Cláudio Leitão (*)
Nas eleições municipais em Cabo Frio este ano, na minha opinião, se faz necessário um debate sobre um programa de governo baseado em três eixos fundamentais: transparência total das contas públicas, geração de emprego e renda e prioridade absoluta em cinco áreas de políticas públicas: Educação, Saúde, Habitação Popular, Saneamento e Meio-ambiente. Áreas que até hoje não mereceram investimentos e gestão adequadas. É preciso enfrentar o debate eleitoral com independência, altivez e coragem nas ações e proposições.
Ao longo de décadas, o povo elegeu e reelegeu vários prefeitos e vereadores que só fizeram aprofundar os problemas com os quais nos deparamos hoje. O cardápio eleitoral que marcou estas vitórias eleitorais foi o de sempre. Uso escancarado e ilegal da máquina pública, fisiologismo, assistencialismo barato, compra de votos, cooptação de lideranças comunitárias e religiosas com grana, doações ilegais não divulgadas, além de outros, marcando a supremacia do poder econômico sobre ideias e alternativas de mudança. Isso valeu tanto para o executivo como também para o legislativo municipal.
Hoje, vemos claramente estas práticas nas candidaturas do PL e partidos aliados, como também na coalização do atual governo municipal. Querem se fazer de “caras novas”, mas com vícios e apoios políticos do que há de mais atrasado na cidade. Trazem, inclusive, para Cabo Frio uma nefasta “cultura política” que existe na Baixada Fluminense. Novamente, se faz necessário enfrentar esta mesmice política em que a cidade está mergulhada há cerca de 40 anos e que atualmente vem mostrando sua face mais cruel com o aumento da violência urbana, o caos na saúde, a falta de estrutura na educação, o desemprego, a falta de uma política habitacional e a pobreza de nossa periferia.
A Federação PSOL/REDE SUSTENTABILIDADE, liderada por Rafael Peçanha, não tem nenhum mandato na cidade. O grupo ainda não é tão grande, mas cresce a cada dia e é composto, majoritariamente, por gente que trabalha e muitas vezes não pode se dedicar inteiramente ao campo político. Mesmo com estas dificuldades e um quadro conjuntural desfavorável, é necessário lutarmos ao lado daqueles que querem mudanças verdadeiras para que a história não se repita novamente em nossa cidade. Como dizia aquele famoso filósofo alemão barbudo: “A história se repete. A primeira vez como tragédia e a segunda como farsa.”
Aqui em Cabo Frio, na verdade, essa história já se repetiu a primeira vez, a segundo, a terceira, a quarta, a quinta, e por aí vai. Neste ano, repito, é preciso que uma grande mobilização social lute e atue para impedir que esta farsa possa acontecer com uma nova repetição da história !
(*) Claudio Leitão é economista, professor de história e pré-candidato a vereador pelo PSOL.