Praia do Forte/2014 – Antônio José Christovão.

Luiz Antônio Nogueira da Guia.

Não vale chorar o leite derramado

O governo populista, de direita, da prefeita Magdala Furtado, recém filiada ao PV do Seninha, tinha apenas o PSB lá de Tamoios para apoiá-la. Como por encanto, os barões do conchavo arrumaram o PT, o PC do B e o próprio PV para compor com a prefeita. Resta saber quais os “argumentos” utilizados, que tocaram os corações e mentes de gente tão serena, prestativa e firme política e ideologicamente.

O Mundo Político

O mundo político cabofriense passa pela Praça Tiradentes, sede da Prefeitura e pela Avenida Nossa Senhora da Assunção, ou melhor, na Câmara Municipal. Vereadores, “cabos eleitorais” e portariados (cargos em comissão) de todos os níveis transitam pelo pedaço. Todos, sem exceção, de olho no Diário Oficial, fonte de muitas dádivas, mas também de tristezas e lágrimas.

Como defender?

Defender o governo da prefeita e apoiá-la na tentativa de reeleição, com o argumento da luta contra o autoritarismo é no mínimo uma falácia, porque o atual governo municipal exprime justamente a absoluta falta de respeito aos valores éticos nos quais está fundamentada a democracia. Acrescido ao fato de ter se voltado contra José Bonifácio (PDT), da qual era vice-prefeita, e não ter respeitado a sua figura política e humana.

Desistências & Retornos

Carlos Victor Mendes (Vivique) desistiu de ter assento na Câmara e Bebeto Cardozo, presidente do Ibascaf também: a conjuntura não atrai, mas o ex-vereador e ex-deputado Paulo César Guia quer retornar. Da mesma forma, Alfredo Gonçalves, Emanoel Fernandes, Janio Mendes e Jefferson Vidal, todos veteranos na política, vão investir no novo mandato e sentar até 2028 nas confortáveis poltronas do Plenário Oswaldo Rodrigues.

Será?

Muita gente no meio político não acredita que Kamilla Mendes vá mesmo ser candidata a prefeita pelo MDB, em substituição ao marido o ex-prefeito Marquinho Mendes. A campanha promete ser duríssima e a coligação assentada com o PDT, liderado por Janio Mendes, vai enfrentar o deputado Serginho Azevedo (PL + 10 partidos), Rafael Peçanha da Federação PSOL/REDE e Magdala Furtado, da Federação Brasil da Esperança (PT/PC do B/PV).

Aliança possível?

A possibilidade da aliança MDB/PDT com a prefeita esbarra em obstáculos difíceis de superar. Um deles é justamente qual o nome que vai ser “cabeça de chapa”, Kamilla ou Magdala? É uma “saia justa” difícil de resolver, mas na política tudo pode acontecer, afinal não existe por aí luta de classes ou coisa semelhante. A aliança surpreenderia muita gente, até mesmo o paciente editor do Blog.

Bibiu quer entender

O velho Bibiu, de longa tradição na política de Cabo Frio ficou tão assanhado que psicografou uma carta para o seu neto do coração. Disse na missiva que conseguiu pacificar os ânimos entre Liras e Jagunços, porque conseguia explicar as razões políticas e socioeconômicas do conflito. Agora, tem grande dificuldade de entender uma aproximação entre Janio, Magdala e Marquinho. Pensou, pensou e resolveu parar de escrever …..pois é!

A eleição para vereador

A eleição para a Câmara Municipal é considerada a mais difícil e complicada de todo o processo eleitoral. O número de candidatos é muito grande, gente do mesmo bairro e da mesma família. É um emaranhado de candidaturas onde é bastante difícil separar o pessoal do político e do ideológico. São muitas as razões que definem a escolha em votar neste ou naquele candidato e apesar da internet gastar a sola do sapato ainda é o melhor remédio.

Encontro musical no Dia de São Jorge na Praia do Siqueira

Hoje, terça-feira (23), feriado de São Jorge, músicos cabofrienses promovem encontro musical no Quiosque da Bel, na Praia do Siqueira.
O evento acontecerá entre 17h e 23h com Azul Puro Azul (produtor do evento), Diego Matos, Ulisses Rabelo, Vitalino, André Amaral, Carlos Queimado, e a DJ Nana Clara. No repertório música brasileira; samba, sambarock, forró, música ancestrais, e umas pitadas de músicas autorais. O evento é gratuito e colaborativo.

