BLOG DO TOTONHO

  • DAMA BRANCA & ENSEADA DAS PALMEIRAS

    Evangelos Pagalidis

  • PEQUENAS DOSES

    Luiz Antônio Nogueira da Guia

    A Viagem!

    A viagem do prefeito eleito Serginho Azevedo (PL) a Portugal acabou sendo providencial, tirando-o do turbilhão de más notícias enfrentadas pelo poder público municipal. Caso estivesse em Cabo Frio fatalmente seria chamado a intervir, gerando desgaste antes de tomar posse. Viajando, o desgaste fica restrito a Magdala e seu pessoal.

    A municipalização do discurso 1

    Durante a campanha eleitoral que o fez prefeito com praticamente 70% dos votos, Serginho Azevedo (PL) adotou a estratégia em se voltar para o debate dos assuntos internos do município. Foi uma decisão acertada ao não nacionalizar o discurso, porque a população estava preocupada mesmo com o destino da cidade.

    A municipalização do discurso 2

    Hoje, vendo as notícias dos jornais percebe-se que o prefeito eleito tomou tomou a decisão correta. Nacionalizar o discurso significaria a polarização política e no seu caso poderia cometer o erro de caminhar para a extrema direita. É preciso, mesmo no campo conservador, respeitar o ‘status quo’ democrático estabelecido pela Constituição Cidadã de 1988.

    A Reconstrução!

    Não será fácil para partidos como PT, PC do B e PV , particularmente o PT, se estabilizarem no campo progressista após a participação no apoio ao projeto de reeleição de Magdala Furtado (PV). A ação do “baronato petista” atingiu em cheio o seu próprio partido aqui em Cabo Frio, mas por outro lado parte da executiva resistiu e esta postura é a base para a reconstrução.

    Roda de Conversa

    O PSOL de Cabo Frio, que, junto com a Rede Sustentabilidade apoiou a candidatura do professor Rafael Peçanha a prefeito do município, recebe a Deputada Federal Talíria Petrone, para uma ‘Roda de Conversa’, no Teatro Quintal, leia-se Silvana Lima. O encontro vai se dar em 30 de novembro, a partir das 19 horas.

    Pediu o boné

    Quando até o Procurador Geral do Município “pede o boné” é porque a situação está ficando cada vez mais feia, embora David Figueiredo tenha alegado incompatibilidade profissional. O caos administrativo conjugado a crise política, com parte do funcionalismo público sem receber salários, em fim de governo e sem perspectivas de poder, realmente é para qualquer um desistir.

    Os arquitetos da escolha

    Os arquitetos políticos responsáveis pela escolha de Magdala Furtado, então no Podemos, para companheira de chapa de José Bonifácio, na disputa da prefeitura, estarão arrependidos? Dificilmente, a soberba não permitiria. Nenhum deles sofre o dia-a-dia da população cabofriense, que pena quando o governo é muito ruim. Agora, ninguém aparece para pedir desculpas a população.

    Cuidado com a cidade

    A população está sacudindo a ampulheta na esperança que o tempo corra mais rápido e a prefeita deixe o cargo que ocupa após o falecimento de José Bonifácio (PDT). A expectativa com o novo governo é grande, mas apesar do “namoro de seis meses”, a população quer ver imediatamente algumas mudanças, inclusive o maior cuidado com a cidade.

  • QUE TAL O EQUILÍBRIO?

    Ângela Maria Sampaio de Souza (*)

    Divergir de opiniões é compreensível, faz parte da natureza humana.
    Já, discutir é aborrecido, cansativo e muito chato
    As guerras não começam em opiniões divergentes, mas em discussões inúteis, intolerância, incapacidade de escutar e o outro de não saber ouvir.
    Eu não quero ter razão, prefiro ser feliz!
    E quem quiser ser dono da razão que fique com ela.
    Ser dono da razão é igual a ser dono da verdade.
    Prefiro me manter em equilíbrio e com paz de espírito!
    Que eu tenha a árdua missão de me retirar das discussões inúteis, mesmo quando tiver muita vontade de estar dentro delas.
    Ter razão ou ser feliz… Vou ficar com a segunda opção.
    Quem quiser que se abrace a outra!
    Vamos refletir: ter razão ou ser feliz!!!

    (*) Ângela Maria Sampaio de Souza é Professora!

  • DIVULGAÇÃO
  • PRAIA DO FORTE

    Praia do Forte – 2024 – Antônio José Christovão.

  • PEQUENAS DOSES

    Luiz Antônio Nogueira da Guia

    Paralisação na Saúde

    Obviamente com o objetivo de esvaziar o movimento dos servidores da Saúde, que estão com os salários atrasados, a prefeita Magdala Furtado (PV) decretou ponto facultativo nos dias 21 e 22. O movimento teme que o governo esteja utilizando esse expediente para protelar ainda mais o pagamento.

    “Generosidade”

    A “generosidade” da prefeita não toca o coração dos militantes e sindicalistas da área da Saúde, que temem por seus salários e empregos, justamente no período que abrange o Natal e o Reveillon. É muita falta de respeito de um governo, que pretendeu se reeleger e que há poucos dias da eleição fazia dancinhas em praça pública.

    Esgoto a céu aberto

    O bairro do Braga está com vários pontos de vazamento de esgoto, com um mau cheiro deprimente, que incomoda a todos e também aos turistas de Verão, que começam a afluir para a cidade nessa época do ano. Reflete o abandono em que vive Cabo Frio após a derrota do projeto eleitoral do grupo político da prefeita Magdala Furtado (PV).

    Quem vai apagar a luz?

    Grande parte dos servidores da Prefeitura de Cabo Frio teme não receber a integralidade dos seus salários com esse fim de festa do governo. Essa semana um servidor ao ler o Diário Oficial em que o Procurador Geral era exonerado a pedido, disse entre risadas de companheiros: “o último a sair apague a luz”.

