Luiz Antônio Nogueira da Guia.
Os Bento
Vanderlei Bento é o candidato da família para se acomodar nas confortáveis poltronas do Plenário Oswaldo Rodrigues. Os Bento não costumam perder eleição para o legislativo cabofriense. O “chefe do clã”, o patriarca Silas, mesmo numa quarta suplência conseguiu assumir o mandato, na Assembleia Legislativa (ALERJ). Sorte ou capacidade de articulação política?
Migração
O vereador Davi Souza migrou do PDT, do qual foi líder do governo na Câmara, para o conservador PP, da base de apoio do deputado Serginho Azevedo (PL). O vereador é conhecido por gastar muita sola de sapato e acredita que a mudança de partido político não vai atrapalhar suas chances de reeleição.
Complicações na Federação
A ocupação da Federação Brasil da Esperança (PT/PC do B e PV) pelo grupo da prefeita Magdala Furtado, que transitou do Podemos ao PL e daí para o PV, é no mínimo complicada. Inicialmente, porque a população não reconhece na prefeita e seu grupo o perfil progressista dos partidos que formam a Federação. Segundo, porque a maior parte do PT, especialmente seu Diretório Municipal, que até aqui não aceita politicamente o grupo da prefeita.
A Intervenção!
A Federação, em nível estadual, interveio formalmente nos três partidos, PT/PC do B e PV, em Cabo Frio. De fato porém a intervenção se deu no PT, que resiste a presença do “Grupo Magdala”. O PV e o PC do B há muito estavam juntos no apoio a prefeita, basta ver as edições do Diário Oficial e os personagens, que hoje ocupam cargos no governo.
O Instrumento
O Diário Oficial é um forte instrumento de dissuasão muito utilizado pelo atual governo. Quem conhece a política local sabe que o grupo de Magdala só se mantém em Cabo Frio, porque aparelha a prefeitura e tem o Diário Oficial como forte instrumento político e eleitoral. Caso saia da Prefeitura desaparece rapidamente do cenário cabofriense. Talvez migre para Barra de São João ou tente mais uma vez o movimento separatista.
Maioria sólida?
A candidatura do deputado Serginho Azevedo (PL) conta com cerca de 11 partidos para enfrentar o processo eleitoral e trabalha integrado majoritária/proporcional. O objetivo não é apenas ganhar a Prefeitura, em 6 de outubro, mas eleger maioria sólida na Câmara de Vereadores para não ficar refém de maiorias segmentadas por questões de interesse imediato.
O Triunvirato
Átila Motta, Roberto de Jesus e Leo Mendes formam um trio, que, praticamente monopoliza as ações políticas do Palácio Tiradentes, voltadas para a eleição para a Câmara de Vereadores. Nesse campo, Roberto de Jesus conta diretamente com a secretaria de governo, o que não é pouco, mas Leo Mendes se aproximou do ex-prefeito Marquinho Mendes. Átila Motta esperneou, mas teve que se contentar com o PC do B. É comunista de carteirinha?
Como fica?
Em toda essa arquitetura política cabe uma pergunta pra lá de singela. Caso o ex-prefeito Marquinho Mendes (MDB) consiga se candidatar a prefeito, com quem o vereador Leo Mendes (também no MDB) vai ficar? Afinal, Magdala e Marquinho se enfrentariam nas urnas e seria uma baita “saia justa” ou essa arquitetura é furada, sem qualquer possibilidade de existir?
Bloco Progressista
Conversas colhidas em diferentes setores da opinião pública cabofriense indicam que pela primeira vez em muitos anos o chamado “Bloco Progressista” e nele está incluído o PDT, pode eleger dois vereadores. A última vez que isso aconteceu foi em 1992 com a eleição de Beto Nogueira (PSB) e Alfredo Barreto (PT). Caso aconteça pode, eventualmente, dar um sacode na Câmara.
Hegemonia Conservadora
A eleição, efetivamente, deve manter a hegemonia da presença conservadora, na Câmara. O que muitos observadores da política local avaliam é que mesmo conservador o legislativo comece a debater os grandes temas que a cidade precisa ver discutir. Afinal, não dá mais para os vereadores ficarem atuando apenas em cima de interesses pequenos, de categorias e não da sociedade como um todo.