Essa semana morreu o amigo Francisco Rangel, conhecido por todos que militam na política e nas causas sociais como Chiquinho Rangel ou Chiquinho do PC do B. Dedicou a vida a família e a luta pelos direitos dos trabalhadores, camaradas dessa estrada tão longa e difícil. Enfrentou toda sorte de obstáculos, mas nunca desistiu e mesmo em situação precária de saúde manteve a chama e o amor pelos irmãos. Não perdia o sorriso e o abraço generoso. Vá Chiquinho e se junte a grande poeira das estrelas nas quais somos formados.

Cláudio Leitão (*)

O atual estado de precariedade na saúde pública em Cabo Frio, beirando ao caos, reafirma uma questão que não tem sido observada por grande parte da população, principalmente os mais pobres, que são os mais afetados pela deficiência desta política pública fundamental: os agentes políticos que comandam e comandaram a saúde pública nos últimos 40 anos são os mesmos que controlam e ganham dinheiro com a saúde privada.

É óbvio que os interesses são incompatíveis. Com uma saúde pública desqualificada, os segmentos de classe média e classe média baixa fazem um enorme esforço no seu orçamento para adquirir um plano privado para que possam ter um atendimento com alguma qualidade. O segmento mais pobre, sem renda, fica inteiramente sujeito a precariedade do sistema. Este aumento dos usuários do sistema privado também sobrecarrega os serviços particulares de saúde acarretando também deficiências e demora no atendimento.

Abordo isso desde 2008, na minha primeira candidatura a prefeito, nas entrevistas e debates eleitorais praticamente sozinho. Em outras candidaturas a prefeito em 2012 e 2016, reiterei esta situação. Um Programa de Governo sério para mudar esta conjuntura precisa incluir a implementação de uma rede própria e autônoma no município. Não precisa ser especialista em saúde pública para saber que o grosso dos investimentos precisa ser direcionado para a saúde preventiva, de base, priorizando os postos do Programa de Saúde da Família, atualmente denominados ESF’s.

Estas estruturas primárias antecipam diagnósticos e tratam doenças crônicas que podem reduzir, posteriormente, as emergências hospitalares. É preciso tratar em primeiro lugar da saúde das pessoas e não apenas das doenças. Inauguram-se UPA’s, hospitais e outras Unidades de Emergência com enorme estardalhaço eleitoral, com um custo altíssimo, como se a emergência fosse a real política de saúde. A Secretaria é da saúde e não da doença.

Como não há uma política preventiva planejada e estruturada acontece uma sobrecarga no atendimento emergencial destas estruturas, o que gera grande insatisfação na população e situações de stress nos médicos e demais profissionais de saúde, que muitas vezes não recebem treinamento nem remuneração adequada. Os leitos com UTI’s estão em maioria na rede privada. Isso provoca um corte de classe social no tratamento dos casos mais graves. As providências tomadas pelos sucessivos governos municipais para o enfrentamento da situação sempre foram insuficientes.

É preciso investir e expandir a rede pública para atender a população mais pobre. A precariedade da saúde pública em Cabo Frio já elegeu e continua elegendo muita gente. Cria-se a dificuldade para depois vender o favor e a facilidade. Os feudos existentes criam currais eleitorais. Quando não se consegue a marcação de consulta ou exames clínicos aparece um agente político, principalmente vereadores, para agilizar. Quando não se consegue o remédio no posto de saúde tem sempre um vereador amigo para “ajudar” e assim vamos levando.

A fragilidade do sistema de saúde pública do município também já enriqueceu muita gente. São os proprietários de serviços privados que atendem a Prefeitura, que ao invés de investir em estrutura própria insiste em contratar estes serviços particulares sem a devida transparência. Alguns municípios podem mais e outros podem menos. Não há dúvida de que Cabo Frio é um dos que podem mais.

Durante os últimos 40 anos, mais de 15 bilhões de reais transitaram nos cofres municipais, fato que não deixa dúvida que faltou competência e vontade política para transformar este quadro. Saúde Pública não é prestação de serviços. Trata-se de uma política pública essencial, direito inalienável do cidadão, segundo a Constituição Federal, que teria que ser respeitado desde o primeiro dia de mandato.

