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EDITORIAL

No plano federal, o Congresso Nacional tem expandido sua área de atuação, roubando o protagonismo, que, antes era exclusivo do Executivo. Hoje as emendas parlamentares ocupam cerca de 50 bilhões de reais e continuam crescendo de orçamento a orçamento, inclusive aquelas apelidadas pela imprensa de “Emendas PIX’, cujo autor e destino se confundem

O processo não aconteceu por acaso, mas pela anuência do governo de Bolsonaro, que se notabilizou pela absoluta incapacidade e despreparo de sua política interna, cedendo espaço ao Legislativo. O espaço foi sendo ocupado e desmilinguindo o Orçamento da União, pulverizando-o e fragmentando-o, tornando a governabilidade cada vez mais complicada, até mesmo pela fragilidade dos partidos políticos.

Diante dessa impossibilidade de cumprir o programa referendado pela população, através do voto, na última eleição, o governo começou a reagir, tentando manter ao menos alguns pontos de sua plataforma, que não é de esquerda. A reação se deu quando o Congresso negou o aumento da taxação do IOF e tentou travar a isenção do Imposto de Renda para os salários até 5 mil.

A reação, com o apoio popular, assustou o Centrão, extremamente fisiológico, que havia se aliado a ultra direita e gerou recuo para novos debates e possíveis acordos com bases do governo. Os próximos meses confirmarão ou não os resultados desse novo quadro político, que apenas começou a se desenhar.

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