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CAPITALISMO E DEMOCRACIA

Tudo no modelo capitalista de produção tem preço e é transformado em mercadoria, inclusive a mão de obra do trabalhador. Toda mercadoria precisa ter um “tempo de validade”, pois a obsolescência dos produtos é condição para produção de novos itens para retroalimentar o sistema.

A democracia plena pressupõe que todos devem participar do contexto sócio-político com igualdade de condições. Em sua definição literal, democracia representa o poder popular ou o governo do povo.

Hoje, no mundo, não existe um só país capitalista governado pelo poder popular. Nenhum. Existe, na verdade uma democracia deformada, que muitos chamam de “democracia burguesa”, que com base no poder econômico de uma elite política e financeira governa os tais países capitalistas que se dizem “democráticos” apenas porque tem eleições. Neste modelo até o voto vira mercadoria é e cooptado ou mesmo “comprado” por quem é escolhido para governar.

O modelo “democrático capitalista” acumula poder e riqueza, que entretanto, são divididos de forma desigual nas camadas da sociedade.  As regras são ditadas pelo tal “Mercado” que não tem nenhum compromisso solidário de prestar contas a um suposto poder democrático que emanaria do povo.

Logo, penso que toda prática humana que possa ser convertida em mercadoria, e por consequência, em acumulação de riqueza, e estas, deixam de ser acessíveis por inteiro ao povo, obviamente deixam de ser plenamente democráticas. Para que o capitalismo pudesse ser verdadeiramente democrático tudo em sua essência teria que ser “desmercantilizado”.

Entretanto, esta “desmercantilização” em sua própria definição seria o fim do Capitalismo.

  • Claudio Leitão é economista e professor de história.

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