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BIFE, TRUMP E BOLSONARO AJUDAM LULA A SONHAR COM REELEIÇÃO, INDICA QUAEST

O Editorial de hoje foi escrito pelo jornalista Leonardo Sakamoto.

Após atingir um saldo negativo de 17 pontos entre aprovação e desaprovação, em maio, e ver decretado o seu fim por analistas com entendimento precoce, o governo Lula reduziu a diferença para cinco pontos negativos neste mês, segundo levantamento Genial/Quaest divulgado hoje. Como venho repisando como um papagaio com câimbra neste espaço, a resposta está na economia. Mas não sem um empurrãozinho involuntário de Donald Trump e Eduardo Bolsonaro.

No último mês, a aprovação avançou de 53% para 60% no Nordeste e a desaprovação foi de 44% para 37%. Entre quem ganha até dois salários mínimos, a aprovacão foi de 46% para 55% e a desaprovação de 49% para 40%. O diretor da Quaest, Felipe Nunes, destacou o supermercado como explicação para a melhoria nessas duas categorias.
Para se reeleger, Lula precisará entregar picanha e cerveja, mas também arroz e feijão, a um patamar menor do que hoje. Poder de compra é qualidade de vida, e qualidade de vida é voto. Não adianta um PIB grandão se ele proporciona prazer a poucos.

Ajudou na melhora na imagem do governo a forma com a qual ele vem lidando com o ataque de Donald Trump, através do tarifaço de 50% à importação de nossos produtos e das sanções a instituições brasileiras. Para 48% dos brasileiros, Lula e o PT estão se saindo melhor diante do tarifaço do que Bolsonaro e seus aliados, que ainda mantém surpreendentes 28%.

O filho de Jair, Eduardo Bolsonaro, está nos EUA conspirando contra o país e pedindo mais ataques a fim de salvar seu pai do julgamento pelo golpe. E isso está sendo percebido pela população, uma vez que 69% apontam que o deputado defende os interesses dele e do seu clã.

Parte da produção que não for para os EUA será absorvida por outros países, mas parte pelo mercado interno, o que fará com que o preço desses alimentos, atuais vilões da inflação, abaixem. Pelo menos por um tempo. E tempo é o que o governo Lula tenta ganhar nos últimos meses após o pico inflacionário da comida ajudar a corroer a popularidade.

Que Trump é um importante anticabo eleitoral já sabemos. Mas Eduardo Bolsonaro também vai ajudando indiretamente a melhorar a imagem do adversário de sua família (íntegra no UOL) 

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