Rodolfo Campbell
A cada quatro anos todos os brasileiros entre 18 e 70 anos não analfabetos tem o compromisso de ir às urnas no primeiro domingo de outubro – e no último domingo do mesmo mês em cidades com mais de 200 mil eleitores que nenhum candidato ao executivo tenha conseguido 50% mais um dos votos válidos – para eleger seus representantes nas suas respectivas cidades.
Essa obrigatoriedade é fundamental para que todas as classes sejam ouvidas, mas ao mesmo tempo cria os “eleitores de ocasião”, que são pessoas que pouco sabem do histórico do candidato a quem estão depositando seu voto, que votam por alguma ocasião neste ou naquele candidato, sem ao menos conhecerem suas propostas, pois o descontentamento com a política eleitoral é enorme, com justificativas para lá de plausíveis.
Isso reflete também na manutenção dos políticos em cargos que já ocupam, desconhecendo o eleitor o trabalho realizado por quem recebeu seu voto, em especial no legislativo, havendo inclusive muita confusão nas competências do legislativo e executivo. Precisamos mudar essa cultura através da educação e sensibilizando a população sobre a administração pública.
Os representantes eleitos são funcionários de toda sociedade e devem usar seus mandatos para transformar e melhorar a vida dos cidadãos. O trabalho deve ser contínuo durante todo seu mandato, não somente na ocasião das eleições. No legislativo vemos ainda mais o trabalho por ocasião, dado que não há um só representante, dividindo a atenção da população que por muitas vezes nem sabe quem são os ocupantes das cadeiras, qual sua frequência ao trabalho, seus projetos apresentados e seus posicionamentos perante as votações.
Muitos passam os quatro anos sem nenhum projeto apresentado, faltam a maioria das sessões, votam sem avaliar o impacto na população e ainda assim conseguem se reeleger. Precisamos parar esse ciclo, conhecendo o trabalho realizado, quem são os candidatos e dar oportunidade a novos representantes, interrompendo o ciclo parasitário desses governantes. Quem já teve oportunidade e nada fez, deve perder a vez!
