10/2014 – Maré baixa, na Praia do Forte – Antônio José Christovão.

Luiz Antônio Nogueira da Guia.

Má notícia

O governo de Magdala Furtado (PV) foi acusado pelos portais de notícias UOL, GLOBO e CIC7 de utilizar mais de 50 milhões de repasses federais para tratamento oncológico (câncer) com o pagamento da inchada folha salarial da Prefeitura de Cabo Frio. Não é uma boa notícia para um governo cujo principal projeto é a reeleição. Finanças com problemas?

Levantar voo: eis a questão

Caso uma acusação dessa natureza fosse comprovada a situação política e eleitoral da prefeita Magdala Furtado (PV) e da sua Federação de partidos ficaria ainda mais delicada: o avião da campanha continuaria taxiando e talvez sequer levantasse voo. Falta praticamente um mês para a eleição e qualquer problema mais grave pode derrubar em definitivo uma candidatura.

Edição ruim

As propagandas eleitorais da prefeita Magdala (PV) são de uma mesmice de fazer gosto. Musiquinhas e dancinhas, entretanto, mal editadas, deixam escapar rostos sem graça e algumas caras sérias: tipo, “o que estou fazendo aqui”?. Os candidatos a Câmara Municipal devem estar preocupados, porque uma campanha murcha é sinônimo de votos raros.

Complicação?

Segundo fontes acostumadas ao dia-a-dia da Câmara Municipal o deputado Serginho Azevedo (PL), caso mantenha o mesmo nível eleitoral para os candidatos ao legislativo, deve fazer de 14 à 15 vereadores. Terá uma maioria tranquila caso consiga se eleger prefeito de Cabo Frio, em 6 de outubro: as vezes uma bancada obesa complica mais, que ajuda.

Diário Oficial

Desde 30 de agosto o Diário Oficial da Prefeitura de Cabo Frio não é publicado. As perguntas são: falta material ou os redatores de plantão estão com uma incrível preguiça, em pleno período eleitoral? O que está acontecendo com a poderosa máquina de comunicação social do governo? Banzo, no último mês de campanha? Falta transparência? Por favor, o distinto público quer respostas.

Executivo X Legislativo: céu de Brigadeiro?

A relação entre executivo e legislativo nunca é um “mar de rosas” ou um “céu de brigadeiro”, sempre há cobranças, de parte a parte: são sempre grandes as demandas dos vereadores, algumas poucas de interesse público e outras de maior porte, digamos assim, de interesses privados, isto é, do próprio vereador, já pensando na reeleição. Há um grande amor, quase uma veneração pelas poltronas do Plenário Oswaldo Rodrigues.

Propostas & Debates

Alguns raros candidatos ao Legislativo usam os “foguetinhos” da campanha eleitoral gratuita, na Televisão e os espaços nas redes sociais da Internet para propostas e debates com a sociedade cabofriense: gente como Alfredo Gonçalves (Republicanos), Chantal Ferraz (UP), Cláudio Leitão (PSOL), Davi Souza (PDT), Flávio Guimarães (PDT), Luis Geraldo (Republicanos) e Milton Alencar Júnior (União Brasil). Aqui alinhados em ordem alfabética e não no conjunto das ações e ideias.

PT de Cabo Frio reafirma apoio a Rafael

O Diretório Municipal do PT, em Cabo Frio, reafirma a sua posição de não aceitar a intervenção do “baronato petista” e mais uma vez reforça seu apoio a candidatura a prefeito do professor Rafael Peçanha (Rede Sustentabilidade) através da Federação PSOL/REDE. Significa a reação política a ação de Magdala Furtado (PV), que impediu o professor de ser candidato pela Federação Brasil da Esperança.

Zeladoria

O próximo prefeito (a) de Cabo Frio vai ter grande trabalho em desenvolver uma política de zeladoria no município. Os equipamentos urbanos estão visivelmente deteriorados: buracos no asfalto e nas ruas calçadas com paralelos, lixeiras destruídas, péssimas calçadas, cheias de buracos e desníveis, além da limpeza de baixa qualidade das vias públicas. A imagem da cidade está muito ruim.

Organização urbana 1

Esse desleixo com o equipamento urbano é agravado com o turismo de massa, que esculhamba ainda mais o que na cidade já está ruim. Após os fins de semana a rápida circulação pelas ruas do município permite verificar, que há mais lixo, buracos, lixeiras quebradas e mau cheiro pelas vias públicas e não apenas nos bueiros e ralos. Cabo Frio precisa começar a aprender a se organizar para poder desfrutar das coisas boas que o turismo pode vir a deixar.

