Mardônio Gomes Lima
Eu esqueço fácil das coisas que não me interessam. Mas não é por mero modismo de cultura do cancelamento, é porque cansa mesmo. Eu me desprendo fácil das coisas que não me agregam. Mas não é porque sou desapegado a coisas materiais, e sim porque gosto de caminhar mais leve.
Eu não costumo separar um tempo específico do meu dia pra ligar pra minha lista de amigos pra saber como eles estão. Mas não porque eu não os ame, e sim porque eles sabem que amigo de verdade só liga quando precisa ou quando a saudade é mais forte do que a distância que nos separa.
Eu não costumo me adornar com roupas caras e nem vestir um figurino diferente todos os dias. Mas não porque não goste de roupas novas ou porque não tenho roupas pra vestir, é simplesmente porque é melhor ser sempre o mesmo pra si do que criar todos os dias uma personagem diferente pros outros.
Eu não frequento academias, não gosto de multidões e nem curto mais lugares barulhentos, mas não porque eu seja anti-social e sim porque eu me sinto bem comigo mesmo e aprendi a curtir a minha própria companhia.
Eu não ligo de conversar com filósofos, cientistas, doutores ou pessoas academicamente letradas mas prefiro mil vezes conversar com um pequeno agricultor, com um pescador, falar sobre a Bíblia com meu barbeiro ou leriar com um simples artesão. Não porque eu me ache superior mas por crer que a sabedoria não está apenas na grafia acadêmica mas no empirismo do dia a dia.
Meu saudoso Tio Mauro certa vez me disse que eu não gostava de dinheiro porque se eu gostasse, guardaria tudo o que eu ganhava ao invés de gastar. Ele estava certo. Mas talvêz seja porque eu nunca vi o dinheiro como fim e sim como meio para se chegar a um fim.
Eu adoto certos hábitos novos de acordo com o que as circuntâncias da vida me obrigam. Mas não porque eu seja um acomodado ou guarde pessimismo, um certo ceticismo ou até mesmo resistência ao novo, mas porque talvêz, o simples seja o necessário e o excesso seja dispensável.
Essa é minha vida! Não porque eu ache que ela me pertença mas porque ela pode servir não apenas aos meus propósitos, mas sim, o de fazer da vida das pessoas que me cercam uma experiência melhor.
