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O FESTIVAL DE BESTEIRAS QUE ASSOLA O PAÍS

Um episódio típico dos dias atuais e também do comportamento imbecil de nossa elite financeira e pseudointelectual chamou atenção do noticiário na semana passada. O empresário e humorista, Carlos Alberto da Nóbrega, aos 87 anos de idade, em sua reta final do seu “filme da vida ” perdeu uma grande oportunidade de ficar calado. Apesar da idade e da experiência de vida adquirida, parece que não aprendeu nada na escola
ou nos cursos que se formou. Ao fazer uma crítica escrota e idiota a Lula por não ter diploma, numa entrevista no Programa Roda Viva, da TV Cultura, confundiu erudição e saber acadêmico com sabedoria e experiência de vida.


Expressou seu preconceito e sua mediocridade, aliás típica de um bolsonarista assumido, de forma clara e inequívoca. O mestre Paulo Freire já dizia com muita propriedade que ” a sabedoria da vida precede o saber acadêmico”. Para exemplificar não vou comparar o infeliz humorista com Lula, pois Lula é político e não artista, mas sim com dois personagens do meio artístico. São eles, Cartola e Luiz Gonzaga.


Cartola não tinha nem o curso primário e Luiz Gonzaga não cursou nada e foi analfabeto grande parte da vida. Nóbrega, apresentador e âncora de programa humorístico não tem e nunca terá no segmento artístico o tamanho destas duas lendas da arte brasileira. Ambos brilhantes e sem diploma, aliás como muitos no país e até no mundo. A sua mediocridade e seu elitismo ficaram claras para todo o país, embora a gente saiba que “nestes tempos bicudos” muitos o tenham aplaudido.


A frase “bacharelista” dita por Nóbrega mostrou o seu minúsculo tamanho dentro do quadro artístico nacional, apesar do sucesso do seu programa humorístico “A Praça é Nossa”, no ar há muitos anos no SBT. O triste de tudo isso é que ele não está sozinho, milhares de brasileiros comuns pensam exatamente como ele. Este fato deixa claro
como nossa sociedade burguesa-tupiniquim é pobre de conceitos sociológicos e filosóficos.

Lula, o sem diploma, foi um dos principais dirigentes sindicais deste país, foi deputado federal constituinte e é presidente da República pela terceira vez, enquanto o humorista “doutor” passou a vida toda “num banco de praça de um programa de humor ouvindo piadas de gosto duvidoso”.

Claudio Leitão é economista e professor de história.

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