    Hiato de poder

    A preocupação é muito grande com a aproximação da alta temporada de Verão quando o município recebe milhares de visitantes. A presença do poder público é fundamental. Ora, a preocupação é válida, porque Cabo Frio parece estar vivendo um hiato de poder. Magdala é uma prefeita formal e o prefeito eleito, Serginho Azevedo (PL) ainda não assumiu.

    Fracasso

    Informalmente, a equipe de transição poderia ao menos tentar ocupar esse vácuo de poder, mas não se sabe exatamente qual a estrutura dessa equipe e o poder que lhe foi confiado. Enquanto isso, a população sofre agora e vai sofrer também mais tarde com os efeitos de um governo, cuja palavra chave é fracasso.

    Quem sabe?

    O fracasso administrativo e político do governo de Magdala Furtado (PV) poderia ser um belo instrumento de reflexão para os partidos que nele se engajaram a partir da intervenção do “baronato petista”. Será que gente do PT, PV, PC do B, PSB, PDT e até do MDB não percebe que está na hora de fazer uma autocrítica? Quem sabe?

    Diretrizes

    O meio político aguarda com bastante ansiedade declarações do prefeito eleito a respeito do secretariado. Não é por acaso, Serginho Azevedo (PL) afirma e reafirma as palavras organização e reorganização e os nomes do secretariado vão indicar se essas diretrizes serão mesmo para valer e que setores serão abrangidos.

    Audiência Pública

    A Universidade Veiga de Almeida vai receber às 10 horas do dia 29 de novembro mais uma Audiência Pública realizada pela Câmara Municipal, para debater o Projeto de Lei que estabelece o novo zoneamento, uso e ocupação do solo. O projeto é da maior importância e o Blog continua a defender, que seria mais democrático aguardar a posse dos novos vereadores, na medida em que os atuais estão em fim de mandato.


  • ESTRATÉGIAS PARA POTENCIALIZAR OS RESULTADOS EDUCACIONAIS

    Alessandro Teixeira Knauft (*)

    Os resultados do IDEB da rede pública municipal de Cabo Frio, situados entre os mais baixos do Estado do Rio de Janeiro, somados à concentração orçamentária em despesas de custeio, revelam um cenário que exige uma abordagem estratégica e focada para promover avanços educacionais. Nesse contexto, é fundamental identificar e implementar ações urgentes, importantes e prioritárias que possam impactar positivamente os indicadores educacionais, mesmo diante de eventuais limitações orçamentárias.

    Tenho reiterado aqui no Blog do Totonho que a recomposição de aprendizagem deve ser tratada como uma urgência imediata. Entendo que a gestão pública precisa direcionar esforços para criar e ampliar programas voltados ao fortalecimento das competências básicas em Língua Portuguesa e Matemática, especialmente nos anos finais do ensino fundamental. O foco deve estar em atividades de reforço escolar, mediadas por avaliações diagnósticas e formativas que identifiquem lacunas de aprendizado.

    Mesmo com os recursos financeiros destinados à Educação sendo aplicados majoritariamente em custeio e ante à limitação histórica orçamentária, investir na formação contínua de professores é fundamental para garantir práticas de aprendizagem eficazes. Devolver à rede pública de ensino de Cabo Frio o protagonismo educacional entre os demais municípios do Estado é um desafio enorme e um caminho seguro para potencializar resultados é o investimento estruturado e constante na formação ou capacitação de todos os servidores. Nesse sentido, a implantação de um Centro de Formação Continuada tende a sedimentar significativas conquistas.

    Uma vez delineadas as estratégias para impulsionar resultados educacionais, contemplando alunos e servidores, a administração pública deve priorizar o uso de dados para apoiar a tomada de decisões assertivas. A análise detalhada dos indicadores permite que os gestores (incluídos os diretores das unidades escolares) tracem as metas e o plano de ação para a toda rede.

    Apesar das circunstâncias que impactam negativamente a rede municipal de ensino, a administração pública, se estiver focada no planeamento estratégico, pode ser organizada através da implementação de atividades que conduzam a avanços expressivos e perenes na Educação. O sucesso dessas práticas depende, obviamente, de uma boa gestão, do diálogo com a comunidade escolar e do bom uso dos recursos públicos.

    (*) Alessandro Teixeira Knauft é Professor.

  • MORRO DA GUIA – CANAL DO ITAJURU & ILHA DO JAPONÊS

    Morro da Guia – Cabo Frio/RJ

    Canal do Itajuru – Cabo Frio/RJ

    Ilha do Japonês – Cabo Frio/RJ

    Fotos – Antônio José Christovão

  • PEQUENAS DOSES

    Conversa amiga, na noite do bairro da Passagem, com o então candidato a prefeito de Cabo Frio, José Bonifácio Ferreira Novellino. Infelizmente, não tenho o autor e a data dessa bela foto.

    Campanha

    Alguns portais, sites e perfis nas redes sociais da Internet não deixaram pra depois e estão fazendo campanha direta para nomes e grupos ocuparem cadeiras no secretariado. Não é por acaso, portanto, que o prefeito eleito Serginho Azevedo (PL) tem mantido discrição em relação a formação do seu governo, abrindo exceção para o seu vice Miguel Alencar (União Brasil).

    Manobra política

    Eleito com quase 70% dos votos, Serginho Azevedo (PL) tem grande margem de manobra política, mas também tem muitos compromissos decorrentes da grande aliança que construiu para ganhar a eleição. Não pode bobear e até aqui tem conseguido que a sua equipe mantenha a mesma discrição que ele.

    A transição continua

    O prefeito eleito não abre o jogo, mas tudo leva a crer que a transição, apesar da imensa fragilidade dos quadros do governo de Magdala Furtado (PV), continua caminhando. Com a crise financeira espelhada na ausência de pagamento aos funcionários da saúde e outros, o novo governo vai precisar de todas as informações para a tomada de decisões rápidas, sem as quais será difícil desenvolver qualquer planejamento.

