
Bolsonaristas, por favor, tenham humor e não fiquem aborrecidos comigo por este singelo texto !
O “bancário bolsonarista” aprovou o aumento da jornada de 6 para 8 horas diárias sem qualquer compensação salarial.
O “carteiro bolsonarista” aceita ter a empresa que é sua fonte pagadora privatizada, perdendo inclusive a estabilidade profissional.
O “motoboy bolsonarista”, se sofrer um acidente perdeu o direito de sacar os 13 mil do DPVAT. Agora ou ele faz um seguro privado ou fica ferrado mesmo.
O “caminhoneiro bolsonarista” quer parar as estradas do país ferrando sua única fonte de renda e provocando a escassez ou o aumento do preço dos alimentos.
O “professor bolsonarista” aprova a redução do repasse de verbas para a educação. Aprova também a tentativa de desvincular do poder público a obrigatoriedade de fornecimento deste direito.
O “trabalhador bolsonarista” aprova a retirada de direitos trabalhistas e não faz questão de ver a sua carteira de trabalho assinada.
O “desempregado bolsonarista” aceita perder o direito de receber o seguro desemprego e a indenização do FGTS.
O “servidor público bolsonarista” aceita perder a aposentadoria integral e a estabilidade funcional. Também aceita ser chamado pelos políticos de extrema direita de parasita.
O “médico bolsonarista” é contra a vacinação e a favor da redução de verbas destinadas ao SUS. Alguns, inclusive, são contra o próprio SUS.
O “policial bolsonarista” acha que tem que matar todos os bandidos, pois, “bandido bom é bandido morto”. E se matar inocente é “efeito colateral” no combate ao crime.
O “ambientalista bolsonarista” nega as alterações climáticas provocadas pelo aquecimento global. Ele defende arduamente os combustíveis fósseis. Acha que o Estado não tem que investir “nestas bobagens” de prevenção contra catástrofes ambientais.
O “pastor e o padre bolsonarista” entendem que só os seus fiéis vão merecer o “Reino dos Céus”. Os outros são devotos do Satanás.
O “negro bolsonarista” é contra as cotas e tem certeza que não existe racismo estrutural no Brasil. Ele ainda acha que a escravidão foi uma “coisa leve” porque na África era pior.
O “artista bolsonarista” é contra a Lei Rouanet ou qualquer outra lei de incentivo à cultura porque isso é coisa de esquerdista.
O “militar bolsonarista”, bom, este sempre quer se dar bem, quando for para reserva irá receber a promoção para um cargo acima com um salário maior do que recebia quando estava na ativa. Ele ainda garante que nunca houve ditadura no país, até porque é um golpista por natureza.
O “cientista bolsonarista” …………………bem, este ainda não existe. Só há, por enquanto, protótipos.
Aí tem o “rico bolsonarista”. Bem, este não quer perder privilégios. Não aceita pagar IR sobre a sua fortuna e sobre o rendimento de ações que possui na Bolsa de Valores. Este é o bolsonarista legítimo. Quer que os pobres se explodam!
Em tese, não deveria existir “pobre bolsonarista”. Não deveria também existir “classe média bolsonarista”. A extrema direita bolsonarista, ao longo da história, nunca propôs ou aprovou nada que os favoreça. O que existe, de fato, é manipulação midiática com pautas de costumes conservadoras que são do seu agrado.
Tanto o “pobre bolsonarista” quanto o “classe média bolsonarista”, que aliás se acha mais perto dos ricos, nunca serão convidados para uma festa promovida por esta elite financeira, a não ser para tomar conta da portaria ou do quintal.
Claudio Leitão é Economista e professor de História.