Tem um ditado que diz: “ Coração dos outros é Terra que ninguém pisa .”
Segundo nosso sábio olhar, ninguém consegue penetrar no coração do outro de forma a decifrá-lo por completo.
Quando me relaciono com as pessoas à minha volta, chego de mansinho e bato gentilmente na porta e peço licença para entrar.
Com um sorriso franco e real desejo ser aceita com todas as malas que carrego, repleta de vivências, sentimentos, minhas visões de mundo e desejos.
Às vezes que não consegui entrar, pois, como era de se esperar, as pessoas são diferentes e algumas não abrem as portas de seu coração.
Outras vezes, cheguei bem perto da porta, mas concluí que não queria passar da soleira, pois o que me aguardava talvez não fosse tão bom de ser compartilhado comigo, pois tenho defeitos e além de tudo, gosto de corações luminosos, não gosto dos corações sombrios.
Desses corações prefiro manter distância.
Na maioria das vezes, tenho tido sorte de ser recebida de braços abertos, com calorosos abraços.
E retornando a frase inicial, coração alheio é mesmo Terra que não se pisa se o outro não quiser, porque quando se quer, pode-se abrir a porteira, jogar a chave fora e nos puxar para dentro, fazendo a gente se sentir na própria terra, na própria casa, no próprio coração.
Ângela Maria Sampaio de Souza é Professora.