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Crônica / Conto

O FOGO EGOÍSTA

Luciana G. Rugani

O morro verde arde em chamas.
O fogo destrói a vida pujante,
Bem como a vida latente.
Observe a queimada ao longe.
Ali, o retrato daqui.
A ignorância, vestida de arrogância,
Queima o que resta da admiração cega.
O desprezo das entrelinhas
Queima a alegria,
Resta o cinza da dor, da apatia.
O fogo egoísta, que a tudo consome,
Reflete o ser que devora,
Que destrói almas sem piedade,
E deixa rastros de dor onde passa.
E a ânsia devoradora segue,
Por fim devorando a si mesma,
Pois chegou à exaustão.
Não há mais verde a devorar,
A combustão se desfaz,
E o fogo se apaga.
Aquele fogo agora é vazio,
Oco, apagado.
Aquele fogo não vive mais,
Mas o verde se refaz, pouco a pouco,
da dor de suas cinzas.
E ele revive!
Há marcas, há cicatrizes,
Mas não há lembranças,
Não há passado,
O que era, simplesmente…
Já foi!

Poema do livro “Mar de Palavras“, de minha autoria

Luciana G. Rugani
Academia de Letras e Artes de Cabo Frio – ALACAF e Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA

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