    Serginho não quer antecipar problemas

    É de fácil percepção que Serginho Azevedo (PL) não quer problemas antes do tempo. Nomeou os seus para a equipe de transição, indicou seu companheiro de chapa, Miguel Alencar (União Brasil) para uma super secretaria e continuou com absoluta discrição a montagem do governo. O problema para Cabo Frio é que Magdala Furtado (PV) parece ter evaporado: os problemas se amontoam, sem perspectiva de solução.

    Serginho & Alfredo

    Serginho Azevedo (PL) foi a Portugal para a eleição do novo presidente da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) junto com o vereador Alfredo Gonçalves (Republicanos). Vereador eleito, Alfredo é um dos nomes cotados para assumir o secretariado, tanto Esporte como Educação e tem se pronunciado sobre esses assuntos.

    Cai o Procurador Geral

    Apesar de ter se evaporado da administração direta do município, que vive difícil situação financeira, a prefeita Magdala Furtado (PV) acaba de demitir o Procurador Geral, David Figueiredo. Nathália Chavão de Freitas é a sua substituta. Segundo as redes sociais a exoneração de David Figueiredo aconteceu por conflitos com o todo poderoso Victor Meireles.

    Desmanche

    A queda do Procurador Geral é mais um capítulo do desmanche do governo de Magdala e seu projeto fracassado de reeleição. A população, que nada tem com isso sofre os efeitos dessa crise, que contamina todo o município em plena abertura da alta temporada de Verão. Como imaginar alguma organização com esse governo em fim de festa?

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  • A SENHORA DO GALVÃO

    Machado de Assis – 1839/1908.

    Começaram a rosnar dos amores deste advogado com a viúva do brigadeiro, quando eles não tinham ainda passado dos primeiros obséquios. Assim vai o mundo. Assim se fazem algumas reputações más, e, o que parece absurdo, algumas boas. Com efeito, há vidas que só têm prólogo; mas toda a gente fala do grande livro que se lhe segue, e o autor morre com as folhas em branco. No presente caso, as folhas escreveram-se, formando todas um grosso volume de trezentas páginas compactas, sem contar as notas. Estas foram postas no fim, não para esclarecer, mas para recordar os capítulos passados; tal é o método nesses livros de colaboração. Mas a verdade é que eles apenas combinavam no plano, quando a mulher do advogado recebeu este bilhete anônimo:

    Não é possível que a senhora se deixe embair mais tempo, tão escandalosamente, por uma de suas amigas, que se consola da viuvez, seduzindo os maridos alheios, quando bastava conservar os cachos…

    Que cachos? Maria Olímpia não perguntou que cachos eram; eram da viúva do brigadeiro, que os trazia por gosto, e não por moda. Creio que isto se passou em 1853. Maria Olímpia leu e releu o bilhete; examinou a letra, que lhe pareceu de mulher e disfarçada, e percorreu mentalmente a primeira linha das suas amigas, a ver se descobria a autora. Não descobriu nada, dobrou o papel e fitou o tapete do chão, caindo-lhe os olhos justamente no ponto do desenho em que dois pombinhos ensinavam um ao outro a maneira de fazer de dois bicos um bico. Há dessas ironias do acaso, que dão vontade de destruir o universo. Afinal meteu o bilhete no vestido, e encarou a mucama, que esperava por ela, e que lhe perguntou:

    — Nhanhã não quer mais ver o xale?

    Maria Olímpia pegou no xale que a mucama lhe dava e foi pô-lo aos ombros, defronte do espelho. Achou que lhe ficava bem, muito melhor que à viúva. Cotejou as suas graças com as da outra. Nem os olhos nem a boca eram comparáveis; a viúva tinha os ombros estreitinhos, a cabeça grande, e o andar feio. Era alta; mas que tinha ser alta? E os trinta e cinco anos de idade, mais nove que ela? Enquanto fazia essas reflexões, ia compondo, pregando e despregando o xale.

    — Este parece melhor que o outro, aventurou a mucama.

    — Não sei… disse a senhora, chegando-se mais para a janela, com os dois nas mãos.

    — Bota o outro, nhanhã.

    A nhanhã obedeceu. Experimentou cinco xales dos dez que ali estavam, em caixas, vindos de uma loja da Rua da Ajuda. Concluiu que os dois primeiros eram os melhores; mas aqui surgiu uma complicação — mínima, realmente — mas tão sutil e profunda na solução, que não vacilo em recomendá-la aos nossos pensadores de 1906. A questão era saber qual dos dois xales escolheria, uma vez que o marido, recente advogado, pedia-lhe que fosse econômica. Contemplava-os alternadamente, e ora preferia um, ora outro. De repente, lembrou-lhe a aleivosia do marido, a necessidade de mortificá-lo, castigá-lo, mostrar-lhe que não era peteca de ninguém, nem maltrapilha; e, de raiva, comprou ambos os xales.

    Ao bater das quatros horas (era a hora do marido) nada de marido. Nem às quatro, nem às quatro e meia. Maria Olímpia imaginava uma porção de coisas aborrecidas, ia à janela, tornava a entrar, temia um desastre ou doença repentina; pensou também que fosse uma sessão do júri. Cinco horas, e nada. Os cachos da viúva também negrejavam diante dela, entre a doença e o júri, com uns tons de azul-ferrete, que era provavelmente a cor do diabo. Realmente era para exaurir a paciência de uma moça de vinte e seis anos. Vinte e seis anos; não tinha mais. Era filha de um deputado do tempo da Regência, que a deixou menina; e foi uma tia que a educou com muita distinção. A tia não a levou muito cedo a bailes e espetáculos. Era religiosa, conduziu-a primeiro à igreja. Maria Olímpia tinha a vocação da vida exterior, e, nas procissões e missas cantadas, gostava principalmente do rumor, da pompa; a devoção era sincera, tíbia e distraída. A primeira coisa que ela via na tribuna das igrejas, era a si mesma. Tinha um gosto particular em olhar de cima para baixo, fitar a multidão das mulheres ajoelhadas ou sentadas, e os rapazes, que, por baixo do coro ou nas portas laterais, temperavam com atitudes namoradas as cerimônias latinas. Não entendia os sermões; o resto, porém, orquestra, canto, flores, luzes, sanefas, ouros, gentes, tudo exercia nela um singular feitiço. Magra devoção, que escasseou ainda mais com o primeiro espetáculo e o primeiro baile. Não alcançou a Candiani, mas ouviu a Ida Edelvira, dançou à larga, e ganhou fama de elegante.

