BLOG DO TOTONHO

  • MAR DE CABO FRIO

    Luciano Barbosa

  • PEQUENAS DOSES

    Luiz Antônio Nogueira da Guia.

    Poucas pistas

    Nas notas que publica em suas páginas e perfis na Internet, o prefeito eleito Serginho Azevedo (PL) e seu vice Miguel Alencar (União Brasil) dão a entender que o estudo dos materiais para a transição governamental, começou. Não dão muitas pistas de encontros, diálogos ou reuniões com o grupo de Magdala Furtado (PV). É o que temos no momento.

    Curiosidade X Segredo

    Serginho Azevedo (PL) e Miguel Alencar (União Brasil) ainda não liberaram notícias mais consistentes sobre o processo de transição. Acredita-se que as primeiras iniciativas tenham acontecido, mas o prefeito eleito e seu vice parecem não querer nenhum “pitaco”, mesmo dos seus aliados. Não tem como! Vai chegar uma hora que a curiosidade vai matar o segredo.

    Cultura/Ambiente/Turismo

    Quais serão as diretrizes e prioridades do novo governo para duas áreas essenciais para Cabo Frio: cultura e meio-ambiente? Bem articulados esses dois eixos desaguam num turismo de alto nível e absolutamente rentável, melhorando a qualidade de vida da população como um todo e não de parte dela.

    Sumida?

    A ainda prefeita Magdala Furtado (PV), antes tão ansiosa de aparecer na mídia, cantando e até fazendo coreografia de dancinhas, junto com seu companheiro de chapa, Léo Mendes (MDB), anda sumida. Alguns observadores acreditam que a prefeita está recolhida no 2º Distrito de Tamoios, outros dizem que foi para Santa Maria Madalena.

    Se procurar, acha!

    O tal do choque de ordem, se for pra valer não deve atingir apenas flanelinhas, ambulantes, barraqueiros, a parte mais pobre da população. É necessário que a área jurídica da prefeitura (Procuradoria Geral) faça uma rigorosa revisão nas concessões feitas pelo poder público municipal. São anos de privilégios.

    Pode ou não pode?

    Boxes da Praça da Cidadania, quiosques tanto na orla das praias, como aqueles instalados ao longo do Canal do Itajuru. Seria de muita utilidade a prefeitura examinar juridicamente a situação dos mesmos. Quais os concessionários? Exploram diretamente ou arrendaram? O que a Lei permite?

    Reestruturação do espaço urbano

    É preciso que o choque de ordem não atinja apenas o pequeno, mas reestruture e dê novo espaço organizacional ao espaço urbano do município. Muita gente em Cabo Frio se desacostumou, ao longo dos anos, a ter respeito por normas, decretos, resoluções e a própria Lei. É preciso mais civilidade.

    Perigo & Desrespeito 1

    Não adianta reprimir os flanelinhas na Praia do Forte e Peró e ao mesmo tempo ignorar os comerciantes, que, na Passagem ocupam perigosamente metade da pista da Avenida do Contorno. Certos dias, principalmente aos fins de semana, passa apenas um veículo. O trânsito fica congestionado, atrapalhando a circulação.

    Perigo & Desrespeito 2

    É uma falta de respeito aos consumidores: o interesse individual não pode se sobrepor ao coletivo., sem dar a menor bola para a legislação de trânsito. Além disso existe o perigo para a integridade física dos frequentadores, sentados praticamente no meio da rua. Parece que apenas o lucro levado as alturas interessa.

  • CONTO DE AMOR

    Rubem Fonseca – 1925/2020.

    Quando servi o Exército eu me tornei especialista em bombas. Sei fabricar qualquer tipo de bomba portátil, muito usada por terroristas. A bomba que eu estava fazendo tinha que ter efeito fulminante, para que a vítima nada sofresse. E antes da explosão, era necessário que fosse emitido um feixe de luz radiante que fizesse a vítima perceber a iminência da explosão.

    A pessoa que eu queria matar era o meu filho João.

    Minha mulher Jane estava grávida quando fui enviado ao exterior com um contingente do Exército a serviço das Nações Unidas. Fiquei ausente cerca de dois anos. Escrevia constantemente para Jane e ela respondia. Quando o meu filho nasceu e recebeu o nome de João, as cartas de Jane ficaram bem estranhas. Ela dizia que precisava falar comigo uma coisa muito séria, mas não sabia como. Eu respondia impaciente para ela dizer de qualquer maneira, mas ela persistia na falta de clareza, que cada vez piorava mais. Afinal, Jane deixou de responder minhas cartas.

    Quando voltei da missão da ONU, corri para casa assim que desembarquei no aeroporto.

    Jane abriu a porta para mim. Seu aspecto me surpreendeu. Estava envelhecida, pálida, parecia doente.

    “Onde está o João?”, perguntei. Jane começou a chorar convulsivamente, apontando a porta do quarto onde ele estava.

    Entrei no quarto, seguido de Jane.

    João estava deitado no berço, um menino lindo, que ao me ver deu um sorriso. Peguei-o no colo. Então, tive uma surpresa que me deixou atônito. João só tinha uma perna e um braço, eram os únicos membros que possuía.

    Jane estendeu-me um papel, todo amassado, uma receita médica onde estava escrito: esta criança sofre de focomelia, uma anomalia congênita que impede a formação de braços e pernas. Jane cuidava do João com o maior cuidado e com grande carinho. Mas ela definhava cada vez mais e morreu quando João tinha seis anos. Eu dei baixa no Exército para poder cuidar do meu filho. Quando eu perguntava se ele queria alguma coisa, ele dizia “Eu quero ir para a guerra”.

    Sua deficiência física se agravava com a idade. Ele tinha 15 anos, mas não podia andar, estava impossibilitado de exercer as mínimas atividades físicas.

    “Eu quero ir para a guerra, papai”, ele pediu mais uma vez.

    Então decidi que ele iria à guerra. Foi quando preparei a bomba.

    Com a bomba na mão eu disse: “Meu filho, você foi convocado para ir à guerra.”

    “Obrigado, meu pai querido, eu te amo muito.”

    Eu o amava mais ainda.

    Coloquei a bomba na sua mão.

    “Essa bomba vai explodir. É a guerra”, eu disse.

    “É a guerra”, ele repetiu feliz.

    Saí do quarto onde estava. Pouco depois vi o clarão.

    João também viu esse clarão, feliz, antes da bomba explodir, matando-o.

    Eu amava o meu filho.

  • BARRA DO SANA & FLORES DA RESTINGA

    Eduardo Pimenta

    Evangelos Pagalidis

  • PEQUENAS DOSES

    Luiz Antônio Nogueira da Guia.

    Café da Jack

    Ontem a tarde as mesas do Café da Jack, no Lagoa Shopping, ficaram cheias dos velhinhos conversando sobre o resultado das eleições e seus desdobramentos: Cláudio Leitão, Duca Monteiro, Flávio Rebel, Hermínio Violeiro e seu neto Felipe, José Américo Trindade (Babade), Juninho Nogueira (Caju), Manoel BV, o portuga Narciso Conceição e outros tantos, cujos nomes escaparam ao editor.

