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NINGUÉM VENCE ELEIÇÃO DE VÉSPERA

Cláudio Leitão

O escritor e jornalista Nelson Rodrigues disse uma vez que “toda unanimidade é burra”. Acho uma frase de verdade discutível, mas é muito usada para caracterizar a arrogância e a prepotência de alguns. Aqui em Cabo Frios nos dias atuais, a eleição municipal já é discutida nas ruas, nos bares e cafés. E como sempre tem aquelas “pitonisas” que dizem que ela já está decidida.

Ninguém ganha eleição de véspera. Ao longo do tempo, as urnas já deram lições em candidatos prepotentes e cabos eleitorais ansiosos. No curso de um processo eleitoral pode acontecer inúmeras surpresas e fatos imponderáveis que mudam a correlação de forças entre a campanha de um e de outro. Uma delas sem dúvida é quando a população resolve assumir um maior protagonismo popular mesmo diante de um enorme poder econômico de um certo candidato, que muitas vezes quer “comprar” corações e mentes.

Muitos analistas políticos, estudiosos do tema eleição no Brasil, defendem uma tese que “o povo vota e o poder econômico elege”. Não posso discordar desta evidência. Todos nós já vimos isso acontecer no país ao longo de décadas após o processo de redemocratização. É um fenômeno das democracias de massa e do processo eleitoral burguês. Mas não vou admitir isso como uma verdade absoluta. Sempre houve exceções e ninguém pode prever aonde isso vai acontecer.

Logo, caro eleitor, não caia neste papo de que você não deve exercer o seu direito democrático e votar no seu candidato preferido porque as “pitonisas de araque” dizem que ele não vai ganhar. É preciso exercer o tal protagonismo popular e fazer valer a sua vontade. Chega de fazer “reverência” para candidato corrupto porque ele é “simpático”. Chega de ter “uma ponta de inveja” de candidato rico que diz que está na política para defender os interesses dos pobres.

Estas situações estão se repetindo eleições após eleições e estamos por isso chegando ao “fundo do poço” das más práticas políticas, que provoca uma abissal desigualdade social na nossa cidade. É só olhar para a nossa situação atual para perceber isso. Isso ocorre tanto no executivo como também na Câmara de Vereadores.

O candidato para prefeito ou vereador tem que ser aquele que vive e conhece a fundo a sua realidade de trabalhador. A elite rica e burguesa da cidade nos rouba desde a fundação de Cabo Frio. O nosso primeiro governante, Constantino Menelau, em 1615, era traficante de Pau Brasil. Hoje, o roubo e o desvio são mais disfarçados, mas seguem comprometendo o seu presente e o seu futuro, além de inviabilizar também o futuro dos seus filhos e netos.

Este ano, em 06 de outubro, vamos mudar essa porra !!

Claudio Leitão é economista, professor de história e pré-candidato a vereador pelo PSOL.

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