A transformação de todo este quadro depende também de iniciativa política da população. Depende de nossa coragem, ousadia e da capacidade de assumir riscos e responsabilidades com um amplo processo de mudanças que envolva o prefeito e também a Câmara de Vereadores, a quem cabe a função de fiscalizar se uma efetiva política pública de saúde está sendo orçada e implementada.

“Desprivatização da Saúde Pública de Cabo Frio”.

Qualquer debate político sério a ser feito na cidade tem que tratar deste tema.

(*) Claudio Leitão é economista, professor de história e pré-candidato a vereador pelo PSOL.

Evangelos Pagalidis

Octávio Perelló (*)

DISPUTA ACIRRADA

A cada quatro anos a matemática eleitoral para a Câmara Municipal fica mais apertada. Já na última eleição alguns caciques se reelegeram no risco. Em 2024 a corrida vai exigir fôlego extra e otras cositas mais. Não é à toa que muitos foram se abrigar nas nominatas fornadas por partidos da coligação do candidato a prefeito Serginho Azevedo (PL), que está ampla, portanto com muitos pretendentes e capilaridade para eleger uma bancada numerosa. Com isso a disputa será acirrada. E frenética.

INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA

Sentindo-se imprensado no PDT, partido em que foi o mais votado em 2020, o vereador Davi Souza (PP) migrou para o arco de aliança de Serginho Azevedo após o retorno de Janio Mendes à disputa por uma cadeira na Câmara Municipal. Ex-secretário de Governo do ex-prefeito José Bonifácio, Davi afirma que ingressou no projeto político de Serginho sem abrir mão das políticas públicas em que acredita e mantém a preocupação de preservar seus eleitores. Disse ainda que se permanecesse onde estava corria o risco de “nadar e morrer na praia”.

SAUDADES DO MANDATO

Aliás, além de Janio Mendes, outros ex-vereadores tentam retornar à Câmara de Cabo Frio. São eles Alfredo Gonçalves, Emanuel Fernandes, Vinícius Correia, Vanderlei Bento e Valfredo Gordo.

CORRENDO SOZINHO

A coluna já abordou o assunto, mas como o clima persiste, voltamos a ele. É no mínimo estranho, mas até o momento o candidato Serginho Azevedo (PL) parece estar disputando essa eleição com ele mesmo, a ponto de no meio da turma do “já ganhou” ter também aqueles que ponderam os riscos mas com otimismo, do tipo “só perde para ele mesmo” ou “só perde para os próprios erros”. Do lado oposto o silêncio obsequioso de um profundo mistério junta-se às fragilidades apresentadas até então.

FALANDO EM ERROS

O deputado estadual Serginho Azevedo acerta o discurso quanto se refere à reserva do possível, admitindo que as demandas têm de ser ajustadas ao que o município tem de orçamento, e que para isso é imprescindível o planejamento. Outro acerto inegável é ouvir quem tem expertise e convidar para contribuir com a elaboração de um programa a ser incorporado ao plano de governo, como mostrou em sua visita à APPA A Casa Azul, associação voltada para o espectro autista. A conferir.

APOSTAS E AGOUROS

Ainda que haja pouco entendimento e bastante preconceito em relação ao trabalho de um “cabo eleitoral”, trata-se de pessoa que lida com gente na conquista de votos e acumula inegável experiência política. Muitos destes um dia alçam voo e ganham para si mandatos ou participações em cargos importantes em governos (na próxima coluna podemos citar alguns nomes). Mas têm também aqueles que pulam daqui para ali e vão juntando mágoas e desferindo críticas contra políticos que julgam conhecer muito bem. A lista de ex-vereadores que querem sentar novamente no Plenário Osvaldo Rodrigues tem sido a preferencial das apostas e agouros destes seres ariscos e cheios de histórias dos bastidores políticos.

• Jornalista e produtor de conteúdo.

Luiz Antônio Nogueira da Guia.

Acirramento eleitoral

Após a desistência de Carlos Victor (Vivique), irmão do ex-prefeito Marquinho Mendes (MDB) a concorrência para passar quatro anos sentado nas confortáveis poltronas do Plenário Oswaldo Rodrigues ficou ainda mais acirrada. A Federação PSOL/REDE, apesar das confusões aprontadas pelo PT da prefeita, tem candidatos potencialmente bons de voto, gente como Cláudio Leitão, Lucas Muller, Paulo Cotias e Renata Cristiane e pode surpreender.