    Eram cinco horas e meia, quando o Galvão chegou. Maria Olímpia, que então passeava na sala, tão depressa lhe ouviu os pés, fez o que faria qualquer outra senhora na mesma situação: pegou de um jornal de modas, e sentou-se, lendo, com um grande ar de pouco caso. Galvão entrou ofegante, risonho, cheio de carinhos, perguntando-lhe se estava zangada, e jurando que tinha um motivo para a demora, um motivo que ela havia de agradecer, se soubesse…

    — Não é preciso, interrompeu ela friamente.

    Levantou-se; foram jantar. Falaram pouco; ela menos que ele, mas em todo o caso, sem parecer magoada. Pode ser que entrasse a duvidar da carta anônima; pode ser também que os dois xales lhe pesassem na consciência. No fim do jantar, Galvão explicou a demora; tinha ido, a pé, ao teatro Provisório, comprar um camarote para essa noite: davam os Lombardos. De lá, na volta, foi encomendar um carro…

    — Os Lombardos? interrompeu Maria Olímpia.

    — Sim; canta o Laboceta, canta a Jacobson; há bailado. Você nunca ouviu os Lombardos?

    — Nunca.

    — E aí está por que me demorei. Que é que você merecia agora? Merecia que eu lhe cortasse a ponta desse narizinho arrebitado…

    Como ele acompanhasse o dito com um gesto, ela recuou a cabeça; depois acabou de tomar o café. Tenhamos pena da alma desta moça. Os primeiros acordes dos Lombardos ecoavam nela, enquanto a carta anônima lhe trazia uma nota lúgubre, espécie de requiem. E por que é que a carta não seria uma calúnia? Naturalmente não era outra coisa: alguma invenção de inimigos, ou para afligi-la, ou para fazê-los brigar. Era isto mesmo. Entretanto, uma vez que estava avisada, não os perderia de vista. Aqui acudiu-lhe uma idéia: consultou o marido se mandaria convidar a viúva.

    — Não, respondeu ele; o carro só tem dois lugares, e eu não hei de ir na boléia.

    Maria Olímpia sorriu de contente, e levantou-se. Há muito tempo que tinha vontade de ouvir os Lombardos. Vamos aos Lombardos! Trá, lá, lá, lá… Meia hora depois foi vestir-se. Galvão, quando a viu pronta daí a pouco, ficou encantado. “Minha mulher é linda”, pensou ele; e fez um gesto para estreitá-la ao peito; mas a mulher recuou, pedindo-lhe que não a amarrotasse. E, como ele, por umas veleidades de camareiro, pretendeu consertar-lhe a pluma do cabelo, ela disse-lhe enfastiada:

    — Deixa, Eduardo! Já veio o carro?

    Entraram no carro e seguiram para o teatro. Quem é que estava no camarote contíguo ao deles? Justamente a viúva e a mãe. Esta coincidência, filha do acaso, podia fazer crer algum ajuste prévio. Maria Olímpia chegou a suspeitá-lo; mas a sensação da entrada não lhe deu tempo de examinar a suspeita. Toda a sala voltara-se para vê-la, e ela bebeu, a tragos demorados, o leite da admiração pública. Demais, o marido teve a inspiração, maquiavélica, de lhe dizer ao ouvido: “Antes a mandasses convidar; ficava-nos devendo o favor”. Qualquer suspeita cairia diante desta palavra. Contudo, ela cuidou de os não perder de vista — e renovou a resolução de cinco em cinco minutos, durante meia hora, até que, não podendo fixar a atenção, deixou-a andar. Lá vai ela, inquieta, vai direito ao clarão das luzes, ao esplendor dos vestuários, um pouco à ópera, como pedindo a todas as coisas alguma sensação deleitosa em que se espreguice uma alma fria e pessoal. E volta depois à própria dona, ao seu leque, às suas luvas, aos adornos do vestido, realmente magníficos. Nos intervalos, conversando com a viúva, Maria Olímpia tinha a voz e os gestos do costume, sem cálculo, sem esforço, sem sentimento, esquecida da carta. Justamente nos intervalos é que o marido, com uma discrição rara entre os filhos dos homens, ia para os corredores ou para o saguão pedir notícias do ministério.

    Juntas saíram do camarote, no fim, e atravessaram os corredores. A modéstia com que a viúva trajava podia realçar a magnificência da amiga. As feições, porém, não eram o que esta afirmou, quando ensaiava os xales de manhã. Não, senhor; eram engraçadas, e tinham um certo pico original. Os ombros proporcionais e bonitos. Não contava trinta e cinco anos, mas trinta e um; nasceu em 1822, na véspera da independência, tanto que o pai, por brincadeira, entrou a chamá-la Ipiranga, e ficou-lhe esta alcunha entre as amigas. Demais, lá estava em Santa Rita o assentamento de batismo.