    Babade ou Tio Chico?

    A tarde teve novidades: o comunista-franciscano, José Américo Trindade, mais conhecido pela alcunha de Babade ou mesmo Babadovsky, herdeiro de um velho “russo branco”, das estepes soviéticas, resolveu dar um trato nas envelhecidas madeixas. Resultado, ficou com a cara do Tio Chico da Família Addams.

    Oremos!

    Além da presença de Flávio Rebel, comemorando as vitórias de Alfredo Gonçalves (Republicanos) e do prefeito Serginho Azevedo (PL), no fim de tarde, desembarcou no Café da Jack, nada mais nada menos, que o intrépido assessor especial de Magdala Furtado (PV), Juninho Nogueira. Também conhecido por Caju, Juninho disse que se ofereceu ao governo para ajudar a transição, na área da Cultura. Amém!

    Arquivo Aberto

    O jornalista Moacir Cabral, através do seu canal no YouTube, deu início a série de entrevistas no programa Arquivo Aberto. O primeiro entrevistado foi o líder do PDT de Cabo Frio, o ex-deputado Janio Mendes. Para surpresa geral a entrevista não se deu entorno da política, mas da história e vivências de Cabo Frio.

    A Publicidade!

    O prefeito eleito, Serginho Azevedo (PL) continua apostando numa publicidade, calcada no cotidiano da família, na relação direta com a população, mas procurando não revelar a quantas anda as conversas para a montagem do novo governo e a transição com a desgastada administração de Magdala Furtado (PV).

    Trabalho!

    Conversar com a bancada eleita para trabalhar a formação do novo secretariado e discutir como vai se dar a eleição para nova mesa da Câmara, o presidente em particular, são tarefas inerentes ao prefeito eleito. É claro! Exige habilidade! Capacidade de diálogo! Entendimento sobre o seu papel na estrutura pública.

    Adesão de Ata 1

    A Adesão de Ata é uma modalidade da Lei das Licitações, aprovadas recentemente pelo Congresso. Apesar de ser um método legal, a Adesão de Ata é o mais próximo de uma “corrupção legalizada”, amparada pela Lei. Isso permite um contrato a uma empresa previamente escolhida que, mediante alguns interesses, é contratada fugindo da Licitação de preços mais econômicos aos cofres públicos.

    Adesão de Ata 2

    Ao fazer uma Adesão de Ata, modificando toda as refeições e merendas das unidades escolares de Cabo Frio, há 2 meses do final do governo, com um custo de mais de R$ 47 milhões de reais e com um empresa já relacionada com atos duvidosos, não pode ser considerada um ato de interesse público do município. Esperamos os próximos passos.

    Choque de ordem 1

    Que venha o tão esperado e prometido choque de ordem no município de Cabo Frio. Flanelinhas, ambulantes, quiosques, barracas na praia e etc, devem seguir uma regulamentação que atenda ao município, sua população, turistas e aos próprios autorizados. Com organização todo mundo ganha.

    Choque de ordem 2

    O prazo de choque de ordem é curto, pois logo após a posse do novo governo, em 2 meses chega o Carnaval e aí se espera a cidade bem mais organizada: a realidade de hoje é de uma bagunça generalizada onde vale quase tudo, talvez tudo mesmo, principalmente na orla e proximidades da Praia do Forte.


  • SOPHIA NA FLIP

    Rodrigo Cabral

    Sophia na Flip: os debates que permearam a participação da editora no evento.

    A relação entre território e criação literária, as discussões sobre questões raciais e a presença feminina no mercado editorial foram temas que marcaram a participação da Sophia na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2024. A editora, sediada em Cabo Frio e mantida pelo escritor Rodrigo Cabral, fez parte da Casa Gueto, espaço de produtores independentes organizado pela paulistana Patuá. Um dos principais eventos literários do país, a Flip aconteceu entre 9 e 13 de outubro. A 22ª edição do evento fez homenagem a João do Rio (1881 – 1921).

    No dia 10 de outubro, quinta-feira, na Casa Gueto, Leandro Miranda e Rodrigo Cabral participaram da mesa “Território e criação literária: de onde parte a escrita?”. Eles foram acompanhados por Marta Cortezão (TAUP), Adriana Antunes (Libertinagem) e Kim Wicks (Laboriosa Produções Poéticas), com mediação de Júlia Vita (Laboriosa Produções Poéticas).

    Autor de “K – 36 – o zeppelin que caiu no Cabo” e “Histórias do Arraial e a fábrica da baleia”, Leandro Miranda foi questionado por Júlia Vita sobre o impacto que seus livros causam na cidade.

    — Levei quatro anos para fazer o primeiro livro sete para completar o segundo. As pessoas se veem nos livros. É gratificante esse retorno que recebo dos personagens que estão nas obras. Na verdade, sem eles eu não conseguiria escrever. São memórias que poderiam se perder com o tempo. Por isso, é preciso muito cuidado na hora de pesquisar e de escrever também — explicou o historiador, que fez sessão de autógrafos de “Histórias do Arraial e a fábrica da baleia” no mesmo dia, às 19h.

    Enquanto isso, Rodrigo Cabral detalhou como o trabalho de pesquisadores, a exemplo do próprio Leandro, ecoa em sua produção literária. Durante sua fala, Rodrigo leu seu poema intitulado “pesca do vigia”. Na antiga tradição de Arraial, o vigia, no topo do morro, observa o movimento dos cardumes a olho nu e, apenas com gestos, indica aos pescadores aos pescadores a direção em que os peixes se movimentam e a espécie. No poema de Rodrigo, o vigia transforma-se em poeta: “O poeta revela palavras no mar / crianças escrevem peixes em casa”.

    Durante a tarde, às 15h, no Sesc Santa Rita, Rodrigo Cabral participou do lançamento das antologias do selo Off Flip de Literatura – o autor foi segundo colocado na categoria Contos e um dos destaques na categoria Poesia. Além de Rodrigo, a mesa foi composta por Ateide Menezes, de Aracaju (SE), vencedor na categoria Crônica com o texto “Crônica da santa de Aracaju”, e do editor do Selo Off Flip, Ovídio Poli Junior. Durante sua fala, Rodrigo leu o conto “O encontro do lamparão com a galesca”, apresentou o trabalho desenvolvido pela Sophia e anunciou o lançamento de seu primeiro livro de poesia, “refinaria”.

    — Em “Refinaria”, a escrita parte das memórias. É a contemplação do que se transforma e do que permanece. O poema é sempre um recorte. Ao poeta, cabe tentar coletar a poesia que encontra, em estado bruto, na vida — explicou Rodrigo, que fez sessão de autógrafos da obra no dia 11, na Casa Gueto.

