Escrever poesia não foi uma escolha. A poesia se impôs na minha escrita devido a uma necessidade de me expressar por meio de imagens, recortes, melodias descompassadas, delírios. Acredito que a poesia é, também, lugar da criação e da desordem, da alucinação por meio da palavra, da invenção desinventada. Um grito de vida analógica contra dias cada vez mais maquinais e automatizados.
O livro é uma tentativa de apreender o que está lá fora. Ele não guarda poesia em sua totalidade, portanto. Poesia está no que foi vivido, experimentado. Acredito na arte que se aproxima da vida e de toda sua complexidade, controvérsia e mistério.
Concebo o livro, portanto, como refinaria. Não em busca de compreender, tampouco de decifrar, mas, sim, de contemplar os processos de transformação do território, da memória, do texto. E, também, de analisar com a ponta dos dedos aquilo que não evapora — aquilo que permanece. Refinaria, meu primeiro livro, está em pré-venda no site da Sophia. https://www.sophiaeditora.com.br/refinaria-de-rodrigo-cabral