Nova tecnologia na limpeza
Diante de tantas reclamações quanto a qualidade da limpeza urbana e coleta de lixo o prefeito Serginho Azevedo anuncia, que a prefeitura vai usar “tecnologia de ponta” para resolver o problema e que a cidade estará completamente limpa. Espera-se que a COMSERCAF tenha habilidade e competência suficientes para operar a nova tecnologia.
Dor de Cabeça
Os moradores de rua tem dado dor de cabeça para o governo de Serginho Azevedo (PL) e para o Bispo da Iurd e secretário de assistência social, Flávio Moreira. Alguns cabofrienses tem dado, aqui e ali, sugestões, que podem valer: 1) Investir para a ampliação do acolhimento; 2) Tratar o problema como questão de saúde pública.
As duas faces
O prefeito tem chamado para si todos os problemas que envolvem a administração pública municipal. Por um lado, mostra característica de não se esconder, enfrentando a dura realidade de governar o município. Por outro, tem o desgaste da exposição permanente, que as redes sociais demandam. Os “haters” estão em todas as esquinas, esperando um passo em falso do prefeito.
As Críticas
As críticas pesadas ou não atingem todos os governantes, na era digital. Cabo Frio tem condição peculiar, as críticas mais pesadas não partem da oposição formal dos políticos e partidos da oposição progressista. As críticas acontecem por dissenções no chamado “bloco conservador”, mas elas ainda não chegaram a Câmara onde o governo tem o monopólio das ações políticas.
Centralização
Tudo leva a crer que diferente de outros prefeitos, Serginho Azevedo (PL) tem feito diretamente a coordenação política do seu governo. O prefeito não tem delegado essa tarefa para ninguém, mesmo os mais chegados. A centralização política é uma das marcas da sua administração.
Assessoria?
Essa visão política não permitiria mesmo assumir a proposta do Conselhão feita pelo veterano Alair Corrêa. O ex-prefeito propôs um Conselho formado por ex-prefeitos do município, exceto Aquiles Barreto (PSD). Segundo Alair o Conselhão seria de assessoria para o prefeito Serginho Azevedo (PL).
Folclore Político – Histórias de Juscelino Kubitschek (1902/1976).
1 – “Três dias antes de morrer, Juscelino viera de sua fazendinha em Luziânia e pernoitara no apartamento do primo Carlos Murilo, em Brasília. Estava triste e deprimido por tantas injustiças e perseguições, e fez a esse seu primo e meu xará a seguinte confissão que, autorizado por ele, agora, pela primeira vez, vou revelar:
– “Meu tempo, aqui na terra, está acabado. Tenho o quê, de vida? Mais dois, três ou cinco anos? O que eu mais quero agora é morrer. Não tenho mais idade para esperar. Meu único desejo era ver o Brasil retornar à normalidade democrática. Mas isso vai demorar muito e eu quero ir embora”.
Estava sem dinheiro e tomou 10 mil cruzeiros emprestados. Tendo Ulysses Guimarães e Franco Montoro como companheiros de voo, viajou para São Paulo e desceu em Guarulhos, porque o aeroporto de Congonhas estava fechado. Ficou hospedado na Casa da Manchete, em São Paulo”.
“No dia seguinte, JK despediu-se de Adolfo Bloch, que depois revelava:
– Ele deu-me um abraço tão forte e tão prolongado que parecia estar adivinhando ser aquele o nosso ultimo encontro. E chegou a mostrar-me o bilhete da Vasp, como prova da sua viagem, naquela noitinha, para Brasília”.
E morreu dormindo. Mas, desde a véspera, havia telefonado para seu fiel motorista, Geraldo Ribeiro, pedindo-lhe que fosse a São Paulo buscá-lo de carro, e marcando um encontro no posto de gasolina, quilometro 2 da Dutra.
Pergunta-se hoje: por que Juscelino estava despistando e escondendo a sua real intenção de não ir para Brasília e sim de retornar ao Rio? Não queria que dona Sarah soubesse? Seria algum encontro amoroso?
E era.
2 – Esta é uma das muitas, numerosas histórias contadas pelo veterano jornalista e acadêmico Murilo Melo Filho (nasceu em Natal, com a revolução de 30), com mais de meio século de redações, em seu livro, “Tempo Diferente”, primorosa edição da Topbooks, sobre 20 personalidades da política, da literatura e do jornalismo brasileiro:
– “Aqui estão contadas historias reais e verazes, acontecidas com tantos homens importantes no universo literário e político do país, que viveram num tempo diferente”: Getúlio, JK, Jânio, Café Filho, Lacerda, Chateaubriand, Tristão de Athayde, Augusto Frederico Schmidt, Carlos Drummond de Andrade, Celso Furtado, Evandro Lins, Austregésilo de Athayde, Guimarães Rosa, Jorge Amado, José Lins do rego, Rachel de Queiroz, Raimundo Faoro, Roberto Marinho, Carlos Castello Branco, Otto Lara Rezende.
3 – “Eu era então (em 1956) chefe da seção política da “Tribuna da Imprensa”, jornal de oposição, dirigido por Carlos Lacerda, que movia feroz campanha contra JK. Apesar disso, ele sempre me distinguiu com especial atenção e, na sua segunda viagem a Brasília, me convidou para acompanhá-lo.
Saímos do Rio num Convair da Aerovias-Brasil e aterrissamos numa pista improvisada, perto do Catetinho. Às quatro horas da madrugada do dia 2 de outubro, ainda noite escura, JK já estava de paletó esporte, camisa de gola role, chapéu de aba larga, botinas e um rebenque, batendo à porta de nossos quartos, e convidando-nos para irmos com ele visitar as futuras obras. Brasília era um imenso descampado:
– Aqui será o Senado, ao lado da Câmara, mais adiante os Ministérios. No outro lado, o Supremo e o Palácio do Planalto, onde irei despachar”.
– “Naquela nossa primeira noite em Brasília, após um dia de calor escaldante, os engenheiros estavam na varanda do Catetinho, em torno de uma garrafa de uísque, que era bebido ao natural, isto é, quente, porque em Brasília não havia ainda energia elétrica e, portanto, não havia gelo, que era artigo de luxo. Juscelino, presente, comentou:
– Vocês sabem que eu não gosto de uísque. Mas que uma pedrinha de gelo, aí nos copos, seria muito bom, seria.
Nem bem ele acabou de pronunciar essas palavras, o céu se enfarruscou e uma chuva de granizo despencou sobre aquele Planalto, levando os boêmios candangos a aparar as pedras, jogar nos copos e tomar uísque com gelo”.
Era o primeiro milagre de Brasília.
E este bilhete de Adolfo Bloch a Carlos Murilo, já na “Manchete” em Brasília:
– “Carlos Murilo, ai vai esta lancha para você fazer relações públicas no lago de Brasília. Não faça economia em relações publicas. Nós, os judeus, perdemos o Cristo por falta de relações públicas. E fizemos um mau negócio, porque um homem como aquele não se perde”.
- Carlos Murilo, deputado e primo de JK.
Sebastião Nery – 1932/2024.
