José Facury
Nós da cultura, a nivel nacional vivenciamos e entendemos que o nosso setor veio se consolidando ao longo dos anos ao construir politicas publicas que, de quando em vez encontra empecilhos que impedem seus avanços. Não nos interessa, descobrir o por quê, mas sim, reafirmar o nosso processo de reconstrução em torno da sua continuiade.
Desde os revezes politicos ideológicos, assim como a recente pandemia que, mesmo ainda se tornando dificil a retomada do setor, conseguimos com as leis emergenciais de fomento, tão sabiamente aprovadas pelo Congresso Nacional assegurando a dificil sobrevivencia, mas ainda sofrendo o contraditório no seu percurso.
A reestruturação do Sistema Nacional de Cultura com a larga implantação dos conselhos, incluindo, o de âmbito nacional nas suas paridades, os planos decenais com suas metas, os fundos estaduais e municipais ainda sem uma vital organicidade financeira, necessitando do apoio integral de todas as instâncias oficiais estaduais, principalmente da estrutura ministerial reaglutinada recentemente, mas ainda incipiente de recursos humanos, o Ministério da Cultura, já que o mesmo se achava destituído pelo governo anterior, não poderia ser atingido por mais um revés.
São muitas, muitas ações institucionais estruturantes em busca desse ordenamento e os valores aplicados ainda são baixos em relação aos ganhos advindos da ampliação do mercado de trabalho nos últimos três anos por todo território nacional.
Inadmissível que agora , com todo esse renascimento cultural ainda em curso, com as leis de fomento em plena instituição legal, pronta pra refazer e consolidar a economia em mais de cinco mil municípios do país, o setor e o seu orgão máximo, sejam mais uma vez atingjdos por medidas de contigenciamento que impedem seu desenvolvimento.
Toda a sociedade do nosso planeta sentiu na pele e na alma o papel que a arte e a cultura emanam para dirimir as dores da desesperanca e fazer reativar nossos desejos de dias mais saudáveis ao sobrepujarmos o mal que nos abateu em 2020.
Se ainda estamos restituindo a nossa dignidade aos trancos e barrancos de forma coletiva nossas perdas tão vilipendiadas, por aqueles que nâo nos têm em suas contas, nâo seremos nós que elegemos os nossos reconstrutores que iremos pagar as contas dessa recorrente divida histórica que as gestões publicas retrógradas tem com o setor da cultura.
Cabo Frio tem o seu sistema municipal implantado, mas o seu Conselho na sua paridade ainda é uma falácia, necessitando de mais força da sociedade civil. O seu Plano Decenal nunca é respeitado, haja vista o abandono do proprio patrimonio cultural material e o seu Fundo vive sem organicidade, sendo apenas um CNPJ com uma conta bancária, no qual o seu ordenador de despesa é apenas um fantoche na mão do prefeito da vez.
(*) Jose Facury é Autor, Diretor Teatral e Conselheiro Nacional de Cultura.
(**) Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Blog.