    Também no dia 11 de outubro, Gessiane Nazario participou da mesa “Vamos falar sobre questões raciais?”, às 10h, ao lado de Cidinha da Silva, Débora Augusto Franco (Patuá), Anízio Viana (TAUP) e Aline Monteiro (TAUP). Na ocasião, a autora de “Revolta do cachimbo – a luta pela terra no Quilombo da Caveira” falou sobre as inspirações para escrever seu primeiro livro infantil, “Aspino e o boi”.

    – A soltura desses bois na roça era parte da estratégia dos fazendeiros da Fazenda Campos Novos para expulsar nossos ancestrais, nossos bisavôs. Mas nossos ancestrais resistiam. Derrubavam a casa deles. Eles erguiam a casa de novo. Foi muita resistência. Essas histórias não são contadas. A história oficial, que predomina no território de Búzios, por exemplo, é a da visita de Brigitte Bardot. A nossa história é outra. Aspino é o pai do meu avô, Natalino. Ouço essa história desde criança. É algo muito simbólico. Quando meu bisavô estava voltando da roça, vinha o boi do fazendeiro. Certa vez, ele não resolveu fugir. Decidiu enfrentar o boi, como se fosse o próprio fazendeiro – contou Gessiane.

    A autora fez sessão de autógrafos de “Aspino e o boi” no mesmo dia. De noite, conduziu roda de conversa chamada “O aquilombamento da literatura infantil”.

    – É curioso que a história começa com “Era uma vez”, seguindo a tradição ocidental de contação de histórias de forma lúdica, mas não há necessariamente um final feliz. Não se trata de um conto de fadas. O livro mostra que a literatura infantil também pode trazer verdade. E que as crianças podem entender essa verdade. Depende do jeito como é contado. Também não podemos desprezar o papel do mediador, daquele que lê o livro junto com as crianças – comentou o artista visual Rapha Ferreira.

    Rapha, aliás, ilustrou o livro “Refinaria”, de Rodrigo Cabral, e esteve presente na sessão de autógrafos da obra.

    – Entendo que o artista é alguém que monta um repertório de inutilidades. Acontece que esse repertório, em algum momento, frutifica.

    Ainda no dia 11, Jaqueline Brum realizou sessão de autógrafos para seu livro infantil “Aventuras na laguna”. À noite, a escritora e coordenadora do grupo Flores Literárias participou do debate “Anônimo não é nome de mulher – escrita e apagamento”, ao lado de Anélia Pietrani ou Marina Ruivo (Garoupa), Iviny (Xará), Luciana Lima Silva (Patuá / Nauta) e Vivi de Paula (Nauta / Comala). A mediação foi de Débora Porto (Escola de escritoras).

    – Escrevo desde pequena, mas nunca me reconheci escritora. Tive uma avó que teve sua voz silenciada, seus textos trancados. Mas a nossa casa era pura arte, pura poesia. Em algum momento isso aflorou em mim. Publico desde 2015. De lá para cá lancei seis livros. Comando desde 2016 um coletivo, junto com mulheres incríveis, chamado Flores Literárias. É um coletivo que luta e resiste para fazer acontecer. Nós organizamos a Flic, a Festa Literária Cabo-friense – disse Jaqueline, que atualmente preside a Academia de Letras e Artes de Cabo Frio (Alacaf).

  • SALINA

    Eduardo Pimenta

  • PEQUENAS DOSES

    Luiz Antônio Nogueira da Guia.

    Humildade?

    Em entrevista pós-derrota em 6 de outubro a prefeita Magdala Furtado (PV) tenta aparentar uma humildade e transparência, que não teve durante seu governo e mesmo antes de assumir o cargo no lugar de José Bonifácio (PDT). Quem sabe a fragorosa derrota serviu para dar a quase ex-prefeita maior capacidade de enfrentar os dissabores da política e talvez escolher o caminho de abandoná-la.

    Cara de pau!

    Cá entre nós meu caro leitor, soa um pouco demais o papo de Magdala Furtado (PV), que gostaria de ter a médica Ana Valladão, viúva do prefeito José Bonifácio (PDT) como sua companheira de chapa em 6 de outubro. Esqueceu muito rapidamente da oposição cerrada que fez ao ex-prefeito, que não arrefeceu sequer quando a doença dele se agravou e nas medidas, que como prefeita tomou logo que assumiu.

    Transição? 1

    O prefeito eleito ainda não deu qualquer pista sobre o programa do novo governo. Fala em reorganização, reestruturação, mas não existe, ao menos para o grande público, nenhum detalhamento. Serginho Azevedo (PL) deu apenas alguns sinais sobre o processo de transição política e administrativa com o governo de Magdala Furtado (PV).

    Transição 2

    O futuro prefeito continua fazendo muitas gravações do seu cotidiano: convívio com a família e condicionamento físico, como mandam algumas práticas de comunicação, mas para por aí. Não dá nenhuma pista efetiva sobre o andamento das negociações com o grupo de Magdala Furtado (PV) para a efetivação da transição.

    Secretaria de Cultura

    Há quem diga que resolver o imbróglio da secretaria de cultura pode vir a se tornar uma das chaves da reestruturação tão defendida pelo futuro prefeito. Nos cafés da cidade vários nomes, colocados em ordem alfabética, tem sido citados: Carlos Ernesto (Carlão), Evangelos Pagalidis e Margareth Ferreira. Certamente, o vereador recém-eleito, Milton Alencar Júnior, dará o seu “pitaco”.

    “Dança das Cadeiras”

    Toda formação de governo acontece sempre uma espécie de “dança das cadeiras” e um jogo de pressões e contrapressões dos diferentes atores, protagonistas e coadjuvantes, da cena política e eleitoral. É um momento bastante delicado e que pode determinar o futuro dos próximos quatro anos. Dificilmente, todos terminam satisfeitos.

    Lei do Uso do Solo

    O início do governo certamente será marcado pelos debates em torno das mudanças na chamada Lei do Uso do Solo. A sociedade civil organizada, em suas diversas manifestações e a Câmara Municipal tem que obrigatoriamente debater com muito cuidado, porque dessa nova organização vai depender o futuro do município

    Merenda escolar

    A proposta de terceirização da merenda escolar é um dos maiores absurdos do governo de Magdala Furtado (PV). Ainda bem que a Câmara de Vereadores interviu para impedir o desatino, que prejudicaria muito os alunos e professores. Além, é claro, de onerar consideravelmente as finanças do município.

    Dom Cabral

    O Dom Cabral montou uma equipe generosa para o “esquenta” da partida entre o Brasil e o Peru, o penúltimo colocado nas eliminatórias sul americanas para a Copa do Mundo de Futebol. Quem sabe o “esquenta” do Cabral, com aquelas cachacinhas e cerveja geladíssima, contribuiu para exorcizar o fantasma da desclassificação.

