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A MARCHA DA INSENSATEZ ISRAELENSE

Cláudio Leitão (*)

O mundo está estupefato com o conflito entre o Hamas e Israel. É difícil até adjetivar este conflito, guerra não é. Existe uma enorme desproporção de forças. O Hamas não é um Estado. É um grupo extremista radical islâmico, que governa precariamente a Faixa de Gaza com a Lei da Sharia, que atacou Israel com atos terroristas de extrema crueldade contra civis israelenses. Na resposta a esta agressão, Israel retalia para atingir o Hamas, mas sempre de forma desproporcional, massacrando a população civil palestina, impondo restrições das condições de vida e morte por bombardeios contínuos. Tais medidas já foram condenados pela ONU nesta e em outras oportunidades anteriores.

A questão na minha opinião nada tem a ver com religião. O conflito é territorial. Israel há mais de 70 anos vem invadindo e ocupando terras palestinas descumprindo Convenções Internacionais, oprimindo e segregando o povo palestino. Isso é fato inegável. O mundo silencia para isso. O apoio incondicional dos EUA ao estado judeu é fundamental para essa inação dos organismos internacionais. Gaza é a maior prisão a céu aberto do mundo. Vive controlada pelo exército israelense e em constante crise humanitária. Depende para a sua sobrevivência de ajuda internacional, principalmente em comida e remédios. Israel controla tudo que entra e sai de Gaza.

País nenhum, inclusive os EUA, quando atacado por grupos terroristas, respondem a isso e “caçam” terroristas com ataque e mortes a população civil. A imprensa brasileira em sua maioria, ao retratar o conflito, mostra um claro favorecimento a Israel em sua linha editorial. Fatos históricos são omitidos e a violência praticada contra mulheres e crianças palestinas é minimizada. É uma vergonha.

Israel pratica um apartheid interno contra a população árabe-israelense que mora em Israel, reduzindo seus direitos de cidadania quando comparado aos judeus. Isso precisa ser dito para o mundo. A extrema direita hoje no poder em Israel foi avisada pelo serviço secreto egípcio que o Hamas preparava uma grande ação armada contra o país. Netanyahu ignorou os avisos de propósito, segundo fontes jornalísticas árabes, exatamente para forçar o conflito, entretanto, calculou mal o tamanho da catástrofe eas repercussões.

O objetivo é ocupar Gaza e forçar a saída dos palestinos. Ele já disse em entrevistas que a resposta israelense seria devastadora e “transformaria Gaza num deserto”. O sentimento que move estes racistas e opressores é de vingança contra todo um povo. Nada justifica a ação do Hamas. O atentado terrorista deve ser condenado por todos. Mas um Estado estabelecido não pode responder com práticas iguais.

Grupos terroristas são marginais a leis internacionais e ao bom sendo da civilização, mas um estado estabelecido não é. Tem que seguir a Lei e as Convenções Internacionais. Israel comete claramente crimes de guerra em Gaza. Isso é outro fato incontestável. O “direito de defesa israelense” não lhe dá direito de matar palestinos inocentes. O problema destes canalhas é que eles acham que todo palestino é culpado por existir o Hamas. O quadro é complexo e não dá para ser retratado num pequeno texto, mas recomento a todos não se informarem apenas pela mídia tradicional. Leiam outros autores e procurem também ver e ouvir as mídias alternativas.

A guerra é uma estupidez e contraria a lógica humana, já dizia Neruda.

(*) Economista e Professor de História.

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