Organização urbana 2

Os candidatos que fizerem da organização urbana e da segurança itens importantes nos seus programas de governo, fatalmente estarão falando a boa parte da população, que não mais suporta a bagunça em que a cidade se transformou. A opinião pública quer uma cidade calma, bem equipada e segura para viver: é buscando isso que muita gente sai da metrópole para o interior.

Ângela Maria Sampaio de Souza

Às vezes, a gente se comporta como se a dor do outro valesse menos do que a nossa.
A violência segue banalizada na mídia, que divulga detalhes inacreditáveis em seus noticiários, filmes e novelas sangrentos, enquanto as pessoas comem pipoca no sofá ou nas salas de cinema.
Em meio a tantas formas de comunicação, aliadas à liberdade de expressão e a quantidade de canais de informação, algumas pessoas acham que podem falar tudo que lhes vem à cabeça, sem filtros nem autocensura, como metralhadoras giratórias de palavras.
Infelizmente, não aprenderam fazer piadas com certos assuntos que às vezes não é nem um pouco engraçado.
Redes sociais invadidas por piadas de péssimo gosto, no melhor estilo “perco o amigo mas não perco a piada,” disseminadas por pessoas que não se colocaram no lugar da dor do outro.
Penso que essas pessoas infelizmente, faltaram algumas aulas da vida, não aprenderam lições de empatia, solidariedade e compaixão.
Defendendo muitas vezes a alegria, mas nem tudo é engraçado.
Se certas pessoas não tiverem algo de bom para dizer, melhor ficar calado!
Se amigos forem perdidos porque você não riu da piada da vez, sinto dizer que eles não eram seus amigos!!

Ângela Maria Sampaio de Souza é Professora.

04/09/2019 – Cabo Frio/RJ – Evangelos Pagalidis.

Luiz Antônio Nogueira da Guia

Duque de Caxias na área

Na secretaria de saúde e arredores políticos corre a notícia que o ex-prefeito Marquinho Mendes (MDB) vai assumir a pasta. Bem, uma coisa é certa, não é nada pequena a presença na Saúde de gente de Duque de Caxias, leia-se Washington Reis e Cia, que vem gradativamente ampliando sua influência em Cabo Frio. É o método político da Baixada Fluminense, chegando, chegando ….

Modelo Político

A sociedade organizada de Cabo Frio, por mais frágil que possa parecer, sabe muito bem o que significa a extensão do “modelo político” da Baixada Fluminense para a Região dos Lagos, especialmente Cabo Frio. Basta prestar atenção em tudo que acontece na Zona Metropolitana do Rio de Janeiro e os grupos que disputam a hegemonia, isto é, o poder em toda a Região.

Racha no PT

Ao bloquear a candidatura de Rafael Peçanha pela Federação Brasil da Esperança (PT/PV e PC do B) e fazer a opção pelo populismo conservador de Magdala Furtado (PV) o baronato petista dividiu o partido no estado. O deputado federal Luiz Otoni Reimont divergiu e manteve o apoio a candidatura Rafael Peçanha (Rede Sustentabilidade) pela Federação PSOL/REDE.

Magdala: falta experiência & tradição

O apoio do PT a populista e conservadora Magdala Furtado (PV), rachou o partido em Cabo Frio e no Estado, além de não contribuir para o crescimento dos índices de aprovação da candidatura governista. Como disse um experiente político cabofriense, com muitas décadas de atuação eleitoral e no governo municipal, a prefeita não tem experiência e muito menos tradição na política do município.

Janio + Marquinho + Magdala

A aliança de JanioMendes (PDT) e Marquinho Mendes (MDB) em apoio a chapa Magdala Furtado (PV)/Leo Mendes não conseguiu cair no gosto do eleitor apesar dos esforços dos personagens em questão. Na prática, Janio cuida de recuperar sua carreira política e Marquinho o prestígio que um dia teve como prefeito de Cabo Frio.

O Retorno?

O projeto de reeleição do grupo de Magdala Furtado (PV) é o caminho que Janio e Marquinho encontraram para retornarem como protagonistas a cena política. Ao final do processo, se confirmada a derrota do projeto de reeleição da prefeita, Marquinho e Janio poderão ao menos comemorar vitória, mesmo que parcial, se Kamylla Mendes for eleita e Janio voltar a Câmara e quem sabe Magdala a Santa Maria Madalena.