  • DESAFIOS DA GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL REFERENTES À EDUCAÇÃO

    Alessandro Teixeira Knauff

    A gestão pública municipal de Cabo Frio enfrenta desafios significativos para melhorar os índices de desempenho educacional da rede municipal, conforme os mais recentes resultados do IDEB. Nos anos iniciais, a rede municipal atingiu a nota 5.0, com uma meta estabelecida de 6.0. Nos anos finais, a nota foi de 3.8, em comparação com a meta de 5.5. Esses dados evidenciam a necessidade de intervenções estruturais e pedagógicas para elevar os níveis de aprendizagem e aumentar as taxas de aprovação.

    Uma das principais estratégias deve ser o fortalecimento das ações de formação continuada de professores, voltadas para o aprimoramento de práticas pedagógicas com base em resultados diagnósticos, especialmente nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática. O acompanhamento pedagógico mais próximo, aliado ao uso de avaliações formativas, deve orientar a elaboração de planos de ação focados nas necessidades de cada escola.

    Nesse contexto, é essencial colocar o aluno como protagonista do processo educacional, garantindo que suas necessidades e ritmos de aprendizado sejam o centro das estratégias pedagógicas adotadas, o que pode ser viabilizado com a estreita participação das equipes de assessoramento pedagógico (Inspetores, Supervisores e Orientadores) vinculadas à Secretaria de Educação.

    A redução das desigualdades de aprendizagem também precisa ser abordada por meio de políticas de acompanhamento individualizado dos alunos com dificuldades, seja através de programas de reforço escolar ou parcerias com instituições de ensino superior para formação de monitores. Nessa perspectiva de compreender o aluno como ser único, não se deve preterir da utilização de tecnologias educacionais como aliadas no processo de recuperação de defasagens objetivando a personalização, no que couber, do ensino e o acompanhamento em tempo real do progresso dos estudantes.

    Outro aspecto importante será o incentivo à melhoria da gestão escolar, por meio de capacitação dos gestores para o uso eficiente dos recursos educacionais e monitoramento contínuo dos indicadores de desempenho. A gestão pública precisa assegurar que cada escola tenha um plano de metas claro, em consonância com os objetivos estabelecidos pelo IDEB, promovendo a participação ativa de toda a equipe escolar nesse processo.

    O transporte e a infraestrutura escolar também precisam ser considerados, pois são fatores que afetam diretamente a frequência e o engajamento dos alunos. A criação de um ambiente escolar que favoreça o aprendizado, sem interrupções por falta de estrutura e de docentes, é fundamental para que as demais ações pedagógicas tenham efeito.

    Para que haja avanços significativos no cenário educacional e para que a rede pública de ensino de Cabo Frio volte a pulsar seu potencial pedagógico, essas iniciativas, se bem implementadas, tendem a contribuir para a melhoria de desempenho nos índices do IDEB e aproximar o município das metas estabelecidas para os próximos anos.

    Alessandro Teixeira Knauff é Professor.

  • PELA “HORA H”

    José Facury

    Vários fatores acontecem para que o eleitor brasileiro esteja meio que não levando muito a serio o que lhe vendem na política. A princípio os partidos e em segundo lugar quem está no poder e em terceiro lugar aquelas celebridades que há anos estão sempre aparecendo na mídia, prometendo mundos e fundos e às vezes até jogando farofa no ventilador. A democracia favorece a alternância de poderes, isso é bom por um lado, ruim por outro, mas também abre possibilidades aos malucos da vez aparecerem e angariarem hordas de adeptos…

    Hoje, existem modos comportamentais na sociedade ligadas ao trabalho, pois o trabalhador do século 21 não é igual ao trabalhador do século 20. O do passado era corporativamente engajado e do século 21 é libertado desse corporativismo, age muito pela conta própria e das ofertas de serviços atuais, pelas diversas políticas implementadas no início do século como o microempreendedor individual, o acesso global a internet e os serviços internáuticos. E isso por si só já configura um trabalhador diferenciado, sempre linkado, mas nunca antenado.

    As comunidades da periferias já não são mais só comunidades de trabalhadores com ou sem carteira assinada, são trabalhadores que se viram também nesse parâmetro econômico virtual de serviços que existe no país, mas também se envolve com tráfico ou com a milícia se agregando misticamente as seitas evangélicas e carismáticas, criando uma rede de informação bem próprias. Estas são as que melhor nos representam sem a hipocrisia costumeira da classe média.

    Então, mesmo com essência globalizante, estamos vivendo em uma sociedade diferenciadamente compartimentada, onde as igrejas entram meio que tentando dar um lenitivo lúdico para a pós vida, já que, por conta das redes sociais, uma certa crueldade se exacerba e é necessário protegerem-se do meio violento circundante.

    As políticas do bolsa família, individualizando os membros familiares ao benefício, também não faz com que ele sinta necessidade de se engajar por alguma mudança pela via politico partidária, porque sabe que qualquer governo que entrar não vai retirá-lo desse benefício. Olha o mesmo como uma conquista social própria, coexistindo uma espécie de alienação geral que interage muito mais dentre os participantes das suas bolhas, se alienando por total, sem conseguir encontrar fora dela um discurso diferenciado que o seduza. Fazê-lo reviver a paternidade política destes ganhos é completamente fora das suas realidades.

    Para essa massa desordenada é difícil, e eu diria que até impossível, pelo menos por enquanto, algum o convencimento fora da trama difusa que os constitue. Mas vale um diagnóstico profundo desses guetos presenciais ou virtuais para sabermos como agir em uma “Hora H’ pois assim como eles podem nos levar a um maravilhoso mundo novo, podem nos atirar no caos.

    José Facury – Conselheiro Nacional de Cultura.

  • PRAIA DO FORTE E A BOCA DA BARRA

    Hilton Francisconi

  • PEQUENAS DOSES

    Luiz Antônio Nogueira da Guia.

    Magdala fala – 1

    Em entrevista a prefeita Magdala Furtado (PV) deixou claro que não passava por sua cabeça colocar o vereador Léo Mendes (MDB) como seu companheiro de chapa. Segundo Magdala o seu desejo era ter como companheira de chapa a médica Ana Valladão (PDT), viúva do prefeito José Bonifácio (PDT).

    Magdala fala – 2

    A prefeita disse que o seu desejo era uma chapa inteiramente feminina e que após a recusa de Ana Valladão, também vice-presidente local do PDT, ainda foi tentado o nome de Kamilla Mendes, esposa de Marquinho Mendes. O nome de Léo Mendes (MDB) teria sido uma indicação do ex-prefeito Marquinho Mendes (MDB).

    O Debate!

    Segundo algumas fontes apesar de estar atrás do deputado Serginho Azevedo (PL) no processo eleitoral, o que derrubou definitivamente as pretensões de reeleição da prefeita foi a péssima atuação no debate promovido pelo Programa Sidnei Marinho. A desinformação da prefeita chocou analistas presentes.

    A Intervenção 1

    A intervenção do “baronato petista”, desalojando o professor Rafael Peçanha do PT e consequentemente da Federação Brasil da Esperança, que também reunia o PV e o PC do B é considerada por amplas fontes políticas cabofrienses como a ação política essencial que permitiu a Magdala Furtado (PV) tentar polarizar com Serginho Azevedo (PL), o que não conseguiu.

