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Pequenas Doses

PEQUENAS DOSES

Luiz Antônio Nogueira da Guia.

Abandono

O abandono a que está relegada a administração cabofriense tem como espelho o turismo, cuja falta de gerência é evidente, a partir da própria secretaria pela qual passaram inúmeros secretários, em prazo exíguo, e agora se encontra vaga. É mais uma secretaria relegada a segundo ou terceiro plano ao sabor do oportunismo político/eleitoral.

Repensar o turismo

Não há dúvida que o próximo governo de Cabo Frio terá muito trabalho para enfrentar essa realidade do turismo de massa e os seus efeitos, que se fazem sentir, não apenas na destruição sistemática do mobiliário urbano, mas nos problemas que tem gerado na sociedade. Como reverter? Como melhorar a imagem da cidade, que hoje afugenta o turismo de melhor nível? É preciso repensar tudo.

Laguna: tratamento especial

A Laguna de Araruama merece tratamento especial do poder público municipal, mas como aproveitá-la como elemento essencial para o turismo, se as suas águas estão sob ameaça direta de poluição cada vez mais intensa? A Praia do Siqueira é um exemplo cruel: no bairro falta tudo, de urbanização decente a despoluição. Não é um processo fácil. É caro, mas a construção de uma estação de tratamento de nível terciário começou e deve ser submetida a fiscalização rigorosa.

Superávit X Déficit

Sem a Laguna de Araruama despoluída e navegável o setor de turismo vai ficar sem uma perna, talvez a mais importante. É preciso refletir sobre o turismo de massa, como outras cidades e regiões no mundo inteiro estão fazendo, criando impostos e restringindo o acesso em imensa quantidade a áreas frágeis, passíveis de degradação. É preciso convocar gente que entenda do assunto e verificar se há superávit ou déficit, no “frigir dos ovos”.

Controle & Organização

Basta olhar para o fluxo incontrolável de turistas para a Ilha do Japonês e arredores e verificar a imensa pressão sobre a Praia do Forte (antiga Praia da Barra) para ficar preocupado. A Praia do Forte sofre com o avanço da favelização, da poluição visual e da ocupação arbitrária de suas areias, com “empresários de quiosques e barracas”, privatizando o solo. É preciso controle e organização.

Intervenção

O projeto de reeleição do grupo da prefeita Magdala Furtado (PV), se solidificou a partir da intervenção do “baronato petista”, que tirou o partido e a Federação Brasil da Esperança (PT/PV/PC do B) das mãos do professor Rafael Peçanha (Rede Sustentabilidade). O professor contou com o apoio de boa parte da militância do PT e se transferiu para a Rede Sustentabilidade, como o apoio da ex-senadora Heloisa Helena.

Progressista?

Durante todo esse processo danoso a democracia partidária tentou-se dar a prefeita um verniz progressista, mas foi uma tentativa demasiado ousada, digamos assim, incompatível com a história do mandato-tampão por ela exercido. A prefeita não tem nenhum cacoete de esquerda ou mesmo o caráter progressista e a atração se deu através dos cargos em comissão no governo, as tradicionais portarias, tão cobiçadas.

Heterodoxia de araque

A tentativa de tornar viável o projeto de reeleição do grupo hegemônico dentro do governo municipal se deu através da aliança do “baronato petista” com Marquinho Mendes (MDB) e Janio Mendes. Essa aliança, que o Blog gentilmente chama de heterodoxa é o que há de mais antigo e irrelevante na política cabofriense, misturando “alhos e bugalhos”, com o único intuito de manter o “status quo”, isto é, o poder e os privilégios que ele trás.

Cabo Frio não merece

Entre outras questões que o “baronato petista” está enfrentando nessa aliança com Magdala é que o “baronato” e o grupo da prefeita não conhecem absolutamente nada da cidade. Não conhecem as pessoas, os grandes problemas e muito menos os desejos e nuances típicos da sociedade cabofriense. Esse desconhecimento provoca momentos hilários, outros, desastrosos, na condução da política local. Cabo Frio não merece isso.

Cotidiano

Miguel Alencar (União Brasil) acrescentou muito a candidatura de Serginho Azevedo (PL). Ambos são jovens, trabalham com muita habilidade as redes sociais da Internet e representam uma mudança de patamar no jeito de fazer política, deixando para trás o discurso ideológico e centrando no cotidiano da população, que se sente abandonada pelo poder público.

Impostos: o retorno é pequeno

A questão do sentimento de abandono que a população vive, se reflete no péssimo retorno que a sociedade recebe dos impostos pagos. A chamada “classe média”, se dá conta da inoperância do poder público municipal e tem canais efetivos de pressão, mas as “classes” D e E não conseguem fazer repercutir o péssimo tratamento que recebem, em especial em áreas vitais como saneamento, saúde e educação.

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