No Brasil, milhões de pessoas tem zumbido nos ouvidos. Uns mais altos, o que leva a necessidade de ingerir medicamentos e realizar tratamentos específicos e outros mais baixos que se consegue controlar e abstrair com um trabalho mental e viver normalmente. Eu sou um desses. Mas uma coisa é certa, ambos, alto ou baixo, convivem com este zumbido que incomoda e fica “24 horas no ar”, ali, te mostrando que você tem este problema a enfrentar. Aí você vai me pergunta: O que o zumbido tem a ver com as eleições?
A princípio, nada, mas eu proponho uma reflexão. Quando você vota num candidato a vereador, prefeito, deputado, senador ou a presidente, você tem a consciência que estes caras vão ficar pelo menos 4 anos no poder. Estes “ungidos pela urna eletrônica” vão interferir diretamente na sua vida. São eles que vão definir quais as políticas públicas que serão executadas na sua cidade, no seu estado e no seu país, o que logicamente vai definir como será a sua vida e de seus familiares durante pelo menos este período de tempo. Entretanto, algumas políticas públicas podem ter o efeito de ação permanente, o que torna a escolha uma decisão mais importante ainda.
Se estes “ungidos pelo seu voto” não cumprirem o prometido, você ficará 4 anos com “um zumbido no seu ouvido” dizendo: Poxa, um monte de gente me avisou que este voto era uma furada, mas mesmo assim eu votei. Isso não é novidade, já ocorre há décadas. O voto é sempre repetido nos mesmos caras ou naqueles que eles indicam. Dificilmente há mudança, mas sim a velha continuidade de sempre. Toda eleição se fala em renovação, mas ela nunca ocorre. A maioria diz que quer, mas isso não se traduz no voto.
Tem também aqueles que não estão nem aí para a cidade, o estado e o país. Votam apenas pelo seu interesse pessoal. Não importa se o “ungido” é um pilantra, um corrupto já manjado ou um “bom moço” com um passado bem sujinho. Ganhou o seu, já está bom, afinal “todos são ladrões mesmo”, é o que dizem quando confrontados com o seu voto. Quero deixar claro que não sou dono da verdade, logo, não escrevo isso para julgar ninguém. Apenas faço como constatação de uma realidade evidente e concreta.
O “jogo eleitoral” em outubro de 2026 será jogado novamente. O resultado será a expressão do seu voto. É certo que alguns candidatos fizeram um bom trabalho e merecem continuar, mas a gente sabe que a maioria não cumpriu o prometido e merece ser substituída. Estes, não entregaram nada de diferente do que fizeram em mandatos improdutivos anteriores. Vários se locupletaram em mamatas repetitivas. Hoje, se a mídia não publicar, as redes sociais não perdoam e mostram isso claramente. Só não ver quem não quer. Neste momento atual tem até um tipo novo. O cara foge do país e usa o mandato para conspirar contra o próprio povo, cometendo crime de lesa-pátria. E ainda tem aqueles que defendem.
Tem um dito popular que diz: “O tempo é o senhor da razão”. Ele mostra e aponta, mas muitos se recusam a ver e constatar que não deu certo. A eleição em 2026 vai mostrar no ouvido de quem o tal “zumbido das eleições” será pior ou melhor. Escolham com atenção. O zumbido quando fica alto é chato pra caramba. Mas alerto, além da “ardência” no ouvido, o resultado desta eleição pode provocar ardência em outra parte da anatomia do corpo humano. Alguns políticos, inclusive, também serão sérios candidatos a este incômodo!!!
Claudio Leitão é economista, professor de História e portador de zumbido crônico.