    A Intervenção 2

    Segundo essas mesmas fontes caso Rafael Peçanha (Rede Sustentabilidade) tivesse conseguido permanecer no PT teria muito mais recursos, penetração entre a população e tempo bem mais generoso de televisão no horário eleitoral gratuito. E ainda sofreu a ação local da Rede Sustentabilidade.

    Reflexo nas contas públicas?

    Entre janeiro e setembro deste ano a prefeitura de Cabo Frio, dentro do governo de Magdala Furtado (PV) não pagou mais de 9 milhões de reais em precatórios, exatamente 9.614.598,98. Bloqueios judiciais nas contas públicas municipais são indicadores dessa inadimplência da prefeitura cabofriense e reflexos neste e no futuro governo.

    O que aconteceu?

    Causa espanto em todos os lugares públicos de Cabo Frio a derrota política de Janio Mendes (PDT) e Marquinho Mendes (MDB). Ambos com longa carreira política e história de múltiplas eleições não conseguiram votação suficiente para chegar a vereador, Janio diretamente e Marquinho com a pequena votação que obteve a esposa.

    O Governo! 1

    Agora cabe iniciar o processo de transição, que se espera rápido e consistente e ao mesmo tempo ir montando o governo, o que pode gerar muita dor de cabeça para o prefeito eleito. Serginho Azevedo, entretanto leva para a mesa uma quantidade respeitável de votos e isso lhe dá uma autoridade, que não pode perder ou deixar de exercitar.

    O Governo 2

    São muitos grupos que se uniram para construir a vitória de Serginho Azevedo (PL) e Miguel Alencar (União Brasil). A nova construção é o governo e como todo governo sujeito a chuvas, raios e trovoadas, mas também as benesses que costuma presentear a seus participantes. Cabe escolha?

    Rafael Peçanha denuncia terceirização da merenda escolar de Cabo Frio

    O professor Rafael Peçanha (Rede Sustentabilidade), que foi candidato a prefeito de Cabo Frio, pela Federação PSOL/REDE e ficou em terceiro lugar, protocolou nesta segunda-feira, 14, uma denúncia ao Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. O professor considera irregularidades no processo de ‘adesão de ata’ que terceirizou a merenda escolar da rede municipal, em valor superior a 47 milhões de reais.

  • O ZUMBIDO DAS ELEIÇÕES

    Cláudio Peres Leitão

    No Brasil, milhões de pessoas tem zumbido nos ouvidos. Uns mais altos, o que leva a necessidade de ingerir medicamentos específicos e outros mais baixos que se consegue com um trabalho mental abstrair e viver normalmente. Eu sou um destes. Mas uma coisa é certa, ambos, alto ou baixo, convivem com este zumbido que incomoda e fica “24 horas no ar”, ali, te mostrando que você tem este problema a enfrentar. Aí você vai me pergunta: O que o zumbido tem a ver com as eleições municipais?

    A princípio, nada. Mas eu proponho uma reflexão. Quando você vota num candidato a vereador ou a prefeito, você tem a consciência que estes caras vão ficar pelo menos 4 anos no poder. Este prefeito e estes vereadores vão interferir diretamente na sua vida. São eles que vão definir quais as políticas públicas que serão executadas na sua cidade, o que logicamente, vai definir como será a sua vida e de seus familiares durante este período de tempo.

    Se estes “ungidos pelo seu voto” não cumprirem o prometido, você ficará 4 anos com “um zumbido no seu ouvido” dizendo: Poxa, um monte de gente me avisou que este voto era uma furada, mas mesmo assim eu votei. Isso não é novidade, já ocorre na cidade há décadas. O voto é sempre repetido nos mesmos caras ou naqueles que eles indicam. Não há mudança, mas sim a velha continuidade de sempre. Toda eleição se fala em renovação, mas ela nunca ocorre. A maioria diz que quer, mas isso não se traduz no voto.

    Tem também aqueles que não estão nem aí para a cidade. Votam apenas pelo seu interesse pessoal. Não importa se o “ungido” é um pilantra, um corrupto já manjado ou um “bom moço” com um passado bem sujinho. Ganhou o seu, já está bom, afinal “todos são ladrões mesmo”, é o que dizem quando confrontados com o seu voto. Eu não sou dono da verdade, logo, não escrevo isso para julgar ninguém. Apenas faço como constatação de uma realidade evidente e concreta.

    O jogo foi jogado, a eleição acabou e o resultado já é do conhecimento de todos. Há os que votaram “neles” e acham que ganharam e os que votaram em outras alternativas e em tese, “perderam”. Eu estou entre aqueles que acha que novamente a população perdeu a chance de mudar um quadro histórico de continuidade das mesmas práticas políticas quer perdura na cidade.

    Na minha modesta opinião, estes “ungidos ganhadores” que foram eleitos não vão entregar nada diferente dos demais que governaram a cidade. O tempo, que dizem que é o senhor da razão, é quem vai mostrar. Vamos ver no ouvido de quem o tal “zumbido das eleições” será pior nos próximos 4 anos !!

    Claudio Leitão é um portador de zumbido crônico, economista e professor de história.

  • PRAIA DO FORTE

    Hilton Francisconi

  • PEQUENAS DOSES

    Luiz Antônio Nogueira da Guia.

    Presidência da Câmara 1

    A eleição mal terminou e começaram as especulações sobre qual vereador da base do futuro governo de Serginho Azevedo (PL) vai presidir a Câmara. O prefeito eleito tem procurado se desviar do assunto e segundo fontes do grupo político vencedor Serginho Azevedo não pretende decidir precipitadamente.

    Presidência da Câmara 2

    Três nomes tem sido citados constantemente para a presidência do Legislativo: Vaguinho Simão, Luis Geraldo e Josias da Swell. Todos três, evidentemente, da base do chamado “bloco conservador”. Dos três, o decano Luis Geraldo é o mais experimentado e vai cumprir o seu sexto mandato na Câmara. Vaguinho foi o vereador mais voltado e Josias tem grande apoio junto ao empresariado. Quem será?

    Desculpas

    O vereador Léo Mendes (MDB), companheiro de chapa de Magdala Furtado (PV), na eleição de 6 outubro fez discurso na Câmara, declarando-se arrependido por alguns gestos durante a campanha. O vereador pediu desculpas a população por algumas atitudes tomadas no calor do embate político. Tudo leva a crer que está arrependido da aliança política que construiu durante a eleição.

    Qual o destino?

    Muita gente se pergunta qual o destino político de Janio Mendes (PDT), Marquinho Mendes (MDB) e do próprio Léo Mendes (MDB). Continuarão na vida pública como candidatos ou seguirão por outros caminhos na máquina pública ou até mesmo entrarão e darão prosseguimento a uma vida na iniciativa privada? Os próximos meses dirão!

