Cabo Frio viveu longos anos de mesmice político-administrativa dos “Sheiks do Petróleo”. Os recursos bilionários dos royalties foram desperdiçados sem que fosse criado um fundo soberano para enfrentar os períodos, digamos, menos acolhedores.
A crise que ninguém acreditava veio forte. A Bacia de Campos e seus campos maduros em processo de esgotamento não jorram tantos royalties para os municípios. Os investimentos para recuperá-los exigem que o barril do petróleo alcance uma cotação bem superior a atual.
A pandemia agravou a crise fiscal pré-existente e a desindustrialização. O PIB recuou em níveis catastróficos e a oferta de petróleo excede a capacidade de consumo de economias debilitadas.
Como recuperar Cabo Frio diante de uma conjuntura tão grave e adversa, com demandas represadas durante anos? Como atender, dentro desse quadro tão difícil, as expectativas criadas com a eleição?
O prefeito eleito tem falado em cortar despesas e dar mais atenção à arrecadação própria, descuidada desde os tempos em que os royalties do petróleo entravam massivamente.
Aumentar a arrecadação em tempos de crise vai ser um belo exercício de competência política e financeira.
E muita paciência, credibilidade e criatividade.