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O EQUÍVOCO DO DISCURSO GENERALIZANTE

Vivemos dias difíceis, tempos de análises generalizantes, principalmente na política, tempos de conformismos e de opiniões que pregam que não adianta enfrentar o “sistema” porque ele é forte demais e está enraizado na sociedade. Isso tudo sem falar numa suposta polarização entre progressistas e conservadores que existe hoje no país protagonizada por Lula e Bolsonaro. Outras análises dizem que não adianta abrir as “porteiras” porque o gado e as ovelhas não querem sair. Gente que afirma com uma certeza absoluta que quem se manifesta e luta é baderneiro e está lá porque recebe dinheiro de “subversivos”.

Ainda tem aqueles que dizem que não adianta votar em gente séria e honesta porque o tal “sistema” vai corromper o sujeito ao ser eleito. Ou seja, gente que não acredita e que não deixa os outros acreditarem em nada. Gente que não acredita nem em si mesmo, pois teme não conseguir resistir às tentações da corrupção ou das vantagens indevidas no exercício do poder político.

Quem está satisfeito com o quadro político deve manter os mesmos no poder, mas quem não está, tem que ter a coragem e a ousadia dos fortes para renovar, assumindo os riscos e as responsabilidades que o atual momento requer. Anular o voto ou se omitir nas críticas a este processo vai ajudar a manter este modelo que oprime principalmente os trabalhadores e os excluídos da sociedade, mas que no fundo afeta a todos. Precisamos ir à luta com as “armas e ferramentas” possíveis para o bom combate. O voto renovador e a mobilização popular são bons exemplos, apesar de uma conjuntura política desfavorável, onde o poder econômico domina e compra votos e consciências, reduzindo as possibilidades de avanços no campo político.

Mas se “navegar é preciso”, lutar por mudanças também é fundamental. Já dizia Gramsci: “Pessimismo da razão, mas otimismo e prática da vontade”. Não podemos entregar o “jogo” e permitir que nos roubem a única coisa que resta: A esperança de dias melhores. Os ventos da mudança precisam soprar fortemente e assustar os poderosos. A forma de encarar o problema é que se torna determinante na sua solução. Tudo na nossa vida depende de decisões políticas. Isso é inquestionável. Atinge de forma diferente os diversos segmentos sociais, mas interfere na vida de todos. Não existe espaço vazio na política.

Se o cidadão não ficar atento e não se importar, os políticos pilantras e vigaristas vão ocupar este espaço e determinar as políticas públicas que irão afetar a vida da nação, do seu estado e do seu município. Cuidado com o medo, ele adora roubar sonhos.

Bertolt Brecht disse ainda no século passado: “Nada deve parecer natural. Nada deve parecer impossível de mudar”.

Para o trabalhadores e os mais pobres só a luta muda a vida !!

Claudio Leitão é economista e professor de história.

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