    Repensar a política

    O Programa Sidnei Marinho, na Litoral News, bateu recordes de audiência na apuração da cobertura das eleições, em toda a Região dos Lagos. Durante o programa Sidnei Marinho fez comentário sobre os resultados negativos obtidos por Janio Mendes (PDT) e Marquinho Mendes (MDB), dizendo que ambos tinham que repensar a forma de atuação política. E tem mesmo!

    Raphael Braga

    Em Búzios, o vereador Raphael Braga, filho do ex-prefeito Mirinho Braga (PDT), se reelegeu para seu segundo mandato, batendo todos os recordes de votação do município, ultrapassando os 5% dos votos válidos. Para quem dizia que Mirinho Braga não tinha mais prestígio político na cidade, foi, no mínimo, uma grande resposta.

    A organização!

    O prefeito eleito Serginho Azevedo (PL) prometeu durante toda a campanha que vai reorganizar o município. Cabo Frio está mesmo precisando: a cidade está uma bagunça só. Dos quiosques as margens do Canal do Itajuru aos da Praia do Forte, os barraqueiros e os “flanelinhas”, formam uma grande confusão. O prefeito vai precisar de muito apoio político para dar a Cabo Frio o mínimo de organicidade.

    Esquerda, sem cadeira no Legislativo

    Os partidos que formam a esquerda no espectro político saíram mais uma vez derrotados sem fazer nenhuma cadeira no Legislativo municipal. São mais quatro anos sem sentar nas confortáveis poltronas do Plenário Oswaldo Rodrigues, justamente um grande vereador, cuja origem foi a luta dos trabalhadores.

    Repensando

    Como Janio Mendes e Marquinho Mendes, no PDT e MDB, os partidos do campo político e ideológico mais a esquerda também precisam repensar suas formas de atuação e como falar com a sociedade. Disparidade na disponibilidade de recursos para financiamento das campanhas? Como fazer o discurso progressista chegar a sociedade? Quais as demandas mais caras a população? E por aí vai …

  • INADIMPLÊNCIA

    Alessandro Teixeira (*)

    Dados do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro indicam que a Prefeitura de Cabo Frio não efetuou o pagamento de R$ 9.614.598,98 em precatórios entre janeiro e setembro de 2024. Essa inadimplência teria resultado, nos últimos dias, em bloqueios judiciais sucessivos nas contas públicas do município, incluindo aquelas de gestão exclusiva da Secretaria de Educação.

    O valor total devido em precatórios até setembro de 2024 é de R$ 56.861.564,33, de acordo com o Poder Judiciário. No entanto, a Prefeitura pagou até o dia 17 de setembro o montante de R$ 47.246.965,35.

    A inadimplência no pagamento dessas dívidas judiciais pode comprometer a gestão financeira do município, gerando restrições orçamentárias e prejudicando o cumprimento de outras obrigações públicas essenciais.

    (*) Alessandro Teixeira é Professor.

  • A FEIRA

    Paulo Cotias

    Tudo começava às cinco horas da manhã. O barulho dos caminhões chegando e descarregando as pesadas armações de madeira. A gritaria dos mercadores, em especial, um pitoresco vendedor de frutas cuja voz potente conseguia a façanha de ser ao mesmo tempo engraçada pelo conteúdo e irritante pelo horário.

    Era dia de segunda. E, na segunda, era dia de feira. Quem não conhece uma feira de rua não sabe o que está perdendo. É, talvez, um dos maiores espetáculos a céu aberto que a natureza humana pode produzir. Uma confusão danada de odores, cores, sabores, frutas, legumes, quitutes, artigos para o lar, carnes, peixes, e sempre algumas surpresas como as traquitanas vendidas no chão ou penduradas nas aratacas. Pedintes que a gente sabia o nome, artistas que performavam alguma coisa, vendedores de ervas e temperos que nunca vimos. E tudo isso deliciosamente harmônico naquele caos.

    Na feira a sociologia deixava de ser matéria dos eruditos e virava experiência de vida. Duas fileiras de barracas, uma em cada lado da rua, só permitiam aos transeuntes espremerem-se no meio ou esbarrar-se nas laterais das calçadas. O meio era sempre a melhor passarela. Naqueles poucos metros que pareciam uma longa estrada romana, você perdia a noção de estar em uma grande cidade e, por um tempo, achava que tudo aquilo era uma grande aldeia, uma vila, na qual todos se conhecem, se cumprimentam e compram juntos.

    O atendimento era cerimonioso, bordões, cantorias, chamamentos, tudo para atrair a atenção da freguesia. E não precisava o cliente sequer colocar a mão. Era voto de confiança sagrado que a pessoa da barraca escolhesse para você os melhores produtos. Nunca deu erro. Nem nas balanças antigas com aqueles pratos e pesos de ferro.

    Quando era criança essa feira era um evento. Fazia questão de acompanhar minha avó nessa caminhada rocambolesca não apenas pelo amor da companhia, já que eu ainda não tinha como levar muito peso nas sacolas ou no antigo carrinho de arame, mas para provar um pouquinho de cada coisa nas cortesias obrigatórias de cada barraca.

    A feira também não escapou da nossa adolescência, quando já a frequentávamos em nosso pequeno bando hormonal. E isso menos pela sua variedade de produtos e mais por causa de uma cisma, nascida do enigmático sorriso que foi lançado em direção ao grupo pela moça que vendia bananas. Briga daqui, resmungo acolá e disputas incansáveis nas quais cada um julgava ser o destinatário do sorriso. Pronto! Nascia ali a “musa da feira”, que povoou nossos delírios (até por que era exatamente isso, um delírio)

    Dizem que a feira continua lá. Não sei, nunca mais a visitei. Talvez nem queira ou precise. Sempre que eu quero eu a visito na minha memória. E que sensação boa essa lembrança dá. Pena de quem só conhece o movimento de comprar alimentos com pedigree daquelas lojas de grife dos hortifrutigranjeiros. Coisa um bocado sem alma para o meu gosto.

    (*) Paulo Cotias, psicanalista, historiador e escritor.

  • EM BREVE NA TV BRASIL
  • PROCURANDO O ALMOÇO

    Evangelos Pagalidis

  • PEQUENAS DOSES

    Luiz Antônio Nogueira da Guia

    O mais votado

    Assíduo leitor do Blog fez uma nota corrigindo uma informação dada aqui pelo editor: “Apenas para esclarecer. O mais votado dos partidos de centro-esquerda e esquerda foi o Oseias do PV eleito com 1814 e não o Lucas Muller. Apesar de não ver nenhum traço ideológico de esquerda no perfil do vereador. Oseias foi o mais votado desses partidos”. Lucas, candidato pelo PSOL teve 1008 votos.

    O PV de Cabo Frio

    É evidente que o leitor, apesar da ressalva, indica o Partido Verde (PV) como um partido de esquerda, ao menos progressista, teoricamente ele tem razão. Na prática, entretanto, após a intervenção desastrada do “baronato petista” assumiu as práticas e o governo de Magdala Furtado, trocando o PL pelo PV. Convenhamos, uma troca radical. Não?

