Eu sou um grande usuário e um atento observador das redes sociais na internet. Acho que é um dos grandes movimentos de comunicação de massas no mundo. A velocidade com que a informação circula é impressionante. Isso se reflete também nas TV’s e Rádios. As redes revolucionaram a forma de relação e comunicação entre as pessoas, empresas, instituições e até das relações de Estado.
O Brasil está entre os cinco países com maior número de assinantes no Facebook, talvez o mais importante dos veículos das redes sociais. Os blogs também ganharam uma dimensão muito maior. Hoje, temos blogs mais lidos do que jornais. Discute-se de tudo, de religião a política. Posta-se de tudo, inclusive vídeos íntimos. Tem mensagens e várias notícias positivas, mas tem também muita desinformação, mentiras, agressão verbal, atitudes de ódio e intolerância. No fim, acaba sendo representativo do que tem de bom e ruim em nossa sociedade e também na sociedade planetária.
No campo político já é uma realidade como um ótimo instrumento de propaganda pessoal, partidária e institucional. Entretanto, funciona muitas vezes como “uma faca de dois gumes”, pois quando a informação postada é falsa e enganadora, o retorno negativo é devastador para o político. Muitos já viraram e ganharam eleição com uma ajuda importante da internet. O exemplo mais evidente e marcante no mundo foi o de Barak Obama nos EUA.
Por outro lado, muitos também já perderam muitos votos a partir da veiculação de notícias falsas pela internet, principalmente quando afeta a credibilidade do político emissor da postagem. Aqui no Brasil segue crescente muito o uso político das redes sociais. Agora vem vindo por aí estratégias que envolvem o uso da Inteligência Artificial. Isso inclusive, segundo especialistas pode representar uma nova revolução nas redes.
Existem verdadeiros “exércitos de gente” conectados fazendo propaganda elogiando seu político ´preferido ou o que paga pelo “serviço”. Porém, também tem outros batendo forte nos adversários. É uma “guerra” muito louca, as vezes leal e as vezes nem tanto. As redes sociais tem uma característica bem democrática, pois atinge a todas as classes sociais, embora os efeitos das informações tenham impactos, interesses e interpretações diferentes.
Este ano com a redução do tempo de campanha eleitoral nas eleições municipais, tanto nas ruas quanto nas TV’s e rádios, ganhará uma importância cada vez maior. Batalhas de informações serão travadas neste campo. Hoje, até doações podem ser feitas via internet. O seu poder de informação e convencimento chegou para ficar.
Isso vai requerer do eleitor uma atenção ainda maior na hora do voto. Não se deve acreditar em tudo que está publicado. Quanto menor a escolaridade do internauta menor é o filtro que ele pode usar para saber sobre a veracidade ou plausibilidade destas notícias e informações. Devemos todos ficar atentos !!
Claudio Leitão é economista e professor de história.