na ansiedade, não somos capazes de enxergar a solução tão simples e ao nosso alcance? Quantas vezes nos fechamos dentro de limites colocados por nós mesmos e nos esquecemos de que somos seres múltiplos, dotados dos mais diversos dons e capazes de aprender tudo aquilo a que, com vontade e determinação, nos dispusermos a aprender? Frequentemente, em nossas vidas, ficamos como aquele beija-flor, ansiosos, correndo pra lá e pra cá, tentando resolver algo que nem percebemos que, por si só, já se resolveu! Não conseguimos pensar com clareza quando nos deixamos levar pela ansiedade, quando o foco da preocupação agiganta-se tanto em nossa mente a ponto de encobrir nossa visão do horizonte ou do panorama ao redor, ou quando estamos sob efeito do estresse. É por isso que dizem que o medo, assim como a ansiedade, nos paralisam. O medo e a ansiedade paralisam nossa capacidade de agir assertivamente na solução de um problema e nos levam a gravitar a esmo em torno da questão. O estresse também nos tira do eixo e nos impede de chegar a uma solução mais efetiva, pois consumimos mais energia e mais tempo na busca de soluções.
Esse beija-flor nem imagina que sua saga por encontrar a saída tenha provocado em mim tantas reflexões…
É a natureza, mais uma vez, nos ensinando sobre a vida! A lembrança daquele beija-flor voando estressado, sem enxergar as duas largas portas abertas à sua frente e só se dando conta delas após se acalmar e fazer pequenas pausas, representa a natureza que, a todo instante, por meio dos mais simples fatos, nos ensina muito sobre o que pensamos ser a complexidade da vida.

(*) Luciana G. Rugani
Academia de Letras e Artes de Cabo Frio – ALACAF e
Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA

Ressaca na Praia do Forte – 23/04/21 – Evangelos Pagalidis.