    Uma semana depois, recebeu Maria Olímpia outra carta anônima. Era mais longa e explícita. Vieram outras, uma por semana, durante três meses. Maria Olímpia leu as primeiras com algum aborrecimento; as seguintes foram calejando a sensibilidade. Não havia dúvida que o marido demorava-se fora, muitas vezes, ao contrário do que fazia dantes, ou saía à noite e regressava tarde; mas, segundo dizia, gastava o tempo no Wallerstein ou no Bernardo, em palestras políticas. E isto era verdade, uma verdade de cinco a dez minutos, o tempo necessário para recolher alguma anedota ou novidade, que pudesse repetir em casa, à laia de documento. Dali seguia para o Largo de São Francisco, e metia-se no ônibus.

    Tudo era verdade. E, contudo, ela continuava a não crer nas cartas. Ultimamente, não se dava mais ao trabalho de as refutar consigo; lia-as uma só vez, e rasgava-as. Com o tempo foram surgindo alguns indícios menos vagos, pouco a pouco, ao modo do aparecimento da terra aos navegantes; mas este Colombo teimava em não crer na América. Negava o que via; não podendo negá-lo, interpretava-o; depois recordava algum caso de alucinação, uma anedota de aparências ilusórias, e nesse travesseiro cômodo e mole punha a cabeça e dormia. Já então, prosperando-lhe o escritório, dava o Galvão partidas e jantares, iam a bailes, teatros, corridas de cavalos. Maria Olímpia vivia alegre, radiante; começava a ser um dos nomes da moda. E andava muita vez com a viúva, a despeito das cartas, a tal ponto que uma destas lhe dizia: “Parece que é melhor não escrever mais, uma vez que a senhora se regala numa comborçaria de mau gosto”. Que era comborçaria? Maria Olímpia quis perguntá-lo ao marido, mas esqueceu o termo, e não pensou mais nisso.

    Entretanto, constou ao marido que a mulher recebia cartas pelo correio. Cartas de quem? Esta notícia foi um golpe duro e inesperado. Galvão examinou de memória as pessoas que lhe freqüentavam a casa, as que podiam encontrá-la em teatros ou bailes, e achou muitas figuras verossímeis. Em verdade, não lhe faltavam adoradores.

    — Cartas de quem? repetia ele mordendo o beiço e franzindo a testa.

    Durante sete dias passou uma vida inquieta e aborrecida, espiando a mulher e gastando em casa grande parte do tempo. No oitavo dia, veio uma carta.

    — Para mim? disse ele vivamente.

    — Não; é para mim, respondeu Maria Olímpia, lendo o sobrescrito; parece letra de Mariana ou de Lulu Fontoura…

    Não queria vê-la; mas o marido disse que a lesse; podia ser alguma notícia grave. Maria Olímpia leu a carta e dobrou-a, sorrindo; ia guardá-la, quando o marido desejou ver o que era.

    — Você sorriu, disse ele gracejando; há de ser algum epigrama comigo.

    — Qual! é um negócio de moldes.

    — Mas deixa ver.

    — Para quê, Eduardo?

    — Que tem? Você, que não quer mostrar, por algum motivo há de ser. Dê cá.

    Já não sorria; tinha a voz trêmula. Ela ainda recusou a carta, uma, duas, três vezes. Teve mesmo idéia de rasgá-la, mas era pior, e não conseguiria fazê-lo até o fim. Realmente, era uma situação original. Quando ela viu que não tinha remédio, determinou ceder. Que melhor ocasião para ler no rosto dele a expressão da verdade? A carta era das mais explícitas; falava da viúva em termos crus. Maria Olímpia entregou-lha.

    — Não queria mostrar esta, disse-lhe ela primeiro, como não mostrei outras que tenho recebido e botado fora; são tolices, intrigas, que andam fazendo para… Leia, leia a carta.

    Galvão abriu a carta e deitou-lhe os olhos ávidos. Ela enterrou a cabeça na cintura, para ver de perto a franja do vestido. Não o viu empalidecer. Quando ele, depois de alguns minutos, proferiu duas ou três palavras, tinha já a fisionomia composta e um esboço de sorriso. Mas a mulher, que o não adivinhava, respondeu ainda de cabeça baixa; só a levantou daí a três ou quatro minutos, e não para fitá-lo de uma vez, mas aos pedaços, como se temesse descobrir-lhe nos olhos a confirmação do anônimo. Vendo-lhe, ao contrário, um sorriso, achou que era o da inocência, e falou de outra coisa.

    Redobraram as cautelas do marido; parece também que ele não pôde esquivar-se a um tal ou qual sentimento de admiração para com a mulher. Pela sua parte, a viúva, tendo notícia das cartas, sentiu-se envergonhada; mas reagiu depressa, e requintou de maneiras afetuosas com a amiga.

    Na segunda ou terceira semana de agosto, Galvão fez-se sócio do Cassino Fluminense. Era um dos sonhos da mulher. A seis de setembro fazia anos a viúva, como sabemos. Na véspera, foi Maria Olímpia (com a tia que chegara de fora) comprar-lhe um mimo: era uso entre elas. Comprou-lhe um anel. Viu na mesma casa uma jóia engraçada, uma meia lua de diamantes para o cabelo, emblema de Diana, que lhe iria muito bem sobre a testa. De Maomé que fosse; todo o emblema de diamantes é cristão. Maria Olímpia pensou naturalmente na primeira noite do Cassino; e a tia, vendo-lhe o desejo, quis comprar a jóia, mas era tarde, estava vendida.

    Veio a noite do baile. Maria Olímpia subiu comovida as escadas do Cassino. Pessoas que a conheceram naquele tempo, dizem que o que ela achava na vida exterior, era a sensação de uma grande carícia pública, a distância; era a sua maneira de ser amada. Entrando no Cassino, ia recolher nova cópia de admirações, e não se enganou, porque elas vieram, e de fina casta.