Órbita política

Até o momento o cenário político mostra que o projeto de reeleição do grupo Magdala Furtado (PV) não vai a lugar algum. Nesse caso, o vereador Leo Mendes (MDB) chegaria a 2025 sem mandato na Câmara, enquanto Marquinho deve jogar pesado para eleger a esposa Kamylla. Ao ex-vereador vai restar continuar na órbita política do ex-prefeito. Não é?

A Dupla!

Os vereadores Roberto de Jesus e Átila Motta trabalham, com o apoio do governo para tentar um novo mandato e se reeleger para mais quatro anos. O difícil será a dupla se acostumar a fazer parte de uma bancada de oposição, afinal, a falta de hábito pode atrapalhar os planos de gente com tanta firmeza política e ideológica.

A Oposição!

O que não dá para aturar é a chamada “oposição fake”, aquela que faz um verdadeiro barraco na frente das câmeras e microfones das emissoras de rádio, mas que por trás das cortinas está acertada com o governo e tem até cargos na estrutura administrativa da prefeitura. Quem quer fazer oposição deve ser por inteiro, porque está representando uma parcela da população.

A Democracia

A Democracia exige a presença da oposição, formal e mesmo informal, além do respeito as instituições. A política sem o contraditório, sem o respeito a fala e as ideias do outro não existe. É uma via de mão única, que sempre leva a regimes autoritários e a aridez do pensamento. A multiplicidade, a diversidade são essenciais as práticas democráticas.

Luciana G. Rugani

É incrível observar pessoas que, até pouco tempo, não poupavam críticas a gestores públicos que se mostraram incapazes de realizar o básico do básico na área cultural, e agora apoiam nomes a eles aliados! Observo os argumentos, as falas cheias de contradição e permeadas de insensatez, e só posso acreditar que, de fato, nada irá mudar, e muito menos melhorar, se as pessoas não despertarem para a realidade de que elas mesmas perpetuam aquilo do qual passam a vida a se queixar. 
Já são anos de atraso e estancamento, o fazer cultural já poderia estar anos-luz na frente, porém até hoje não se realiza com efetividade nem mesmo o básico! Os espaços culturais diminuíram e aqueles que ainda existem sofrem de falta de manutenção. Já poderíamos estar muito mais avançados, até mesmo com demandas mais condizentes com a modernidade, porém ainda é preciso pleitear o que em outras cidades já existe de maneira rotineira. Isso é lamentável! 
A cultura nunca foi algo valorizado e visto como relevante, justamente porque um povo culto é muito mais difícil de se manipular. As velhas estratégias de manipulação não funcionam muito quando se tem uma população mais consciente de sua realidade e das artimanhas de dominação do meio político em conjunto com os interesses da classe econômica dominante. E a cultura tem também esse papel, ela pode impulsionar muito a conscientização! Vejo a cultura cidadã consciente como um ponto de resistência contra o trator da destruição em prol de lucros cada vez maiores dos grandes grupos para os quais pouco importa as condições de vida de determinado povo. E quanto mais à vontade se sentem esses grupos para fazerem o que bem quiserem em um município, mais sufocada será a voz de sua população. E quanto mais alienado e de olhos fechados para a realidade dos interesses de exploração que lhe rondam, mais atrasado será um povo. 
É lamentável ver que esse atraso tem tomado força em parte da população que não consegue perceber que, ano após ano, vem elegendo sempre os mesmos grupos, aliados aos mesmos exploradores econômicos que só querem especular, e que tratam a cultura como algo irrelevante e a memória histórica como algo sem nenhum valor. 
Há alguns anos, ouvi de uma dessas pessoas que a memória de uma cidade deve ser guardada na própria lembrança de cada um. Uma fala que deixa claro o egoísmo típico dos que não se importam em destruir, desde que suas parcelas lucrativas estejam garantidas. E, na atualidade, quando vejo fazedores de cultura apoiando nomes ligados a esse especulador modo de pensar, pessoas que poderiam fortalecer um caminho totalmente oposto a esse “modus operandi” de anos a fio na cidade, só me cabe pensar que, infelizmente, a incoerência tornou-se uma pessoal conveniência.

Luciana G. Rugani
Academia de Letras e de Cabo Frio – ALACAF e Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA

Restinga do Peró – Evangelos Pagalidis.