
Um fato que chama a atenção aqui em Cabo Frio, quando se analisa os ‘grupos” que estavam ou estão no poder, é a dificuldade que eles têm em lidar com as críticas que são feitas pelos vários segmentos da sociedade que não compartilham com a forma de como é administrada a cidade.
Na grande maioria das vezes, a resposta que é dada não é em cima dos argumentos utilizados, mas sim, buscando uma tentativa de desqualificar o cidadão que fez as críticas, principalmente, quando a crítica é feita de forma evidente e contundente não deixando dúvidas a razão. A tentativa de calar a opinião pública exercendo controle sobre as rádios, TVs e jornais, usando para isso o grande poder econômico de maior anunciante é um fato consumado. Mostra a falta de capacidade de dialogar com a opinião contrária e o viés autoritário que vem marcando os últimos governos da nossa cidade.
Alguns “mandatários de plantão” e seus “puxa sacos” beiram ao ridículo, quando alegam que a crítica é feita por quem não ocupa nenhum cargo público ou não tem votos, como se o cidadão comum não tivesse o direito e a capacidade de fazer críticas sobre qualquer fato referente à administração pública. Outro argumento muito utilizado para desqualificar a crítica é dizer que o crítico não tem nenhum “trabalho” realizado em prol da comunidade. O “trabalho” referido é sempre alguma atividade assistencialista, feitas nas brechas deixadas de propósito pelo Poder Público, usurpando a cidadania daquele cidadão mais humilde.
Ainda tem aqueles que na falta de qualquer argumento crítico verídico para contradizer, partem para a leviandade e a calúnia, apontando situações inverossímeis e mentirosas sem qualquer prova ou fato que a justifiquem. Com a chegada das mídias alternativas ou comunitárias, redes sociais e principalmente dos blogs, este contexto crítico legítimo ganhou novos contornos e dificultou para os governantes o uso da força política para esconder fatos e denúncias de nossa população.
O fato de o novo governo estar no poder há pouco mais 60 dias não o torna imune a nenhuma crítica, até porque a sinalização que ele dá neste início em suas práticas, prioridades estabelecidas e decisões políticas, conduzem à mesmice de sempre, sem indicar que vai atuar de fato no sentido de reestruturar de forma definitiva as várias áreas da administração pública, principalmente, a saúde e a educação. O governo anterior da “Furtado”, de triste memória inclusive, procedia de forma ainda pior.
A política, hoje, infelizmente, vive sob a égide da corrupção e do poder econômico, mas não pode ser motivo de desculpas para cruzarmos nossos braços. Tudo na nossa vida depende de decisões políticas, usando o sentido mais amplo da palavra. Mesmo aquele cidadão que se sente menos impactado por qualquer decisão governamental tem responsabilidade com o coletivo da sociedade.
Portanto, toda colaboração crítica deveria ser bem recebida pelos governantes. Deveria servir para análise e possíveis correções de rumos, mas na maioria das vezes a arrogância e a prepotência fecham estes caminhos.
Claudio Leitão é economista e professor de história.
2 respostas em “A CRÍTICA COMO ELEMENTO DA CIDADANIA”
Muito bom o texto ! Isso que acontece . E o dr podia faze diferente do conselhero dele né . Mas não os dois faz muito igual. O conselhero dele é o ex-prefieto que se voce crítica ele te bota lá embaixo. E o dr , se recebe crítica diz que a pessoa tá falando mal da cidade, ele falo isso do padre lancelo. E num tem nada haver né . O dr precisa para de faze igual o conselhero dele, para de aceita conselho ahahah
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