Os “Medalhões”

Os “medalhões” continuam trabalhando intensamente o seu eleitorado, na chamada “pré-campanha”, mas também explorando novos campos, na medida em que as nuvens da política mudam constantemente: Ulisses Guimarães e Tancredo Neves sabiam disso muito bem. Candidatos como Alfredo Gonçalves, Janio Mendes, Jefferson Vidal, Luis Geraldo, Milton Alencar Jr são estrelas da política cabofriense, que vão ter que correr muito para concretizarem seus objetivos na eleição de 6 de outubro.

Última Hora

Os partidos e os próprios candidatos a Câmara Municipal incrementam a campanha oficiosa, mas ao mesmo tempo precisam fazer muitas contas antes de definir qual nominata vão fazer parte. Não é por acaso que um número grande de candidatos trocou de partido na data limite estabelecida pela legislação eleitoral. Os candidatos vão buscar a legenda que lhes oferece melhores condições para se eleger, fruto de uma série de itens, que a maioria só eles mesmos entendem.

Estação de Tratamento

O deputado Serginho Azevedo (PL) está concentrando sua atenção na transformação da estação de tratamento da Praia do Siqueira. O compromisso da concessionária é criar uma estação terciária, de alto nível, despoluindo o bairro e contribuindo, em larga escala para a melhoria da qualidade da água da Laguna de Araruama. Espera-se que a Prolagos mantenha seu compromisso com Cabo Frio e toda a região. O tal modelo a tempo seco não dá mais.

Racionalidade & Emoção

A grande preocupação da população é constituída pelos problemas que atrapalham e prejudicam seu cotidiano, em grande parte gerados pelos serviços públicos de má qualidade. Nesse sentido, o grande desafio para os candidatos será traduzir com racionalidade, mas com doses de emoção, o seu programa de governo, sem promessas cinematográficas e objetivos passíveis de serem atingidos.

Problemas da Prefeita

Magdala Furtado (PV) continua buscando a formação das nominatas para embasarem sua candidatura a reeleição, mas a prefeita continua sofrendo a ação dos vereadores de sua base. O problema é que os candidatos estão mais interessados nas suas próprias reeleições, que em apoiar o governo, que já sofre com grande inação administrativa. Os candidatos brigam muito por espaço interno, atrapalhando o desenrolar do processo eleitoral.

Prioridades

Os choques entre os candidatos a vereador da base governamental começaram antes até da escolha dos partidos. Alguns vereadores como o Átila Motta, no PC do B (Partido Comunista do Brasil) foram obrigados a buscar legendas, que não são compatíveis com suas posturas políticas e ideológicas, isto é, o discurso é um e a legenda é outra. A imagem da Federação Brasil da Esperança deveria estar como principal preocupação da comunicação da prefeita.

Desconexão

Como vai ficar junto a opinião pública de Cabo Frio a imagem da Federação Brasil da Esperança (PT/PC do B/PV) na medida em que os políticos que a integram nada tem a ver com os pressupostos políticos e ideológicos, que a constituiram? Mais grave ainda depois da falta de respeito com a candidatura do professor Rafael Peçanha, que hoje está na Federação REDE/PSOL.

As Raposas

Depois de todo o imbróglio feito pelas raposas felpudas do PT para acomodar Magdala Furtado dentro da Federação Brasil da Esperança (PT/PC do B/PV) vai ser muito difícil a Federação buscar votos no campo progressista. A história de Magdala e de seu grupo político não consegue explicar porque os partidos que fazem parte da Federação optaram por excluir o professor Rafael Peçanha do processo.

Encontro musical no Dia de São Jorge na Praia do Siqueira

Amanhã, terça-feira (23), feriado de São Jorge, músicos cabofrienses promovem encontro musical no Quiosque da Bel, na Praia do Siqueira.
O evento acontecerá entre 17h e 23h com vários músicos: Azul Puro Azul (produtor do evento), Diego Matos, Ulisses Rabelo, Vitalino, André Amaral, Carlos Queimado, e a DJ Nana Clara. No repertório música brasileira; samba, sambarock, forró, música ancestrais, e umas pitadas de músicas autorais. O evento é gratuito e colaborativo.