José Facury
O município de Cabo Frio de 2017 pra cá já teve quatro prefeitos e agora estamos às voltas com o nono titular da cultura. Nenhuma estrutura administrativa se afirma com essa instabilidade…
A partir das suas inúmeras conferências e fóruns desde 2009 o município tem o Sistema Municipal de Cultura implantado com seu conselho, plano, fundo e o seu próprio edital de fomento, o Proedi, nos moldes do recém lançado Programa Nacional Aldir Blanc (PNAB).
O que significa ter isso consolidado?
Significa que, tudo que o órgão realiza vem do seu Plano Decenal de Cultura com suas metas e indicadores, já aprovados pela Câmara e revisado pelo Conselho de Políticas Públicas de dois em dois anos. Qualquer instabilidade política o atinge frontalmente…
Prá aumentá-la, a Prefeita tratou com profundo descaso essa estrutura sistêmica mudando de cima pra baixo todo seu corpo funcional, sem consulta nenhuma, no meio da aplicação de duas leis federais e com espaços culturais enganchados em processos de obras abertos há seis anos.
Uma prova cabal que, para muitas autoridades o sistema de cultura não significa nada e os agentes culturais muito menos.
O novo secretário diante desse desafio do apagar das luzes vai ter que reconstruir o corpo técnico, dialogar abertamente com as bases consolidadas do sistema e priorizar o que poderá ser realizado para seduzir a máquina amorfa da Prefeitura, cheia de mezuras e melindres políticos em pleno ano eleitoral.
Não gostaria de estar no seu papel…
José Facury
Teatrólogo
Conselheiro Nacional de Cultura