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LAGOA DE ARARUAMA – DESAFIO POLÍTICO E CONFLITOS AMBIENTAIS – 8

O texto abaixo foi compilado do livro de FABIÁN ATACÓZ (ORG) RIO DE JANEIRO 2000. Ele está inserido no trabalho de final de curso do Programa de Formação Profissional em CIÊNCIAS AMBIENTEAIS do Instituto de Biologia & Escola Politécnica/UFRJ, sob o título “DIAGNOSE DA LAGUNA DE ARARUAMA – RJ À GUISA DE VISTORIA AD PERPETUAM REI MEMORIAM”

Luiz Fernando Vieira – Oceanólogo, Professor e Ambientalista

Edson Bedim de Azeredo – Advogado, Especialista em Direito Ambiental e Ambientalista

MUNICÍPIO E LAGOA

O tratamento político da questão ambiental tem tido, ao longo dos tempos, como eixo preocupante apenas a parte econômica. A gravidade do problema e a velocidade com que as condições ambientais da lagoa de Araruama se deterioram, exigem de todos, governo e munícipes, um esforço de correção do enfoque: os problemas ambientais não podem deixar de ser compreendidos senão como inerentes à questão social. Se hoje nos analisarmos as condições dos municípios da região, podemos constatar uma situação difícil, desesperadora. Muitas pessoas sem água, um número maior ainda sem esgoto, desemprego e pouca qualificação profissional fazem da realidade de nossos municípios um estado de crise extremamente aguda.

Temos uma relação de aliança e conflito com a lagoa. Todo o esforço nestes domínios tende a superar tais contradições, a estabelecer uma relação harmoniosa e duradoura com a lagoa, para que, além das intervenções que se fazem necessárias, se ofereça uma resposta válida ao ecossistema. Apesar dos investimentos nos sistemas de água e saneamento, a lagoa continua poluída e desequilibrada com a aparição sucessiva de florações algares, que impedem a balneabilidade em nossas praias, com a consequência fuga de veranistas e a diminuição da receita municipal.

E neste panorama global, a participação municipal adquire uma dimensão fundamental. Não podemos ficar olhando a história passar. A nossa tarefa futura é a de evitar a catástrofe ambiental de ter uma lagoa definitivamente desprotegida e vulnerável.

(Carlindo Filho foi prefeito do município de São Pedro da Aldeia no período de 1997 a 2000.)

Certo dizer que a maior vocação da Região dos Lagos é para a indústria do turismo e a Lagoa de Araruama sempre foi o principal foco de interesse pela sua beleza e singularidade. Suas margens foram atrativas para quem buscasse o peixe, o camarão, o sal, ou momentos de lazer e contemplação. E ela sempre acolheu a todos.

Em torno dela nasceram e cresceram as cidades e nas cidades o desenvolvimento. E foi tudo muito rápido. Mais rápido que a capacidade de se criar as condições adequadas de infraestrutura de forma a resguardar a lagoa das consequências naturais desse crescimento. A Lagoa de Araruama está enferma, necessitando de tratamento adequado.

A Prolagos está orgulhosa, de ser parte importante no processo de recuperação da Lagoa de Araruama. Nosso papel é o abastecimento de água e o saneamento básico dos municípios de Cabo Frio, Búzios, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande e Arraial do Cabo. Uma tarefa árdua para nós e que para a população representa uma condição de vida mais digna. Para os empresários, a segurança para investir. Para as prefeituras, mais recolhimento de impostos e menos investimentos já que para cada R$ 1,00 investido em saneamento básico, R$ 3,00 são economizados em saúde. E para a Lagoa de Araruama a vida.

Nossos investimentos realizados já somam mais de R$ 60 milhões de um total previsto de quase R$ 190 milhões no horizonte de contrato. A comunhão da sociedade, das prefeituras, do governo do estado, de entidades não governamentais e da Prolagos trará o desenvolvimento sustentado para uma das regiões mais belas do mundo. Estamos apostando no futuro, na certeza de que não estamos sozinhos.

(Heitor Barreiras foi vice-presidente da Prolagos.)

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