    Foi pelas dez horas e meia que a viúva ali apareceu. Estava realmente bela, trajada a primor, tendo na cabeça a meia lua de diamantes. Ficava-lhe bem o diabo da jóia, com as duas pontas para cima, emergindo do cabelo negro. Toda a gente admirou sempre a viúva naquele salão. Tinha muitas amigas, mais ou menos íntimas, não poucos adoradores, e possuía um gênero de espírito que espertava com as grandes luzes. Certo secretário de legação não cessava de a recomendar aos diplomatas novos: “Causez avec Mme. Tavares; c’est adorable!” Assim era nas outras noites; assim foi nesta.

    — Hoje quase não tenho tido tempo de estar com você, disse ela a Maria Olímpia, perto de meia-noite.

    — Naturalmente, disse a outra abrindo e fechando o leque; e, depois de umedecer os lábios, como para chamar a eles todo o veneno que tinha no coração: — Ipiranga, você está hoje uma viúva deliciosa… Vem seduzir mais algum marido?

    A viúva empalideceu, e não pôde dizer nada. Maria Olímpia acrescentou, com os olhos, alguma coisa que a humilhasse bem, que lhe respingasse lama no triunfo. Já no resto da noite falaram pouco; três dias depois romperam para nunca mais.

  • PRAIA DO FORTE

    Antônio José Christovão – Praia do Forte – 2013.

  • PEQUENAS DOSES

    Luiz Antônio Nogueira da Guia.

    Circuito Mundial de Vôlei

    Alfredo Gonçalves (Republicanos) e Serginho Azevedo (PL), respectivamente vereador e prefeito eleitos, foram a Portugal assistir o Congresso Internacional de Vôlei. Segundo eles, a ideia é colocar Cabo Frio como etapa do Circuito Mundial de Vôlei. Esporte de alto rendimento sempre trás muita mídia para a cidade.

    Vírus do Esporte

    Entretanto, é preciso que se diga que o esporte de alto rendimento trás mídia, exemplo e muita visibilidade para o município, mas o mais importante são políticas públicas, conjugando educação/esporte. É preciso espalhar dentro das escolas o vírus do esporte e não tratá-lo apenas como aula de Educação Física.

    Educação/Esporte/Cultura

    Um amigo dessa coluna e do colunista garante que educação/esporte/cultura dão liga. Em todos os lugares onde foi feita essa fusão, não excepcionalmente, mas no dia-a-dia, deu certo e gerou um período de grande produção cultural, desportiva e de crescente melhoria de qualidade da educação.

    Fontes & Fontes 1

    Algumas fontes afirmam que o vereador eleito Alfredo Gonçalves (Republicanos) será o próximo secretário de educação, permitindo que o Bispo Flávio Moreira, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), como 1º suplente, assuma uma cadeira na Câmara de Vereadores de Cabo Frio. Poderá então sentar nas confortáveis poltronas do Plenário Oswaldo Rodrigues.

    Fontes & Fontes 2

    Outras fontes garantem que Alfredo Gonçalves (Republicanos) está escalado para a secretaria de esporte, o que explicaria, em parte, sua ida a Portugal. Segundo essas mesmas fontes a secretaria de educação caberia ao discreto, mas experiente professor Alessandro Teixeira, que, atualmente é um dos colunistas aqui do Blog.

    Estava na cara! 1

    Qualquer pessoa com o mínimo de discernimento perceberia que o governo de Magdala Furtado (PV) metia os “pés pelas mãos”, na administração pública. Nos debates, durante o período eleitoral, ficou visível o despreparo da prefeita, com respostas inverossímeis, sem contato com a realidade administrativa do município.

    Estava na cara! 2

    Inúmeros políticos e funcionários da Prefeitura alertavam que no final do ano o governo municipal não teria condições de cumprir a totalidade dos seus compromissos e que parte dos salários de uma folha de pagamentos tão gorda, ficaria para trás. Apesar do aumento da arrecadação o governo de Magdala não consegue pagar seus compromissos em dia.

    Ações imediatas

    O governo de Serginho Azevedo (PL) vai precisar de rapidez na resolução de alguns problemas imediatos, isto é, agilidade, porque a passagem de comando se dá em uma época muito ruim e a cidade bastante debilitada. Os grandes projetos poderão até ficar para mais tarde, mas os moradores de Cabo Frio precisam de reparos imediatos para que possa viver o seu dia a dia com tranquilidade.

    Por onde anda a prefeita?

    Como o projeto de reeleição tão ambicionado se frustrou de forma severa, as consequências imediatamente bateram as portas de um governo, que se revelou um fracasso. Os moradores de Cabo Frio fazem a seguinte indagação: por onde anda a prefeita Magdala Furtado (PV) no momento em que a cidade vive situação de quase completo abandono? Ninguém sabe dizer.

  • TRUMP E SEUS VIRA LATAS LATINOAMERICANOS

    Cláudio Leitão (*)

    A recente eleição de Donald Trump nos EUA deixou uma interessante “herança canina” na América do Sul. Um está no poder na Argentina, Javier Milei, já o outro está inelegível e foi apeado do poder pelo povo brasileiro, Jair Bolsonaro. Ambos ficaram encarregados de defender a tal “agenda antiglobalista” de Trump, se é que alguém entende que porra é esta, até a sua posse em fevereiro de 2025.

    Milei, como está no poder está mais efetivo. Retirou a Argentina da COP 29 no Azerbaijão, foi o único país no mundo a votar contra a Resolução da ONU que condenava a Violência Contra as Mulheres e também se posicionou contra a taxação dos super ricos. Comportamento típico da extrema direita, embora vários outros países do mesmo campo ideológico tenham votado a favor destas resoluções.

    Aqui no Rio, na primeira reunião do G20, também foi o único país a não assinar o Tratado da Aliança Global contra a Fome e a Miséria. Após sua vitória na eleição argentina aplicou um rigoroso pacote de cortes sociais e ajustes fiscais que colocou mais de 40% dos argentinos abaixo da linha de pobreza. Foi um dos países com maior queda do PIB no mundo.

