
Cláudio Leitão (*)
Eu sou um grande usuário e um atento observador das redes sociais na internet. Acho que é um dos grandes movimentos de comunicação de massas no mundo. A velocidade com que a informação circula é impressionante. Isso se reflete também nas TV’s e Rádios. As redes revolucionaram a forma de relação e comunicação entre as pessoas, empresas, instituições e até das relações de Estado.
O Brasil está entre os cinco países com maior número de assinantes no Facebook, Instagram, Whatzapp, X, TikTok, entre outras. Os blogs também ganharam uma dimensão muito maior. Hoje, temos blogs mais lidos do que jornais. Discute-se de tudo, de religião a política. Posta-se de tudo, inclusive vídeos íntimos. Tem mensagens e várias notícias positivas, mas tem também muita desinformação, mentiras, agressão verbal, atitudes de ódio e intolerância. No fim, acaba sendo representativo do que tem de bom e ruim em nossa sociedade e também na sociedade planetária.
No campo político já é uma realidade como um ótimo instrumento de propaganda pessoal, partidária e institucional. Entretanto, funciona muitas vezes como “uma faca de dois gumes”, pois quando a informação postada é falsa e enganadora, o retorno negativo é devastador para o político. Muitos já viraram e ganharam eleição com uma ajuda importante da internet. O exemplo mais evidente e marcante no mundo foi o de Barak Obama nos EUA.
Por outro lado, muitos também já perderam muitos votos a partir da veiculação de notícias falsas pela internet, principalmente quando afeta a credibilidade do político emissor da postagem. Aqui no Brasil segue crescendo muito o uso político das redes sociais. Agora vem vindo por aí estratégias que envolvem o uso da Inteligência Artificial. Isso inclusive, segundo especialistas pode representar uma nova revolução nas redes.
Existem verdadeiros “exércitos de gente” conectados fazendo propaganda elogiando seu político ´preferido ou o que paga pelo “serviço”. Porém, também tem outros batendo forte nos adversários. É uma “guerra” muito louca, as vezes leal e as vezes nem tanto. As redes sociais tem uma característica bem democrática, pois atinge a todas as classes sociais, embora os efeitos das informações tenham impactos, interesses e interpretações diferentes.
Com a redução do tempo de campanha eleitoral nas eleições, tanto nas ruas quanto nas TV’s e rádios, as redes sociais ganharam uma importância muito maior. Batalhas de informações são travadas neste campo. Hoje, até doações podem ser feitas via internet. O seu poder de informação e convencimento chegou para ficar.
Isso requer do eleitor uma atenção ainda maior na hora do voto. Não se deve acreditar em tudo que está publicado. Quanto menor a escolaridade do internauta menor é o filtro que ele pode usar para saber sobre a veracidade ou plausibilidade destas notícias e informações. A desinformação via redes sociais tem sido um dos principais instrumentos para o crescimento da extrema direita no Brasil e no mundo. Há que se enfrentar e ficar atento !!
(*) Claudio Leitão é economista e professor de história.
