Neste mundo ultraconectado, a alta exposição dos anônimos tornou-se banal e ser politicamente correto é a nova ordem.
Todo mundo quer parecer bonzinho, certinho, bonitinho e aderente aos padrões mundiais.
As rodas de conversa e as redes sociais estão cheias desse tema.
Ninguém come glúten, todo mundo é contra a poluição, adora brócolis, cuida da saúde e do corpo, cumpre a lei e respeita as diferenças.
Como observo muito as pessoas, observo que grande parte tem uma preocupação grande em parecer politicamente correto mas percebo que essa preocupação não é verdadeira.
Assim, falamos que o outro tem que escutar mas não gosta de ouvir o que o outro tem a dizer; discursa sobre desigualdade social, mas não faz nada p transformar ou diminuir, condena os que aparecem na mídia por corrupção, mas não acha nada demais ficar com o troco que veio a mais ou não pagar as duas cervejas que por esquecimento não foram cobradas.
Vivemos em dois mundos paralelos: o admirável mundo novo e o mundo real.
Bom mesmo seria que o mundo saltasse dos meios de conversa, palco do politicamente correto, para o mundo real e enchêssemos os dias de boas ações.
Aí, talvez nos sobrasse tempo para povoarmos o mundo de boas ações, mas efetivamente não se faz nada, além de posar bonito para uma selfie.
Ângela Maria Sampaio de Souza é Professora.