Como todos sabem este teremos eleições municipais. Analisando o momento político no município de Cabo Frio é possível constatar que este governo de Magdala Furtado está eivado de vícios, confusões primárias de gestão e suspeitas de irregularidades. O município, inegavelmente, vive um período de instabilidade política. A prefeita está em rota de colisão com a maioria da Câmara de Vereadores com apenas seis meses de mandato.
O Governo José Bonifácio não foi uma grande maravilha, mas era um governo republicano e estava organizando as finanças do município. Ao longo dele não se tinha tantas licitações, adesões de ata e transações suspeitas como ocorre agora, tudo sendo denunciado pela mídia e redes sociais. A prefeita completamente despreparada em termos de conhecimento do orçamento e da administração pública, começou o governo nomeando uma ruma de secretários de fora da cidade, alguns com processos judiciais em curso, que não conheciam a conjuntura política do município. Um secretariado amorfo, incompetente em seu estado puro, que não indicava ter um projeto claro de cidade.
Neste fim 2023, tudo ficou ainda mais claro. Pela primeira vez em 40 anos, Cabo Frio não teve a tradicional queima de fogos. A prefeita tentou se esquivar culpando a Câmara pela sua desorganização e estupidez, insistindo em fogos com barulho, fato já superado por lei municipal. Fez adesões de ata suspeitas com a iluminação de Natal e equipamentos para montagem da estrutura de shows nos eventos da praia. Contratou artistas com valores altos e estranhos, tudo sem nenhuma transparência para a população.
Isso sem falar na farra das portarias ao arrepio da lei, numa clara intenção de usar o público em benefício do privado ou proveito eleitoral ilícito. Foi tentado, inclusive, a convocação de sessão extraordinária na Cãmara para aprovar esta patifaria. Uma CPI está instalada na Câmara para apurar a forma e os valores de todos estes contratos e as ações políticas suspeitas. Esperamos coragem por parte dos vereadores nesta apuração. A população precisa estar atenta. Nos bastidores já se fala num provável impeachment, diante de tanta incompetência, despreparo e gestão temerária.
O início do ano começou politicamente “fervendo” na cidade e muito mais se espera ao longo do mesmo. De um lado um governo que não foi eleito, e não me venham com este papo que a vice também foi votada, porque todos sabem que ninguém vota no candidato a prefeito pensando no vice. Do outro lado uma população preocupada com os rumos da cidade diante dos desmandos de “gente estranha e esquisita” ocupando cargos públicos sem o preparo técnico republicano para tal.
Penso que urge novamente um processo de renovação com agentes políticos que tenham um projeto de cidade complemente diferente deste que está em curso. Projeto este, que precisa ser debatido com os diversos segmentos da sociedade e ter uma efetiva participação popular para ser bem sucedido. Por fim, vamos acompanhar os próximos capítulos desta nova “novela política” e esperar, quem sabe, um final feliz para o povo de Cabo Frio. Tudo isso depende também de nós, pois precisamos ter atenção, critério e responsabilidade no voto que vamos dar em outubro.
Claudio Leitão é economista e professor de história.