Já está mais que na hora de se falar do legado político do prefeito, José Bonifácio. E tratar desse tema relacionando à sua possível influência na sucessão municipal, salientando que é um legado vivo, que merece ser realçado nesse contexto.
Já se sabe que ele não concorrerá a reeleição por razões óbvias, mas em conversas particulares o prefeito, tem demonstrado a disposição em tratar do assunto.
Para ser mais incisivo, é preciso dizer que, seja qual for a forma de sua ausência direta na disputa, o seu nome, a sua história política; a sua contribuição no processo administrativo, no desenvolvimento do município e os seus mais de 40 mil votos sufragados pelas urnas na última eleição, lhe permitem um peso, que de certa forma poderá ser decisivo no resultado da escolha do próximo prefeito. principalmente levando-se em conta uma possível polarização no pleito. Pode-se arriscar a dizer, na produção de acontecimentos inesperados no “tabuleiro de xadrez” das articulações.
Entendo que é, preciso um grau de altíssima responsabilidade do PDT, o seu Partido, do seu grupo político e do Secretariado de seu Governo, no sentido da preservação e proteção ao legado do cidadão, José Bonifácio Ferreira Novelino, que sempre agiu na condução da vida pública com muita responsabilidade, sempre tratando os recursos públicos com lisura e honestidade. Esse reconhecimento não é só dos seus aliados, também de seus adversários.
Quando cito o Secretariado, nessa conjuntura política, é porque há de se entender, que cabe a seus membros, o dever de contribuir para um desfecho administrativo à altura da marca indelével do histórico político do prefeito. Importante deixar o registro desse que, provavelmente deverá ser o seu último mandato à frente da Prefeitura de Cabo Frio, e que ainda falta um ano e oito meses para o seu término.
A trajetória política de Bonifácio como homem público, vai muito além de simplesmente ter governado Cabo Frio por 2 mandatos , e o atual por concluir.
São dele as mãos, que deram início a organização e modernização da máquina administrativa da cidade. A partir da sua primeira gestão eleita em 1976, fazendo o município ingressar de fato e de direito, no processo da institucionalidade pública. Aqueles primeiros anos da década de 70 eram ainda muito arcaicos, com os traços pretéritos do períodos de dominação das oligarquias, e diria, até mesmo, de certo resquício do coronelismo histórico. A transformação começou com José Bonifácio.
Seus lastro político ultrapassou a esfera municipal. Ele contracenou no cenário da política junto às mais importantes personalidades da vida pública brasileira, desde o antigo Estado da Guanabara e, prosseguindo no mesmo diapasão, quando da fusão com o antigo Estado do Rio de Janeiro. Conviveu com figuras eminentes, çomo Miguel Arraes e o Estadista, Leonel de Moura Brizola , tendo exercido na gestão do então Governador , a Diretoria de Departamento de Municipalidades, órgão responsável pela interlocução das cidades com o Palácio das Laranjeiras , e demais instâncias administrativas do Governo do Estado.
Vale lembrar que fiel ao princípios de prioridades que norteiam o seu processo de exercício na Gestão Pública, o prefeito, José Bonifácio vem retomando ações nas áreas de Saúde e Educação, na construção e reformas de prédios de escolas públicas municipais, e na expansão das clínicas de saúde da família.
Dentre essas intervenções sociais não se pode esquecer o programa Moeda Itajuru, projeto de distribuição de renda, que vem avançando pela periferia do município com planejamento de ampliação até o final de sua gestão.
Todo esse legado não deve e não pode ser esquecido.
Manoel Justino é poeta e militante do Movimento Negro.