    Vale lembrar que o mundo hoje, segundo dados da ONU, tem mais de 700 milhões de pessoas com fome no planeta. Mas isso parece não sensibilizar o “vira lata argentino”. Já o “vira lata brasileiro”, fora do poder, inelegível e com enorme risco de ser preso em 2025, “late” mais baixinho, resmungando pelas redes sociais, mas sem nenhum pudor em demonstrar sua vassalagem a Trump e ao seu “tratador de cães”, Elon Musk. Quer ir a posse, mas com o passaporte cassado, vai ficar aqui “chorando e rosnando” bem baixinho. O malvadão do Xandão já mandou avisar que não vai permitir.

    A maioria dos grandes líderes mundiais, aqui presentes para o G20, pediram a diplomacia brasileira agendas bilaterais com Lula, causando grande inveja aos “mequetrefes trumpistas”. Ambos se declaram em “amores e louvores” a Trump, mas idiotas como são, não percebem que Trump apenas os usa como serviçais. Nos bastidores políticos norte-americanos, Trump e seus principais assessores demonstram o seu desprezo por ambos.

    Pela comparação peço desculpas aos valorosos cães caramelos do Brasil !

    (*) Claudio Leitão é economista e professor de história.

  • DIVULGAÇÃO
  • PONTAL DE SANTO ANTÔNIO – CABO FRIO/RJ

    Evangelos Pagalidis

  • PEQUENAS DOSES

    Luiz Antônio Nogueira da Guia.

    Choque de Ordem no trânsito

    A respeito do ‘choque de ordem’ o blog recebeu esta colaboração de um atento leitor.

    Boa tarde, amigo.
    Corroborando com essa sua observação, as ruas transversais a rua Porto Alegre não podem mais ser de mão dupla. São carros estacionados de ambos os lados da via e por onde os outros passam?
    Se não tiver um portão de garagem para colocar o bico do carro e ceder espaço para o outro passar, alguém tem que dar marcha à ré. Isso quando dá.
    A bem da verdade, Cabo Frio não comporta mais ruas de mão dupla. Observe que dá Vila Nova para o centro não tem. Mas dá Vila Nova para dentro, seja o que Deus quiser.
    Isso faz parte também do choque de ordem que nosso prefeito precisará implementar.

    O Trânsito!

    Até hoje o trânsito em Cabo Frio não foi tratado com a seriedade que merece: a fiscalização praticamente se resume a multas. Convenhamos que é muito pouco. Uma cidade bastante antiga, com muitas vias públicas estreitas, que mereciam um estudo técnico mais apurado para sua correta utilização por parte da população.

    O Terminal

    Feriado e governo em final de festa é sempre problema, O terreno onde está localizado o Terminal de Ônibus de Turismo, na Avenida Wilson Mendes, no Jacaré, sem infraestrutura, está hiperlotado, com bem mais de 140 veículos. Chamar aquele amontoado de Terminal de Ônibus de Turismo é no mínimo uma brincadeira de mau gosto.

    A nova Lei

    Será que em pleno feriadão tem alguém responsável estudando e debatendo a que se pretende a nova Lei do Uso do Solo? Difícil, não? Por essas e outras que o projeto deve ser debatido sim pela Câmara Municipal, mas pelos vereadores da nova legislatura eleitos em 6 de outubro para quatro anos de mandato popular.

    A transição pega?

    Discretamente ou mesmo informalmente parece que começa a ser destravada a transição entre as equipes do prefeito eleito Serginho Azevedo (PL) e Magdala Furtado (PV). Não é por acaso que acontecem ações contra os “flanelinhas”, na orla da Praia do Forte e desmonte de “acampamentos” em diferentes pontos do município.

    A Reorganização

    Essa reorganização da cidade não pode se limitar a “flanelinhas” e verdadeiros “acampamentos” de moradores de rua. Assim, estariam sendo atingidas as camadas mais pobres da população. É preciso chegar aos quiosques espalhados pelas orlas da Praia do Forte, Canal do Itajuru e praças públicas do município, além dos boxes na Praça da Cidadania.

    Que coisa!

    As praças públicas de Cabo Frio não são tão públicas assim. Em todas foram feitas concessões de toda sorte, sempre buscando benefícios políticos e eleitorais. A maior parte dessas concessões não está em mãos dos concessionários originais e sim alugados e até mesmo passados nos “cobres” para outros, ou seja, privatizando áreas públicas.

    Base política na Câmara

    Fazer toda a reorganização que o governo do prefeito eleito Serginho Azevedo (PL) anuncia querer realizar, vai exigir base política sólida, principalmente na Câmara, de onde, certamente virão as maiores reclamações de “afilhados” e “cabos eleitorais”. Esses reajustes de rota, digamos assim, demandará muita força do governo e será uma surpresa para a sociedade, cansada de tantas promessas nesse campo.

    De bobeira na Praia do Forte

    Cabofriense raiz, Gibson Fabiano Nogueira, atualmente morador de Maricá, onde tem o “Bloco dos Nogueiras” aproveitou o feriado para curtir a Praia do Forte, antes chamada de Praia da Barra. Segundo ele a “praia mais linda do mundo” curtida com o neto, bisneta e outros familiares.

  • ÁLBUM DE FOTOS

    Paulo Cotias (*)

    Entrei na agência bancária com aquele ar conformado de quem passaria as horas da tarde em uma daquelas intermináveis filas. Durante um tempo fui o último, vendo-a fluir tão vagarosamente que poderia ser um daqueles experimentos mentais que Einstein desenvolvia quando criou a Teoria da Relatividade. Mas o assunto aqui não é sobre bancos, filas ou física. Não fui o último por muito tempo. Logo chegou mais gente e, depois da minha humilde pessoa, uma senhora simpática e expansiva. Conversa vai, conversa vem e, de repente, a senhora me sacou de dentro da bolsa um pequeno álbum de fotografias, aqueles de papel e envelopes plásticos que recebíamos quando mandávamos revelar os filmes. Uma pausa para explicar algumas coisas para quem não é do século passado.

