Luiz Antônio Nogueira da Guia.
Pós-eleição
Nas redes sociais são diversos os chamados “memes” pós-eleição. Não se sabe exatamente se são “fakes” ou acontecimentos tragicômicos explorados a exaustão. Em um deles é explorado o calote que um candidato a Câmara, não eleito, teria dado em numerosos cabos eleitorais. Toda eleição um caso desse explode para gargalhada geral.
Comemoração & Chororô
A época é de comemoração para os vencedores e de chororô para os derrotados. Faz parte do jogo político, mas não deve durar muito tempo. Afinal, a vida prossegue e até mesmo novas alianças estão sendo costuradas, porque as novas eleições não estão tão longe assim. O quadro político/eleitoral é renovado diariamente.
Eleições para a Câmara
As especulações sobre as eleições para a nova mesa diretora da Câmara, por incrível que pareça, começaram. O nome do vereador Vaguinho, o mais votado na história do Legislativo municipal, tem sido o mais falado para a presidência, mas é ainda muito cedo para avaliar o impacto que a eleição possa ter para o governo de Serginho Azevedo (PL).
Feminismo ou desculpa esfarrapada?
Realizar a transição democrática não deve ser nada fácil com o governo de Magdala Furtado (PV), caracterizado pela falta de transparência. Impactada pela acachapante derrota a prefeita levou 48 horas para reconhecer a vitória do adversário e mesmo assim falou mais de si mesma, tentando atribui-la ao fato de ser mulher. Para quem nunca levantou, nem de raspão, a bandeira feminista, ficou a impressão de desculpa esfarrapada.
MDB & PDT 1
O MDB de Marquinho Mendes e o PDT de Janio Mendes sofreram duras derrotas e a recuperação promete enfrentar terra de difícil semeadura. A vitória eleitoral de Serginho Azevedo (PL) agravada pelo fato dos dois partidos não terem conseguido eleger vereador, torna a recuperação mais complicada, mas vai exigir muito trabalho.
MDB & PDT 2
A engenharia política para a recuperação eleitoral do MDB e do PDT passa, certamente, por uma recomposição com os partidos mais a esquerda do espectro político. Exige renúncias e acima de tudo muita paciência para que o chamado “bloco progressista” possa ter novamente a perspectiva de poder dentro de Cabo Frio e Região dos Lagos.
Nova configuração
A nova configuração eleitoral pós 6 de outubro vai demandar muito estudo e análise por parte do PT, PC do B, PV, PSOL, REDE e UP. Afinal, o candidato a Câmara mais votado entre todos esses partidos foi Lucas Muller (PSOL), com apenas 1008 votos. Pode ter sido uma vitória particular, como foi comemorado, mas apenas a expressão de dura derrota coletiva.
Panorama geral
O panorama geral dos “progressistas” é de fragorosa derrota eleitoral. É difícil assumi-la! Tem um gosto amargo! Leva, entretanto, a necessidade de uma profunda reavaliação. Por que a linguagem e propostas socialdemocratas, trabalhistas e ambientalistas não ecoam no eleitorado cabofriense? O que os partidos políticos e as principais lideranças tem a dizer?
Disparidade de recursos?
A disparidade de recursos não explica por si só a derrota, que foi geral e em todas as urnas. Não explica tudo embora tenha influência. É mais cômodo explicar por esse viés, não exige autocrítica, debates e estudos e muito menos mobilizar a massa cinzenta, digamos assim. Mas vale a pena, sempre vale a pena.
Rafael – 3º lugar
A candidatura de Rafael Peçanha (Rede Sustentabilidade) foi atrapalhada pela intervenção desastrada do “baronato petista”, aliado ao triste governo de Magdala Furtado (PV), rejeitado pela sociedade cabofriense. Obrigado a mudar para a Federação PSOL/REDE, Rafael teve que enfrentar a campanha, com pouquíssimos recursos e chegou em terceiro lugar, sem condições de ocupar o espaço vazio deixado pelo desgoverno Magdala.
Refinaria
“Escrever poesia não foi uma escolha. A poesia se impôs na minha escrita devido a uma necessidade de me expressar por meio de imagens, recortes, melodias descompassadas, delírios. Acredito que a poesia é, também, lugar da criação e da desordem, da alucinação por meio da palavra, da invenção desinventada. Um grito de vida analógica contra dias cada vez mais maquinais e automatizados.
O livro é uma tentativa de apreender o que está lá fora. Ele não guarda poesia em sua totalidade, portanto. Poesia está no que foi vivido, experimentado. Acredito na arte que se aproxima da vida e de toda sua complexidade, controvérsia e mistério.
Concebo o livro, portanto, como refinaria. Não em busca de compreender, tampouco de decifrar, mas, sim, de contemplar os processos de transformação do território, da memória, do texto. E, também, de analisar com a ponta dos dedos aquilo que não evapora — aquilo que permanece.
Refinaria, meu primeiro livro, está em pré-venda no site da Sophia“ – Rodrigo Cabral – www.sophiaeditora.com.br