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ECOCENTRISMO

Falar em políticas ambientais é sempre um tema complexo, ainda mais para mim que não sou especialista na área, mas vou continuar defendendo a ideia do “ecocentrismo”. Entendo ser necessário e vital para o planeta mudar o modelo de desenvolvimento, subordinando-o não ao lucro, mas a vida, desta e das gerações futuras que vão cada vez mais vão sofrer com a escassez de recursos naturais.

Tivemos um período na história da humanidade onde o teocentrismo era a tônica e Deus era o centro do mundo. Com as ideias iluministas caminhamos para um modelo em que o homem era o centro, o antropocentrismo.  Hoje, com as mudanças climáticas e ambientais, entendo ser novamente outro momento de mudança, onde o meio ambiente seja o centro das decisões e tenha o protagonismo acerca do modelo de desenvolvimento. É o ecocentrismo.

Apesar dos avanços no debate sobre este tema, principalmente forçado pelas instituições não governamentais e pelo crescimento das políticas de educação ambiental que conscientizam o cidadão para um uso racional dos recursos naturais, o processo de desenvolvimento e progresso estão nas mãos de grandes empresas, grandes corporações transnacionais, que muitas vezes tem mais força que os próprios Estados Nacionais. Vivemos em uma “coorporocracia”, em que os modelos de Estado, através de um modelo capitalista e neoliberal coloca o lucro acima da vida, consequentemente, também acima da preservação ou conservação ambiental. As políticas públicas realizadas, na maioria das vezes, se subordinam a estes interesses.

Cabe a sociedade civil e ambientalistas continuarem esta luta que é travada em constante contraste com estes poderosos interesses. Vivemos numa sociedade de ultra consumo, e só assim o modelo capitalista e neoliberal se sustenta, em que a obsolescência dos produtos é forçada para que haja sempre o consumo de um produto mais novo e moderno, que demandam para a sua produção mais recursos naturais e energia. As alternativas de energia limpas e renováveis envolvem custos maiores e não são predominantes.

O problema ambiental como dito antes é muito complexo e apenas a conscientização da população não oferece uma solução duradoura no curto e médio prazo como precisamos. Os sinais de esgotamento, de degradação ambiental e de uso descontrolado dos recursos naturais são cada vez mais evidentes e continuam sendo criminosamente negligenciados pelo “grande capital” que controla as relações socioeconômicas no mundo.

O planeta está pedindo socorro e não é de hoje !!

O que uns chamam de crise ecológica é consequência da ambição humana, este é nosso triunfo e nossa derrota”.

José Mujica

Claudio Leitão é economista e professor de história.

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