    Sim, antigamente usávamos rolos de filmes fotográficos para fazer os nossos registros! Havia os mais simples, que garantiam 12 fotos, os intermediários com suas 24 poses e, finalmente, o luxo de quem podia pagar pelos rolos de 36. Garantia, aliás, não havia. Tudo dependia da habilidade de se colocar o filme de modo correto na máquina e da própria máquina em si, que deveria fazer o seu trabalho com decência. E havia delas de todos os tipos, pequenas, elaboradas, com mais ou menos lentes e aquelas que você comprava os flashes descartáveis ou ainda as mais chiques, com flashes eternos embutidos no mecanismo.

    Mas ainda assim não havia garantias. A performance do retratista contava. Não poderia haver movimento, tremor e a luz não podia estar no lugar errado. Caso contrário, a tristeza vinha na revelação. Mandávamos revelar os filmes em lojas especialmente designadas para tal tarefa e que se intitulavam de “laboratórios”. Imagine a minha cabeça de estudante a tentar entender se por trás do balcão havia uma sala secreta com pipetas, buretas, pissetas, dissecadores e outras traquitanas. Laboratório era um nome científico demais.

    Uma vez reveladas, as fotos iam para os álbuns de família, das empresas, das escolas e muito mais. Porém, eram tempos diferentes. A foto era uma forma de preservar o momento, mas não substituía, nunca, viver o momento. Mostrar as fotos também era algo bastante seletivo. Era uma falta de educação atroz mexer no álbum de fotos na casa das pessoas sem ser autorizado para tal. A intimidade era litúrgica. Escolhíamos o que mostrar e, especialmente, para quem mostrar. Por isso, não fazia sentido algum sair por aí a exibir as fotos da sua formatura, do jantar de família ou do casamento da sua afilhada, para o primeiro estranho que você topasse no caminho.

    Voltando ao caso da senhora na fila do banco, o pequeno álbum dela continha as fotos do parto da sua filha. Fiquei estupefato e constrangido pela violação da intimidade e assisti uma a uma com resignação estoica. Se fosse hoje, seria só mais um “feed” rolado aleatoriamente. Aliás, o estranho hoje é ter alguma intimidade para guardar. Como dizem por aí, para existir, tem que postar.

    Paulo Cotias é psicanalista clínico e escritor. Visite o site www.psicotias.com e inscreva-se no nosso canal @psicotias no YouTube para conteúdos exclusivos!  

  • DAS TERRAS DE CABO FRIO…

    Leandra Ferreira Bento (*)

    Sou, como dizem, minhoca da terra. Das terras de Cabo Frio, que um dia foi o povoado de Santa Helena. Terra dos índios Tupinambás… Bisneta de uma, carrego isso em mim… o sangue da terra. De escritores como Texeira e Souza… Poetas…Ah…Victorino Carriço… De músicos talentosíssimos… Terra de mar exuberante. Mas um lugar castigado por incompetência e má vontade política. Mesmo assim… é o meu lugar. Parabéns, Cabo Frio! Muita história para ser contada, revivida. Mas é meu, o seu, o nosso lugar.

    Desejo para todos nós uma boa jornada nessa nova história que podemos construir. A nossa Cabo Frio agradecerá com a mesma gentileza que sempre teve. Viva, reviva, sobreviva, Cabo Frio!

    (*) Leandra Ferreira Bento é Professora.

  • BIORESSONÂNCIA QUÂNTICA

    Bioressonância Quântica Magnética na Saúde Integral

    O exame aponta desequilíbrios celulares que podem indicar doenças

    Como Naturopata, Terapeuta Integrativa e Terapeuta Homeopata Quântica, utilizo essa técnica nos meus atendimentos. A análise avançada é totalmente indolor e não invasiva.

    O método de avaliação utiliza a biofísica aplicada à saúde para detectar desequilíbrios que indicam o surgimento de doenças.

    Através da medição da frequência dos órgãos, o aparelho de Bioressância Quântica Magnética elabora um diagnóstico completo sobre o estado do corpo físico e energético.
    Aqui no Brasil a técnica de Bioressância ainda é novidade, porém é praticada há muitos anos em países como Alemanha, Espanha, Portugal e Suiça, tanto por adeptos da medicina convencional, quanto por simpatizantes das Práticas Integrativas em Saúde Natural.
    Quando uma célula está saudável, ela gera impulsos elétricos e seu sinal é harmonioso e ressoa de forma livre com outras células do corpo.

    De acordo com um padrão de resposta o equipamento faz uma triagem e identifica os órgãos e sistemas que podem estar em desequilíbrio, mesmo antes que os sinais e sintomas da patologia se manifestem.
    Diante dos cerca de 50 relatórios emitidos que mostram as anomalias e disfuncionalidades de órgãos, tecidos, moléculas e células, eu posso oferecer um tratamento holístico mais apropriado.

    Isso inclui a limpeza (detox) do organismo (terreno biológico) e a suplementação necessária, que pode ser feita de diversas formas e meios.

    Mais informações: tel/zap: 22 999083807 (com Iva Maria. Instagram e Face: @ivamariacarvalhaes)


182 respostas em “BLOG DO TOTONHO”

Cada dia gosto mais desse seu blog Totonho ! Onde revejo e revolto com ternura, em minha imaginação, todos os meus momentos vividos nessa cidade que aprendi a Amar com Paixão !

Sempre muito bom esse seu blog! Obs: a rua é ” Rua Professor Miguel Couto!

A nova edição do “Blog do Totonho”, veio confirmar o sucesso anterior e “ revoltando ”numa hora de transições políticas importantes …e só nos resta torcer pela continuação do sucesso editorial desse “ blog do Totonho “
Tati Bueno

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