Categorias
Artigo

PRIVILÉGIO DE CASTAS

A campanha pela aprovação de uma anistia a Jair Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada, deu lugar a uma campanha pela prisão domiciliar do ex-presidente, contando com a participação de um espectro mais amplo da sociedade. É bonito ver isso, até porque muita gente que, hoje, defende o tema nunca ligou para os pobres espremidos em masmorras superlotadas.

Se a saúde frágil de Jair justifica ficar no conforto do condomínio de luxo, então a Justiça tem obrigação moral de estender o mesmo benefício a milhares de presos doentes que não oferecem risco à sociedade. Caso contrário, não é humanitarismo, é privilégio de castas. O caso Bolsonaro é chance de trocar o “bandido bom é bandido morto” por “bandido bom é bandido que não é torturado e pode voltar à sociedade”. Se a prisão domiciliar vale para o ex-presidente, tem que valer para todos.

Leonardo Sakamoto – Colunista da UOL.

Compartilhe este Post com seus amigos:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *