Reverberou na mídia, dias atrás, mais uma das tantas falas totalmente descabidas do governador mineiro, Romeu Zema, sugerindo a divisão do país por meio da separação dos estados do nordeste.
Não é a primeira vez que o governador propaga a xenofobia contra o pessoal do nordeste brasileiro. Por várias vezes, ele deixou que sua fala revelasse um pensamento preconceituoso, fomentador de aversão e separativismo, algo totalmente na contramão do que se espera de um agente político e governador de um Estado da magnitude de Minas Gerais.
Analisando esse fato sob um prisma mais amplo, percebemos um ponto que vale destacar e para o qual a população precisa estar alerta: a volta da estratégia de, pouco a pouco, ir promovendo ideias reacionárias, impactantes, que buscam entusiasmar grupos radicais e deslumbrar os incautos. Explico.
Enquanto, em Minas Gerais, Zema escolheu fortalecer o preconceito e a xenofobia, em São Paulo o governador Tarcísio de Freitas optou por justificar a violência policial ao defender a chacina promovida pela polícia. Ambos dão continuidade à mesma estratégia utilizada pela extrema direita, por volta, mais ou menos, de 2015 até a eleição do inominável. Naquela época, foram disseminadas ideias preconceituosas e violentas, impactantes emocionalmente, e que nunca foram a solução para nenhum problema de segurança ou de desigualdade social. Pouco a pouco, semeavam a ideia de separação dos estados do sul do País e erguiam a bandeira da segurança pública, além de outras pautas de cunho moral. E isso impressionou grande parte da população que acabou por eleger a turma da extrema direita. Eles são assim, seduzem o seu público por meio de temas chaves que compõem a cartilha deles com o intuito de vender uma falsa sensação de solução fácil para graves problemas sociais.
Agora, Zema e Tarcísio recomeçam a velha tática, de olho nessa parcela da população que se permite deslumbrar por suas falas firmes, como se fossem capazes de solucionar todos os problemas. É a parcela da população que sempre busca um “mito” que os guie.
Quanto ao conteúdo da fala de Zema, eu, como mineira que sou, preciso dizer que esse pensamento é apenas dele e dos que aceitam ser manipulados por essas ideias. Não reflete, de forma alguma, o pensamento da maioria da sociedade mineira, muito conhecida por seu acolhimento. Minas Gerais é um Estado diverso que, desde o início de sua história, sempre recebeu, de coração aberto, estrangeiros e pessoas de todas as localidades. O povo mineiro é famoso por abraçar diversidades, por receber bem, em sua terra, todos aqueles que nela se estabelecem, seja com ânimo definitivo ou temporário. E também fora dela, pois é um povo que busca interagir, conviver, relacionar-se. Não é à toa que os mineiros são também conhecidos como um dos que mais movimentam o turismo.
Quanto ao povo nordestino, é um povo aguerrido, responsável pela edificação de várias cidades brasileiras. É um povo de cultura rica, ali nasceram e viveram grandes poetas, escritores, músicos e tantos outros responsáveis por posições de destaque do País nas mais diversas áreas.
Classifico a fala de Zema como abominável, sem nenhum fundamento, simplista e que visa apenas impactar, semear divisão e preconceito e alimentar a fatia da população que segue em busca de um novo “mito”.
Luciana G. Rugani
6 respostas em “SOBRE A FALA DO GOVERNADOR ZEMA”
Parabéns, Luciana.
Zema, me inclui fora de sua xenofobia.
Valeu, Luzia! Obrigada!! 🙂
👏👏👏👏👏
Ficou muito bom
Bacana, Luciana
Valeu Luciana