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THEOPHILO OTTONI A REVOLUÇÃO

“Na literatura como no cinema, penso ser preciso transformar a matéria criativa em obra inventiva, experimental e livre. Criar um texto de prosa poética que transportasse o espectador, de todos os matizes sociais e culturais, para um universo de imagens múltiplas, ainda não vistas, ouvidas, lidas ou imaginadas, foi o que me motivou a fazer esse filme.”

“O país lembra-se ainda hoje de 1842, do morticínio dos liberais de Minas e São Paulo, da sufocação da imprensa, do direito de petição eliminado, da delação premiada pelo governo da tirania”. (Rui Barbosa)

Da primeira idade a multiplicidade.

Foram mais de trinta anos para realizar esse filme que depois virou uma série para TV Brasil.

Um filme (série) só poderia nascer de uma mente engendrando formas somente transmitidas verbalmente, historicamente, cinematograficamente, quando a voltagem mental é suficientemente alta.

Tinha que realizar Ottoni a qualquer custo. Voa-se então muito alto e têm-se visões do futuro. Nascem imagens em movimento que só podem ser antecipadas na forma do perigo absoluto, da revolução, de todas as formas, da divina arte que rompe definitivamente com toda a normalidade conhecida.

Assim nasceu um filme no teatro com o Grupo Ponto de Partida da cidade de Barbacena onde eclodiu a revolução mineira.

Creio que agora esse personagem esquecido da nossa história viverá novamente com toda a sua grandeza.

O método ideogramático do meu cinema é experimental e consiste em apresentar uma faceta e logo após outra em movimento até que, a um dado momento, consiga-se atingir a superfície morta e desvitalizada da mente do observador em alguma parte sensível até tudo começar novamente.

Este, em poucas palavras, é o meu filme que propõe de maneira clara e definitiva a imortalidade de Theophilo Ottoni, que ousou modificar a história de Minas e do Brasil nos idos de 1842, e que foi cristalizada por marcante epopeia política e histórica que proporcionou a Minas, no II Reinado, mais uma vez, a oportunidade de lutar em defesa da liberdade, da democracia e da república, só proclamada 47 anos depois.

Minas Gerais, pela amplitude e riqueza de seu passado, está de frente, embora sem conhecer, de um dos seus mais instigantes episódios, há muito tempo perdido, da memória nacional.

Esperamos com paciência sua exibição na TV BRASIL…

Jose Sette – outubro – 2024.

(Ou se transforma e simplifica-se a papelada dos órgãos públicos que financiam e legalizam o artista ou a burocracia acaba, mais uma vez, com o bom cinema e a realização da verdadeira cultura brasileira).

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