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Editorial

QUE CRISE ESTAMOS VIVENDO?

O Blog coloca em seu editorial um artigo de Milton Temer, que espelha com bastante clareza o momento em que vivemos.

A foto de Trump sentado de um lado da mesa, com os chefes de governo das principais potências capitalistas e o secretário-geral da OTAN do outro, mostra algo de especial. Uma divisão clara a partir do que a corrente mais conservadora do Partido único estadunidense entende ser necessário de implantar, para recompor sua hegemonia, o que deixa os parceiros, subalternos incondicionais, diante de surpresa desagradável.

Para quem veio de um Biden senil e com concepções globais de afirmação de poder militar ianque, Trump aparece como fantasma assustador. Transfere o belicismo para seus acólitos, fazendo com que passem a pagar pelo material bélico, que antes lhe era dado pelo papel dos “democratas” – tendência interna oposta de Trump – na OTAN. Fazendo, inclusive com que renegassem suas práticas macroeconômicas radicalmente neoliberais, para romper teto de gastos com reforço militar, Pressiona por paz nos conflitos localizados, como o genocício sionista na Palestina, para se concentrar no enfrentamento maior, que prevê, com a China.

Em nosso continente, concentra-se no apoio a regimes ditatoriais repressivos, , como os de Bukele em El Salvador e Milei, na Argentina. Isso depois de ter operado indiretamente pela reeleição do miliardário Noboa, conservador de quatro costados, no Equador.

Quanto ao Brasil, opera descaradamente pela desestabilização do moderado governo Lula, independentemente da rejeição novidadeira que este expressou pelo governo bolivariano da Venezuela, vetando sua admissão nos BRICs, alvo assim como Cuba, prioritário de Trump. E por que o faz? Não o faz por ver em Lula um adversário ideológico perigoso. É tão “comunista” quanto o são, no seu critério, os acadêmicos liberais das mais importantes universidades americanas. Mas Lula é o obstáculo atual para um governo dirigido pela famiglia do Inominável – aquele ex-presidnte que bate continência para a bandeira estadunidense, e tem pelo genocídio dos Palestinos a mesma opinião de Trump.

Trump não bombardeia o julgamento dos golpistas de janeiro de 2023 por considerá-los perseguidos por um regime ditatorial, como afirma, sob orientação do 03 e do neto do general Figueiredo. O faz, comprometendo de forma destrambelhada Executivo e Judiciário brasileiro porque já está em campanha para eleger Bolsonaro, e dele fazer o agente secundário, na América Latina, da política que Netanyahu opera no Oriente Médio – o capataz repressivo dos governos que ousem se afirmar realmente soberanos, na região.

Isso obriga a esquerda combativa brasileira a uma tarefa prioritária: fazer com Lula concretize o que tem manifestado em retórica radical. Que rompa relações com Israel, e que não se limite a pensar na resposta aos Tarifaço contida nos interesses da manutenção de lucros do grande capital. Nacionalizar, por participação acionária ao invés de financiamento generoso e sem controle posterior, o que for destinado aos exportadores. É o que o próprio Trump fez em relação à Intel – desistindo inclusive de vetar o CEO atual, de origem chinesa, para que a poderosa fabricante de chips passasse a fabricá-los em cadeia completa dentro dos States.

Se o privatista radical faz isso na matriz, por que Lula e seu governo não podem faze-lo no Brasil??

Milton Temer

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