Cabo Frio é sem dúvida a cidade mais importante da Região dos Lagos. Tem a maior população, o eleitorado mais denso e a economia mais dinâmica: os setores de comércio e serviços são fortes, embora enfrentem acentuada crise desde a pandemia.
Não é a toa, portanto, que estabelecer hegemonia dentro do município seja o propósito de grupos políticos suprapartidários oriundos de diversas partes do estado, em particular na capital e região metropolitana.
Dominar politicamente Cabo Frio significa estender sua influência por outros municípios como São Pedro da Aldeia, Búzios, Arraial do Cabo, Iguaba, Araruama e até mesmo Rio das Ostras. Representa o controle político sobre orçamentos públicos, obras de porte, empregos, investimentos e eleição de vereadores, deputados (estaduais e federais) além de beliscar prestígio no governo do estado e senado.
Esse conjunto de razões mostram porque diversos braços políticos avançam sobre Cabo Frio, cuja reação é praticamente nenhuma, inerte diante da agressividade com que essas forças, que não falam nenhuma forma de participação verdadeiramente popular, penetram na cidade.
A unidade política em torno de um mesmo projeto, que preserve e fortaleça o município, como praticado em outras regiões, talvez seja a saída para a crise mais profunda que se avizinha e que pode lançar Cabo Frio na chamada “Bacia das Almas” ou mesmo o tal do “Fundo do Poço”.