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LUTA QUE SEGUE

LULA JÁ NÃO SERVE, mas Bolsonaro, nem pensar. Ou, mais precisamente, mantenha-se o tudo do bolsonarismo em termos de macroeconomia, mas sem o primata no volante. Caiado, Tarcísio, quadros de uma mesma política macroeconômico neoliberal sem peias , mas menos afeitos a atos imprevisíveis, esses são as alternativas para 2026, nominalmente citadas por um dos principais porta-vozes do grande capital, colunista fixo do Globo, Fabio Gambiagi…

A FIGURA importa, porque desempenha hoje papel semelhante ao que Paulo Guedes , em 2017/18, desempenhou no mesmo boletim da corja rentista predadora, até ser conduzido à condição de posto ipiranga, como gestor das finanças do cavernícola eleito. Diz e escreve o que determina o estado maior dos maganos do grande capital, o que dá a linha para o que seus agentes nas “instituições republicanas” devem encaminhar nas próximas eleições.

PROPOR APOIO ao agro, nessa altura do campeonato após a sequência de mandatosem que o lulopragmáticos não cessou de fazer, com a mesma veemência com que se omitiu nas promessas de Reforma Agrária, deixa cheiro de que o rentismo parasitário e o agro predador começam a escancarar atitude semelhante à de 2016. Naquele então, defenestraram Dilma a despeito de todas as concessões neoliberais de seus segundo mandato. mostrando que o andar de cima tem linha própria, e que, em determinados momentos, a quer exercida por seus próprios agentes. Sem terceirização.

AS LIDERANÇAS neoPTistas no covil parlamentar, por declarações e entrevistas após a rasteira escancarada que lhes foi passada de surpresa por Hugo Motta e Alcolumbre, comprovam que já sentem a água chegando no pescoço dentro da cela em que estão trancados por conta da opção política do líder maior de não confrontar o Congresso hostil. Da opção e manter suas promessas de campanha nos limites de uma retórica radical, sem nenhum esforço de concretização. A “briga” com Israel através de declarações explícitas sobre o genocídio em Gaza, é exemplo. Não resultaram em um fato concreto sequer, interrompendo relações comerciais ou diplomáticas com o governo Netanyahu, que não cessou de ofender o governo e a nodssa soberania nacional .

A IMAGEM DE PATO MANCO fica forjada então por conta do próprio Lula. Que parece não tirar nenhum proveito da experiência que Petro, presidente da Colômbia, nos dá seguidamente. Petro foi eleito, numa conjuntura muito mais conflagrada do que a brasileira, compondo frente ampla, como Lula. Mas não hesitou, quando derrotado no Congresso em sua primeira tentativa de recompor publicamente uma seguridade social privatizada pelas administrações conservadoras anteriores, em demitir os ministros dos partidos “da base” que votaram com a direita. Não foi discutir com os mottas ou alcolumbres locais. Partiu para a mobilização social onde até greve geral ele mesmo chegou a propor. Já está festejando vitória com recuperação de direitos sociais com propostas votadas pelo Congresso.

NA QUESTÃO PALESTINA, não hesitou. Partiu para a ação concreta, assinando o rompimento de relações com Israel em praça pública. No ato de massas para a celebração do 1o de Maio. Tudo dentro de um enredo nada favorável. A coligação reacionária que o enfrenta é pesada. Para além do clã Uribe, que opera em aliança com o cartel de Cali, estão as bases americanas e a DEA – que se ocupa em atacar os plantadores de coca, mas se mantém longe de enfrentar os fabricantes de insumos químicos, em seu próprio país, que transformam a planta em veneno.

O QUE ESPERAR, então da realidade brasileira, por parte da esquerda, na conjuntura próxima de um embate que já está em curso pela sucessão de Lula??

A RESPOSTA pode estar vindo de exemplos externos. O que marca o sucesso de um partido como França Insubmissa, referenciado em Melenchon, fazendo a maior bancada do Parlamento nas últimas legislativas. Ou da vitória de Zohran Mamdami, um modesto deputado estadual socialista, muçulmano, que radicalizou no confronto com Cuomo, nome tradicional dos Democratas, prometendo prender Netanyahu se pisasse em Nova Iorque, para além de políticas sociais transformadoras. Ganhou os votos no Queens, onde a hegemonia judaica é quase absoluta.

A SOCIEDADE civil informada começa a perceber que o “contra tudo isso que está aí”, sequestrado pela extrema direita a uma esquerda outrora combativa que optou pela “governabilidade possível”, deve voltar a seus donos originais. Desde que, é claro, estes se deem conta de que não podem se manter no covarde imobilismo mobilizatório, como forma de enfrentar a ameaça protofascista que se mantém ativa.

LUTA QUE SEGUE

(*) Milton Temer

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