Acossado e atormentado pela carnificina presente no conflito do Oriente Médio, onde matanças, bombardeios e toda sorte de atrocidades povoam o dia-a-dia do noticiário, me percebi inerte e em lágrimas diante de tanto horror.
Incapaz de escrever, abandonei o computador, saí do escritório e fui regar as plantas. Quem sabe o cheiro da folhagem e das flores não me alegrariam o dia? Ao menos busquei respirar melhor pra entender que homem é esse que esmaga, pisa e destrói tudo que cria.
Pensei no “Leviatã” de Thomas Hobbes (1588/1689), que ao se inspirar no dramaturgo romano Titus Maccius Plautus (254 a.C/184 a.C) escreveu “O homem é o lobo do homem”, defendendo a existência do Estado para que o homem não engolisse os outros e a si mesmo.
O que fazer então quando o Estado é o provedor da violência?
Sem resposta, fui salvo pelo programa em homenagem a Alcione, que em meio a selvageria da mídia televisiva, trouxe samba de primeira e a música maravilhosa de dois cabofrienses talentosos: Alvinho e Rodrigo Revelles.
Até amanhã!
- Luiz Antônio Nogueira da Guia.