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A VIRADA DO ANO

A chegada de um novo ano tem o poder de provocar expectativas na grande maioria das pessoas. As festas, o apelo comercial das mídias, a reunião de parentes e amigos que muitas vezes não se veem com tanta frequência, a “bebelança e a comilança”, além de outros aspectos, atua fortemente na psique das pessoas e faz este momento ganhar ares de evento especial.

Isso mantém viva dentro de nós a chama da vida. Isso nos dá força. Isso nos faz lutar por dias e tempos melhores. Apesar de todas as agruras que vamos enfrentar no novo ano, e elas virão sem dúvidas, devemos seguir em frente buscando alcançar os objetivos traçados. O não enfrentamento, a fuga da luta da vida, a falta de confiança e perseverança podem decretar o “falecimento” deste sentimento de esperança.

Entretanto, no sentido prático é uma simples continuidade da convenção do calendário, o calendário gregoriano. É um calendário de origem europeia utilizado oficialmente pela maioria dos países. Foi promulgado pelo Papa Gregório XIII no ano de 1582, em substituição ao calendário juliano, implantado pelo imperador romano Júlio César em 46 a.C. Como convenção e por praticidade, o calendário gregoriano demarca o ano civil no mundo inteiro, facilitando o relacionamento entre as nações. Essa unificação decorre do fato de a Europa ter, historicamente, exportado seus padrões para o resto do planeta.

Fora a questão psicológica, nada muda. Os problemas individuais, pessoais e coletivos de sua cidade, seu estado e de seu país seguem iguais na virada do ano. O saldo bancário, infelizmente, também não muda, as vezes até diminui pelo aumento de gastos nesta época, rs.  A mente humana é complexa e muitas vezes precisa de estímulos externos para construir momentos de alegria, prazer, e principalmente, esperança de dias melhores.

A virada do calendário nos faz olhar para atrás, tentar corrigir rumos e buscar um futuro melhor. Um novo emprego, um novo amor, um casamento, um novo filho, uma nova casa, uma viagem inesquecível, uma mudança de cidade, uma mudança de hábitos de vida, além de muitos outros desejos ligados ao consumo e a vida pessoal. No fundo, ajuda e acaba sendo um momento positivo.

Confesso que estas datas ligadas ao Natal e Ano Novo me afeta pouco. Gosto da comida e da cervejada. Sorte minha que posso, mas não deixo de pensar e ajudar dentro das minhas possibilidades aqueles que não tem a mesma chance. Não tenho fé religiosa e como marxista convicto penso pouco no transcendental e no dogmatismo da fé. Fico no campo do materialismo dialético e até do imanente, que segundo Kant, é tudo aquilo que permanece no âmbito da experiência possível, agindo na realidade através dos sentidos e princípios cognitivos.

Como todos também tenho desejos e objetivos a realizar em 2024. A grande maioria não conto “nem a pau”, rs.  Já outros posso revelar. Quero continuar com saúde e poder jogar meu tênis, esporte que amo junto com o futebol. Vou torcer muito para o Vasco melhorar e voltar a ser o grande time que sempre foi. Me ajudem nesta torcida, por favor, pois vou precisar. Quero muito ver acontecer uma significativa redução da desigualdade social a partir do próximo ano. Já esperamos demais por isso. Um país mais igual melhora a vida de todos. Quero ver acabar todo esse retrocesso patrocinado por um escroque que esteve no poder. Quero ver o país andar para frente e respirar ares menos autoritários, intolerantes e negacionistas. A realização dos desejos e objetivos da maioria do povo brasileiro depende disso tudo e muito mais.

Desejo sinceramente que em 2024 as alegrias superem as tristezas. Que as vitórias superem as derrotas. Que a tolerância e o respeito ao próximo superem os preconceitos. Que possamos todos no final deste tal novo ano, ao fazermos um novo balanço da vida, concluir que nos tornamos melhores e protagonistas da nossa própria história. Vamos à luta, pois só a luta muda a vida e muita coisa para mudar depende de nós, inclusive um voto consciente nas eleições municipais que vão ocorrer !!

Claudio Leitão é economista e professor de história.

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