    A votação proporcional 1

    Mais uma vez os partidos considerados de esquerda tiveram uma performance pífia, em Cabo Frio, nas eleições proporcionais (Câmara Municipal): o PSOL – 1,02% (1.265 votos) e a REDE – 0,69% (851votos) somaram 1,71% dos votos ( 2.316). Cresceu em relação a 2020, quando fez apenas 0.9%, certamente carregado pela candidatura majoritária do professor Rafael Peçanha (Rede Sustentabilidade). Mesmo assim, muito pouco.

    A votação proporcional 2

    Ainda no campo da eleição proporcional a Unidade Popular (UP) teve 0,63% (778 votos). O percentual , reunindo o total de votos dos três partidos (PSOL/REDE/UP) chegou a 2,34%, (2894 votos), Realmente, só um milagre permitiria algum candidato alcançar a Câmara. É preciso repensar a atuação política/eleitoral dos partidos com a população.

    De olho na Câmara

    PL – 18,87% (23.327 votos)
    PODEMOS – 13,33% (16.481 votos)
    PP – 13,07% (16.157 votos)
    REPUBLICANOS – 9,64% (11.915 votos)
    UNIÃO – 8,11% (10.032 votos)
    PSB – 8,05% (9.947 votos)
    PRTB – 6,48% (8.009 votos)
    AVANTE – 5,42% (6.704 votos)
    PDT – 2,51% (3.106 votos)
    MDB – 2,49% (3.073 votos)
    PV – 2,45% (3.023 votos)
    PT – 1,45% (1.795 votos)
    CIDADANIA – 1,39% (1.723 votos)
    PSDB – 1,16% (1.439 votos)
    PC do B – 1,08% (1.330 votos)
    PSOL – 1,02% (1.265 votos)
    REDE – 0,69% (851 votos)
    SOLIDARIEDADE – 0,66% (822 votos)
    UP – 0,63% (778 votos)
    NOVO – 0,44% (544 votos)

    Na majoritária

    Na majoritária, a Federação PSOL/REDE , com a candidatura do professor Rafael Peçanha (Rede Sustentabilidade), teve 5,49%, com 6.689 votos, chegando em terceiro lugar, a frente de Vinícius Seguraço da UP, com 0,91% (1.115 votos) e Fernando Cardoso (NOVO) foi o último colocado com 0,46% (560 votos).

    Não dava para chegar a Câmara

    Com exceção de Rafael Peçanha, da Federação PSOL/REDE, com quase sete mil votos, tanto o estudante Vinícius Seguraço da UP, como o engenheiro Fernando Cardoso do partido NOVO não tiveram votos sequer para sonharem em chegar a Câmara de Vereadores. Afinal, nessa eleição de 6 de outubro 25 candidatos a Câmara tiveram mais de 1.500 votos.

    A vitória de Serginho Azevedo

    A candidatura do deputado Serginho Azevedo (PL) e uma grande aliança, chegou a beirar os 85 mil votos, com 84.317, com o percentual de 69,19%. O projeto de reeleição do grupo político da prefeita Magdala Furtado (PV) foi derrotado e teve apenas 29.188 votos, com percentual de 23,95%. A derrota não foi uma surpresa e refletiu as pesquisas feitas em todo o município.

    Os números & percentuais

    Essa edição não teria sido realizada se não tivesse o luxuoso auxílio do Professor Alessandro Teixeira, que municiou o editor com números e percentuais desse processo eleitoral, terminado em 6 de outubro.




179 respostas em “BLOG DO TOTONHO”

Caro Totonho, desculpe, mas não comentarei a politica e os seus protagonistas, mas, sim, do nosso Mario de Andrade, revelando o seu interior paulistano com o “negrinho ” Benedito. Totonho , confirmo para vc que o Mario continua pertencer aos elitistas da epoca, revelando para nós a pergunta da dúvida : será o Benedito?

Boa noite Totonho. Fiquei dois dias pensando se deveria ou não escrever para este blog. Mas, falando do Pessanha, não consigo entender. Ele está fazendo campanha? Não parece, parece mais água de salsicha ou picolé de chuchu. Ele tem sangue de oposição? Não cativa, não conquista, não ganha, não deixa ninguém embevecido com sua postura. Vendedor de banana na feira é muito mais enfático. Difícil. Se tiver dois mil votos nessa pasmaceira jogue os braços pro céu. E sobre a manifestação de parte do PT a favor do Pessanha, mais atrapalha do que ajuda. O PT Cabo Frio não tem voto e nem apelo popular, só tem fisiologismo da mais cara de pau que já andou por esta cidade . Sem protagonismo de um partido de esquerda de verdade. Da pena. Sem trocadilho. Um monte de sem noção ,num diretório/executiva caquéticos, sem movimento popular que o valha. Dá pena. Sem trocadilho .

Estranho o comportamento,dos que se dizem dq oposição em Cabo Frio! Estão batendo cabeça e o Serginho, marcha a galope, com o seu chicote embaixo do.braço( expressão turfists) Ontem, a Magda foi proclamada candidata do PSB, ainda tento entender! É a politica dos oportunistad!

Totonho
Ainda sob o impacto do que fui vítima, com a retomada judicial de minha casa no Portinho; estou tentando me recuperar da realidade : de não conseguir voltar a morar em Cabo Frio como estava nos meus planos, dada as condições que encontrei a minha casa : simplesmente um amontoado de cimentos colocado pelo inquilino
Hélio Wagner Gualberto que fugiu sem comprar , pagar aluguel e ainda deixou um cachorro vagando pelo jardim que virou quintal !
Enfim e para começar então, estou lendo o seu Blog como faço todas as vezes quando é publicado !
Gosto de vê esse andar político daí : que passa ano, entra ano : continua em destaques todas as figurinhas reconhecidas dos velhos tempo de Alair Correia : e , so falta mesmo , Magdala : se “embolar” com os esses velhos caciques dai!
O que acho difícil: porque passei 10 dias aí e, não reconheci o Cabo Frio que me recebeu de braços abertos e fez de mim até
Imortal! !
Pra terminar, meu amigo, parabéns por essa crônica bonita de uma cronista : Ana Cristina César até então desconhecida por mim !
Um abraço , sucesso e minhas desculpas por ter feito de seu Blog a minha sessão de terapia
Tati Buenon

Bom dia, meu CARO AMIGO Totonho, as suas impressões , a sua opinião,a sua visão política tem uma clareza enorme, gosto disso, mas infelizmente o Pessanha não acordou ou está esperando um acordo. Como é possível que um político que se diz progressista fique neste marasmo, mais parecendo um Dalai Lama da política,”estou zen”, ”zen atitude”, ”zen voto”,”zen nada”, ou um baiano fazendo política, sem desmerecer os baianos os quais gosto muito,”meu rei ,calma ,pra que pressa?” onde quer chegar? se não mudar e não for mais agressivo e parar de ser ”professoral” vai ser difícil alguém saber quem ele é e pra que veio.Desse jeito vai ser atropelado. A periferia não o conhece e nem o seu grupo. É só uma crítica construtiva.

