As “nominatas”
A última semana foi marcada pela formação das “nominatas” dos partidos e federações, isto é, as listas de candidatos a Câmara Municipal. Em 2024, essas listagens estão repletas de veteranos, que tentam voltar mais firmemente a cena política e quem sabe sentar nas deliciosas e macias poltronas do Plenário que homenageia o grande vereador Oswaldo Rodrigues, que marcou a história de Cabo Frio.
Qual o resultado?
No imbróglio, que envolveu a Federação Brasil da Esperança, o PT acabou rachando. O maior e sólido grupo ficou com a candidatura de Rafael Peçanha, mesmo candidato pela Federação PSOL/REDE. Um pequeno grupo, entretanto, deu seu apoio a prefeita Magdala Furtado, que entrou na federação através da filiação ao PV. Resta saber qual o final dessa confusão generalizada dentro do chamado “Bloco Progressista”.
Idas e vindas
Alguns velhos observadores da vida política cabofriense percebem que, entre tantas idas e vindas do processo político/eleitoral municipal, o ex-prefeito Marquinho Mendes (MDB) e o ex-deputado Janio Mendes (PDT) podem terminar o ano abraçados a Magdala Furtado (PV). Seria um contorcionismo típico das tradições de apaziguamento e conformismo da política brasileira e seus reflexos nas cidades do interior. Esses meninos vão acabar ressuscitando José Maria de Alckmin e Benedito Valadares.
O Cineasta
O cineasta Milton Alencar Júnior, ex-secretário de cultura, pegou o gosto pelo dia-a-dia da política municipal e se lançou candidato a uma vaga na Câmara de Vereadores. De uma maneira geral os pais inspiram os filhos, mas no caso, o filho (Miguel) acabou dando asas a imaginação paterna, que vai ter na “turma do samba” uma boa base para lançamento e sustento da candidatura. A campanha promete ser dura!
Horário eleitoral gratuito
A luta pelo controle do PT, em Cabo Frio, se deu em função do tempo no horário eleitoral gratuito, que é medido pelo tamanho da bancada federal eleita em 2020. Fora esse dado, bem importante, a contribuição eleitoral do PT para o projeto de reeleição da prefeita será bem pequena, mesmo assim, pouco maior que o PC do B e o PV ao qual a prefeita se filiou. O contraste será a política populista e conservadora da Prefeitura de Cabo Frio, utilizando a outrora bandeira progressista do PT.
Desopilando o fígado
Qualquer que seja a eleição, o horário gratuito sempre dá ao distinto público, que tem a paciência de assistir, alguns minutos hilários diante das dificuldades impostas pelo cotidiano. Será engraçadíssimo assistir notórios anticomunistas obrigados a usar a legenda do velho Partido Comunista do Brasil (PC do B). Será que vão negar em público a guerrilha do Araguaia ou sequer sabem o significado daquele momento histórico?
Perfil conservador
Os arranjos partidários em relação as “nominatas” revelam que, mesmo que os vereadores eleitos em 6 de outubro sejam todos de uma nova safra, ou seja, ninguém da atual legislatura seja reeleito, mesmo assim o perfil político e ideológico continuará conservador. Pode acontecer uma melhor qualidade do debate caso alguns “medalhões” consigam mandato e expressem diferenças políticas e não apenas brigas por cargos e privilégios.
O olhar de Bibiu
A máquina política do deputado Serginho Azevedo (PL) continua funcionando a todo vapor, como diria o prefeito Bibiu, no início do século. XX, dificilmente quebrará, mas tem que tomar cuidado com o seu gigantismo. Afinal, o tamanho excessivo pode esgarçar o pano com o qual foi tecido, até agora habilmente. Atenção: olha que Bibiu conhecia bem os meandros políticos e familiares de Cabo Frio e com muita habilidade conseguiu pacificar o conflito entre Liras e Jagunços.