Cláudio Leitão (*)
A recente eleição de Donald Trump nos EUA deixou uma interessante “herança canina” na América do Sul. Um está no poder na Argentina, Javier Milei, já o outro está inelegível e foi apeado do poder pelo povo brasileiro, Jair Bolsonaro. Ambos ficaram encarregados de defender a tal “agenda antiglobalista” de Trump, se é que alguém entende que porra é esta, até a sua posse em fevereiro de 2025.
Milei, como está no poder está mais efetivo. Retirou a Argentina da COP 29 no Azerbaijão, foi o único país no mundo a votar contra a Resolução da ONU que condenava a Violência Contra as Mulheres e também se posicionou contra a taxação dos super ricos. Comportamento típico da extrema direita, embora vários outros países do mesmo campo ideológico tenham votado a favor destas resoluções.
Aqui no Rio, na primeira reunião do G20, também foi o único país a não assinar o Tratado da Aliança Global contra a Fome e a Miséria. Após sua vitória na eleição argentina aplicou um rigoroso pacote de cortes sociais e ajustes fiscais que colocou mais de 40% dos argentinos abaixo da linha de pobreza. Foi um dos países com maior queda do PIB no mundo.
Vale lembrar que o mundo hoje, segundo dados da ONU, tem mais de 700 milhões de pessoas com fome no planeta. Mas isso parece não sensibilizar o “vira lata argentino”. Já o “vira lata brasileiro”, fora do poder, inelegível e com enorme risco de ser preso em 2025, “late” mais baixinho, resmungando pelas redes sociais, mas sem nenhum pudor em demonstrar sua vassalagem a Trump e ao seu “tratador de cães”, Elon Musk. Quer ir a posse, mas com o passaporte cassado, vai ficar aqui “chorando e rosnando” bem baixinho. O malvadão do Xandão já mandou avisar que não vai permitir.
A maioria dos grandes líderes mundiais, aqui presentes para o G20, pediram a diplomacia brasileira agendas bilaterais com Lula, causando grande inveja aos “mequetrefes trumpistas”. Ambos se declaram em “amores e louvores” a Trump, mas idiotas como são, não percebem que Trump apenas os usa como serviçais. Nos bastidores políticos norte-americanos, Trump e seus principais assessores demonstram o seu desprezo por ambos.
Pela comparação peço desculpas aos valorosos cães caramelos do Brasil !
(*) Claudio Leitão é economista e professor de história.