Totonho me sibto na obrigação de aduzir algumas considerações ao que comentou o Claudio Leitão, no que diz sobre a atuação da direita nas redes sociais! Essa mafaldada tipologia política, sempre foi muita atuante, com o correr dos , ficam,mais sofisticada ainda , vai se tornando , a origem são os Trumpistas e as suas fabricas de horror! E o pior é que o que se dizem de esquerda, são primários, e os que se dizem protagonistas e dirigentes estão ainda vivendo um passado, vejam o nosso Lula, não tem mais cintura para ser canodidato e pobre de assessoria, observem! Quando acordarem, já será tarde!

Tanto assunto para comentar, que perdi ,o fim da meada , a Rose Fernandes, que desconhecia, os arremedos da Angela, a figura da Yone, tudo muito ilustrativo e instrutivo ! A figura e importância de Teixeira de Souza, se tornou maus relevante! Ah! Se pudesse voltar atrás no tempo, para viver um Cabo Frio, bem diferente!

Bom dia, sobre a ”Mag”, ela não está nem aí para a reeleição, para que se preocupar com problemas futuros , se o seu ”pé de meia ” já esta garantido. Não tem nenhuma identidade com sua ”querida cabo frio”. Então que se dane os ”queridos cabofrienses”. E sobre o Pessanha ,se continuar com esse ”discursinho” metido a contemporizador , não vai ”arrumar” nada. Precisamos de um político administrador com programas de verdade e que tenha sangue nas veias, um progressista aguerrido que fale as M……AS” DESSA CIDADE. Pobre Cabo Frio…..

É demasiado triste que, além do aumento do número de partidos, eles são completamente desprovidos de PROGRAMAS!

Boa noite redator e leitores do BLOG DO TOTONHO, vou falar de assunto
o qual conheço bem , um pouco na verdade , porque as entranhas do PT Cabo Frio são obscuras, dissimuladas,escorregadias, às vezes repugnantes
e falo isso porque conheço e sofri na carne as traições feitas contra minha pessoa quando fui candidato a vereador e vi tanta traição que desisti de pedir votos pra mim e o ZÉ também fez[trair]. Brizola , o Grande, já dizia, ”A Política adora trair , mas abomina o traidor”. Li no artigo e notícia do BLOG DE HOJE , a nota do diretório, como se eles tivessem moral para falar de intervenção, traição , ”bola nas costas”, fui traído pelo ”presidente”, hoje um ”conde”, só tem título, que a estadual fez uma intervenção , que não pode e blábláblá……..e a alguns meses atrás ele me tirou do zap do partido sumariamente e ditatorialmente porque não gostava das críticas políticas e erros políticos cometidos por esse mal dirigente. Um partido de magnitude do PT ter um cara desse na sua direção é um escarnio, e então estamos mais uma vez no limbo da história , puxando a carroça do ostracismo e chacota no âmbito estadual e municipal. Avisei que o partido ia ser usado e foi…….agora está esperneando? E quando estavam ainda no ”governo” da ”mag frustrante” , não falavam nada, tudo ”tava bão”, e nada como um dia após o outro e águas que passam por baixo da ponte………Há , esquerda em Cabo Frio ? Onde?Plano de governo? Empregos,Saúde,Educação,Moradias,Transporte? Só rindo…….

A prefeita Magdala, mesmo contando com os fartos recursos provenientes dos Royaltis do Petróleo, não fez nenhum investimento importante durante a sua gestão, que se resume em promover “reinaugurações” diversas, que em nada contribuíram para o desenvolvimento de nossa querida Cabo Frio.
Essa sua aliança com o PT pode se resumir como desespero, “tábua de salvação”, mas a sua reeleição é muito pouco provável.

tudo bem , vamos beber umas geladinhas, uns vinhosinhos, até umas cachacinhas…….dançar um pouquinho para colocar os ossos no lugar,rrrrrrrrsssss, mas como vou beber na fonte das melhores informações políticas, gastronômicas,sociais, futebolísticas e etcetcetcetc……..? o que o seu avô BIBIU pensaria sobre essa situação? o CABRAL é o culpado por esse deslize com os seus milhares de leitores, passaremos o fim de semana no escuro………….rrrrrrrrssssss. Abraços ,bom descanso.

POR ISSO QUE EU LEIO O MAIOR BLOG DO MUNDO,PORQUE ELE É ESCRITO NA MAIOR REDAÇÃO DO MUNDO E TALVEZ EU COMECE A BEBER SÓ PARA IR NO MAIOR BAR DO MUNDO PARA BEBER ………PODE ENTRAR ADULTO OU SÓ ”BEBER”????????rrrrrrrrrssssssssss

Caro Totonho, não ia dizer nada, mas, o comentario da Angela, me deu animo para escrever. Primeiro, para dizer que não sou muito desses dias, o das mães, pais, etc. Isto foi
criado por Silvio Bheri g, do O Globo, para incrementar o comercio. Para mim , as mães nao tem dias, pois , está conosco diuturnamente, e uma figura maravilhosa, que sofre calada ,o que esta acontecendo, a Angela a denominou de” maravilha”, eu acrescentaria, a de Santa, ouve, vê e resolve! Abraços em todas as mães do Blog!

BOM DIA TOTONHO. OS CULPADOS POR ESTA INCOMPETENTE ”PREFEITA” QUE NÃO SABE E NÃO TEM CACIFE NEM PARA TOMAR CONTA DE UM CANIL , CHAMA-SE JÂNIO MENDES, RAFAEL PEÇANHA, RICARDO CARDOSO INCOMPETENTE PRESIDENTE DO PT CABOFRIENSE E TANTAS OUTRAS FIGURAS INCOMPETENTES DA POLÍTICA DESSA SOFRIDA CIDADE. QUANDO ELES FIZERAM A ALIANÇA COM ELA, NÃO FOI PENSANDO NA CIDADE E SIM BABARAM COMO CÃES RAIVOSOS PELO PODER ACHANDO QUE ELA TRARIA ALGUM GANHO POLÍTICO NO 2º DISTRITO, TÃO SOFRIDO E INVADIDO POR GRILEIROS , E OUTROS TANTOS FACÍNORAS E ENTÃO ESTÁ DANDO O QUE ESTÁ DANDO. INCOMPETÊNCIA , DESMANDO,TRUCULÊNCIA, TURISMO DE BAIXO NÍVEL, BANDIDOS ASSASSINOS TRABALHANDO NAS PRAIAS,E MORTES. E TODO OS CANDIDATOS COM AS MESMAS CONVERSINHAS DE SEMPRE,BLÁBLÁBLÁ……A CIDADE NÃO AGUENTA MAIS TANTOS FURTOS………

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