Luiz Antônio Nogueira da Guia.
Mudança no perfil
As notícias oriundas da campanha eleitoral majoritária do deputado Serginho Azevedo dão uma vantagem ao líder do chamado “Bloco Conservador”, que ultrapassa 60% dos eleitores. É um número bastante expressivo, que, se confirmado, evidenciará uma grande transformação no perfil socioeconômico, político e ideológico do município.
Luta por espaço
Na campanha, a luta por espaço se trava bem mais na eleição proporcional, isto é, na luta pelas 17 confortáveis cadeiras do Plenário Oswaldo Rodrigues, na Câmara Municipal. Existem cadeiras quase cativas, que tem se renovado a cada 4 anos, com sólidas bases no eleitorado cabofriense, mas em toda eleição aparecem uma ou duas “zebras”, que mexem com o imaginário popular e bagunçam as cabeças dos analistas.
Escondendo o prefeito (a)
Muitos candidatos, principalmente das legendas mais frágeis, escondem o nome dos seus candidatos a prefeito. Certamente, temem perder votos, sempre de olho na taxa de rejeição do majoritário (a). Ora, se na propaganda institucional da Justiça Eleitoral fazem isso, imagine caro leitor, o que fazem no contato direto com o povo.
O aumento do esconde-esconde
A tendência nessa reta final da eleição vai ser o agravamento desse fenômeno pouco ético, digamos assim, de esconder a figura do candidato a prefeito (a) para não perder votos. Em toda eleição acontece, mas nessa parece que será ainda mais acentuado, na medida em que não aconteceu a polarização, antes tão comum em Cabo Frio.
“Cabo eleitoral”
A candidata a vereadora Kamilla Mendes deve ser privilegiada dentro da legenda do MDB. Afinal, não é qualquer postulante a uma vaga na Câmara Municipal que tem um ex-prefeito, no caso Marquinho Mendes (MDB), como “cabo eleitoral”. Mesmo assim, a vida não está fácil para ninguém e o ex-prefeito vai ter que “bater perna e gastar sola de sapato” para eleger a esposa.
Temas transversais
Os chamados temas transversais tem mudado o perfil de alguns discursos e debates na política local. A defesa animal, a questão das mulheres, a luta contra o racismo e pelos direitos LGBTQIA+ não constavam do vocabulário político e hoje são alvo de debates em todo o território nacional e Cabo Frio não seria diferente.
“Zebra” ?
Essas mudanças foram expressas na campanha de 2020 quando diversas candidatas (os) se colocaram na luta em defesa dos animais. Para surpresa geral, foi eleita a vereadora Carol Midori, com a maior votação daquela eleição, superando nomes sólidos dentro da política cabofriense. Foi uma “zebra” ou a introdução, em definitivo, de temas, que antes não preocupavam o eleitor?
Prestígio
Em geral, a Câmara tem perdido parte do seu prestígio político ao não debater com a assiduidade e cuidados necessários os grandes temas que preocupam e provocam discussões na sociedade. Os vereadores tem atuado bem mais como representantes de comunidades, bairros e de interesses localizados como de ambulantes, quiosqueiros, flanelinhas etc. A Câmara raramente debate as grandes questões do município com a presteza e a profundidade necessárias.
Descontrole
Como o projeto de reeleição da prefeita Magdala Furtado (PV) exige uma coisa chamada voto, o descontrole e a bagunça ganharam a categoria de privilégios. Por qualquer lugar que se caminhe em Cabo Frio, em especial na orla da Praia do Forte, a desordem está colocada. A falta de controle é uma das características centrais de um governo, que parece estar em fim de festa.
Refinaria
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Datas de lançamento:
Casa Gueto, Flip, Paraty: 11/10/2024, às 16h
Espaço Cultural Sophia Editora, Cabo Frio: 25/10/2024, às 17h.
