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OBVIEDADES DA POLÍTICA MUNICIPAL

Cláudio Leitão (*)

Não existe prefeito corrupto com uma câmara honesta. Se a Câmara de Vereadores agir dentro de suas prerrogativas legais, ele cai. Se ele fica, mesmo diante de inúmeras ilegalidades e escândalos, a câmara não é honesta. Nada mais óbvio!

O voto a ser dado ao representante do poder legislativo municipal, o vereador, deve ter a mesma importância do voto dado ao prefeito, chefe do executivo municipal. Se acharmos que o voto no vereador é uma “coisa menor” e sem critérios específicos o poder de fiscalização e de legislação em prol da coletividade não vai funcionar. Nada mais óbvio!

Não pode existir subordinação entre os poderes executivo e legislativo. São autônomos, independentes, com a mesma importância, porém, com atribuições e prerrogativas diferentes. O processo político só funciona a favor da população quando ambos cumprem o seu papel constitucional. Nada mais óbvio!

Vereador que marca consultas e exames na saúde privilegiando alguns, furando a fila, viola a cidadania e o direito de milhares de outras pessoas. Só age assim aquele que está no “bolso” do prefeito. Nada mais óbvio!

Vereador que tem parentes e cabos eleitorais empregados na prefeitura perde sua independência, uma das prerrogativas fundamentais da função, e se transforma em “lacaio” do prefeito. Não representa mais a população porque também está no “bolso” do prefeito. Nada mais óbvio!

O vereador não é eleito para te substituir, mas sim para te representar. Parece uma tênue diferença, mas não é. O mandato precisa ter caráter participativo. Ele é eleito para defender os interesses coletivos e não seus interesses individuais. Nada mais óbvio!

E tem muito mais. Se tudo isso é o “óbvio ululante”, parafraseando Nelson Rodrigues, por que repetir o mesmo comportamento de anos ou até décadas na hora do voto? Por que continuar votando sempre nos mesmos e mantendo-os no poder se nada muda?

O vereador normalmente está mais perto do povo do que o próprio prefeito. Vereador omisso é pior do que prefeito ruim. Atos individuais numa eleição produzem fortes transformações coletivas. Não podemos esperar pelos outros. Cada um tem que fazer a sua parte. A mudança está em cada um de nós !!

(*) Claudio Leitão é economista, professor de história e pré-candidato a vereador pelo PSOL.

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